12 - Confusão?

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Narrador

Na manhã seguinte, Yoko acordou surpreendentemente bem-humorada, como se tivesse dominado os efeitos da noite anterior. Já Faye, por outro lado, desejava que o dia simplesmente não existisse. A ressaca pulsava em sua cabeça, e o despertador a torturava com seu som insistente, fazendo-a se arrastar para fora da cama.

Depois de se vestir com uma expressão de desespero, ela seguiu para a universidade. Na sala, a maioria já estava reunida em volta de Marissa e Ice, que trocavam risinhos e breves selinhos, encantados com o clima de intimidade que se formava ao redor.

Charlotty não perdeu a oportunidade de brincar: "Pelo visto, a festa de ontem foi boa para algumas pessoas." Marissa e Ice trocaram olhares envergonhados, mas sorriram. Kannika então apontou, tentando conter o riso:

— Que cara é aquela da Faye?

Todos viraram para ver Faye chegando, e a expressão dela era praticamente a de alguém que sobrevivera a uma guerra. Com o humor ácido e a ressaca ainda pesando, ela tropeçou em algumas carteiras, quase derrubando tudo que encontrava pelo caminho. Yoko observava tudo, segurando o riso.

— Oi — bufou Faye ao se sentar ao lado de Yoko, jogando suas coisas na mesa. A aproximação inesperada fez Yoko dar um leve sorriso.

— Então, você sobreviveu — Yoko brincou, tentando quebrar o gelo, fazendo Faye rir levemente.

Enquanto a professora começava a aula, Faye tentava se concentrar, mas sua mente ainda estava embaçada pela ressaca. A professora então anunciou um trabalho em grupo, onde todos tocariam juntos e, se possível, apresentariam ainda naquele dia.

O ensaio coletivo fluiu bem, e o som que criaram impressionou a professora. A música não era complicada, e o envolvimento de todos garantiu um resultado harmônico.

***

No horário do almoço, o grupo estava dividido em duas mesas. Yoko, que tentava se concentrar em um livro recomendado pela professora, não podia deixar de notar os risinhos de Marissa e Ice, sentadas bem próximas, enquanto Lux e Charlotty tentavam convencê-las a compartilhar os detalhes mais embaraçosos da festa.

Orm, aparentemente incomodada, se levantou e, sem dizer nada, caminhou em direção à biblioteca. Faye, que a observava de longe, ficou em silêncio, até Lux dar um empurrãozinho.

— Vai lá falar com ela — incentivou Lux.

Suspirando, Faye foi atrás. Após procurá-la por vários corredores, encontrou Orm na biblioteca, de costas, concentrada em um livro. Aproximou-se devagar, tentando conter a ansiedade.

— Oi — sussurrou Faye, com a voz suave.

Orm virou-se surpresa, quase derrubando o livro que segurava.

— Faye! O que está fazendo aqui?

— Só… só queria pedir desculpas, Orm. Ontem, eu estava fora de mim. Exagerei — Faye abaixou o olhar, claramente arrependida.

Orm soltou um suspiro pesado e cruzou os braços.

— Faye, você sempre faz isso. Bebe, exagera e depois aparece aqui com desculpas, mas isso não muda o que eu acho de você.

Faye tentou conter a vergonha, mas Orm não parou:

— Sabe qual é o seu problema? Você está fugindo do que sente pela Yoko, tentando esconder em qualquer outra pessoa. E ontem, quando viu alguém beijando Yoko, ficou evidente. Você saiu da roda de jogo na mesma hora, com ciúmes estampado no rosto.

Faye permaneceu em silêncio, absorvendo cada palavra.

— Talvez você devesse parar de fugir dos seus sentimentos, Faye.

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