CAPÍTULO VI

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Acordei.

Acordei todo babado. Todo torto na cama. Ainda vestido com a roupa de ontem.

Hoje é sexta. Queria ver se ia visitar o meu pai e a minha mãe ao hospital. Queria ver se conseguia falar com a minha mãe a cerca do que se passou mas não quero reviver aquele dia. Nunca mais ! E espero que, a partir de hoje, a alegria, sossego e tranquilidade reine em minha casa.

Saí da minha cama e, pé ante pé, fui ao quarto da minha irmã ver como ela estava. Quando espreitei, o meu tio estava no chão a dormir. A minha irmã dormia, mas de vez em quando ainda a ouvia a fungar, talvez tivesse a sonhar sobre este acontecimento.

(...)

Robert- Bom dia Lourenço. Bem disposto ? ( pergunta com um leve sorriso na cara )

Lourenço- Sim mais ou menos ! Podia estar para melhor , mas estou bem. ( respondo levantando um leve sorriso )

Robert- Então deixa-me fazer aqui as minhas famosas panquecas ! Vão certamente melhorar o teu dia !

Lourenço- Acho que não são as suas milagrosas panquecas que vão curar esta tristeza. Mas, a partir do momento em que é comida que me quer oferecer, manda lá as panquecas ! Comida não se recusa !

Filipa- ( fala enquanto desce as escadas ) faça para mim também ! Preciso de umas panquecas com Nutella para adoçar o meu dia !

Robert- Então cheguem-se cá e ajudem-me a fazê-las !!

Depois de o pequeno almoço tomado, o tio Robert decidiu que nos iria levar aos dois ao hospital para ver o meu pai, e com sorte, a minha mãe.

(...)

Chegamos ao hospital.
Este lugar é singular. Nunca gostei muito de hospitais. Talvez porque a maioria das filmes de terror que eu gosto são passados em hospitais ou os maiores psicopatas são médicos.
Depois de 10 minutos de conversa entre o meu tio e a senhora do balcão do hospital, lá entramos para o elevador para nos dirigir-mos ao 3 andar, o andar da enfermaria.
Mal entramos na enfermaria reparo que um paciente em especial está bem concorrido. Esse paciente tinha cerca de 10 pessoas à volta dele, aparentavam ser pessoas da igreja. Quanto o meu espanto quando reparo que "o paciente" era o meu pai. À volta estavam cerca de 10 párocos, no meio estava o meu pai e a minha mãe.

***

Filipa- MÃÃÃÃE !!!!

Kate- Meu amor !!! ( fala correndo para os braços da filha )

Depois de abraçar a minha irmã, dirige-se a mim.

Kate- Então meu filhinho ? Como estás amor ? Perdoa-me por não te ter ligado nem ter dado noticias ! Por favor ! ( fala já com as lágrimas nos olhos )

Lourenço- Também eu mãe ! Eu amo-te tanto ! Desculpa por ter causado isto tudo ! Eu só te queria proteger ! Perdoa-me mãe ! ( digo chorando )

Mal acabo de falar, a minha mãe pega-me pelo pulso e arrasta-me para o corredor do hospital.

Kate- Meu filho, vou te falar isto e por favor, tenta o teu máximo para fazer isto credível. ( diz num tom desesperado )

Lourenço- Mas ... Mãe ? Tentar o quê ? Credível ? Como assim ? ( pergunto confuso )

Kate- Depois daquela noite, muita gente começou a fazer perguntas, e eu disse que tinha sido eu a acertar no teu pai com um rolo da massa porque ele queria me bater ! Por favor Lourenço ... Nunca digas que foste tu ! Por favor !!! ( diz com as lágrimas nos olhos )

Lourenço- E quê ? Vai você levar com as culpas ? Acho que não sou capaz !

Kate- És capaz sim senhor ! Mais tarde eu explico te o porquê desta reacção ! Por enquanto mantém a farsa !

Lourenço- Vou tentar !

Depois desta conversa muuuito estranha, eu e a minha mãe voltamos para dentro. Ninguém se apercebeu da nossa ausência ! Todos estavam em estado de pedra a olhar fixamente para o meu pai à espera que fizesse algum movimento.

Teodoro estava deitado naquela maca. Nunca o tinha visto tão calmo e sereno. Devo ser um filho mesmo "filho duma cabra" ! O meu pai está em estado vegetativo devido à sua tentativa de agressão para com a minha mãe e, quem sabe, com o resto da casa e eu em vez de estar triste, abalado e a chorar sinto me tranquilo, sereno e mais descansado ! Eu sei que ele é meu pai ... Mas ele batia-nos tanto ... Acho que a nossa vida vai melhorar a partir de agora.

(...)

Hoje é segunda feira. Este fim de semana foi um dos mais serenos da minha vida. O meu pai ainda está internado no hospital e, pelo o que os médicos dizem, não deve sair de lá tão cedo porque a saúde dele está muito frágil para estar a transporta-lo de um lado para o outro.
Entretanto a minha mãe veio para casa. Está feliz. Ela própria deve se sentir como eu. Apesar se não estar contente com o que se passou, afinal de contas ele era o marido ela, ela sente se aliviada pelo inferno ter acabado.

Hoje é o meu primeiro dia de aulas. Não estou com apetite nenhum para ir à escola.
Com esta situação toda nem falei com a Nikita. Mas também acho estranho ela ainda não me ter ligado. Mais logo ligo-lhe.

Está é na hora de me preparar para as aulas.
Acabo de me vestir e vou tomar pequeno almoço. À mesa já está sentada a minha irmã, minha mãe e o meu tio. Faltava mesmo só eu.
Filipa está toda empolgada com o primeiro dia de aulas dela. Infelizmente não calhamos na mesma escola.

Acabei de tomar pequeno almoço e a minha mãe fez questão em ser ela a levar-nos à escola pela primeira vez pois, essa era uma função que apenas poderia ser desempenhada por duas pessoas, ou o motorista do autocarro, ou claro, o meu pai.

(...)

A escola é grande. Fica a cerca de 3 quilómetros de minha casa. Tem um portão muito grande mas ele é praticamente invisível devido à extrema quantidade de alunos que se encontram do lado de fora da escola a fumar.
Perdi o meu primeiro dia de aulas. A esta hora já toda a gente se conhece. Vai ser bonito vai. O "aluno novo" , logo eu que adoro ser o centro das atenções...

Após uma palestra da minha mãe acerca de cuidados a ter na escola, eu saí do carro. Nessa altura parece que me senti como se me empurrassem pra uma jaula de leões. Num instante toda a gente olha para mim. Para melhorar a situação, antes de partir, a minha mãe abre a janela do carro, apita e grita:

Kate- Amo-te muito fofinho ! Boa sorte ! ( fala sorrindo e mandando dois beijos de seguida )

As minhas bochechas coram. Ao longe consigo reparar num grupinho de engraçadinhos a rirem-se da situação.
Pé ante pé vou entrando na escola. O receio e a ansiedade corroem-me. Tenho medo de calhar numa turma má. Numa turma que não me aceite.

Após uma procura incessante encontrei a minha sala. Toda a gente me olha nos corredores. Parece que sou uma bolacha integral no meio de um pacote de Oreos, parece que sou um intruso.

É esta a sala. Devo ter passado por uns 4 corredores. O meu ritmo cardíaco aumenta, começo a tremer, a suar, e de repente, ganho vontade de ir fazer chichi ... Mas é tarde de mais ! Não posso adiar. Bati duas vezes à porta. É engraçado mas aquelas duas batidas parece que foram em Slowmo !
Oiço uma voz permitindo a minha entrada na sala. Ao longe vejo um homem, aparentemente o meu professor. Cabelos negros, olhos verdes, tom de pele morena.
No momento em que entro na sala, os alunos viraram a cabeça em completa sintonia, pareciam a rapariga do exorcista. Numa das pontas da sala consigo avistar uma mesa de dois lugares vazia. Desloco-me para lá e sento-me. Todo o meu percurso foi acompanhado pelo olhar fixo dos alunos exorcistas e do professor morenaço.

Professor- Meninos ! Atenção ! Este é o vosso novo colega ! Ele chama-se ( é interrompido )

Lourenço- Lourenço. Lourenço Silva. ( respondo com um tom de voz envergonhado )

Professor- Exactamente ! Obrigado pela cooperação ! Espero que o tratem bem e que se tornem todos amigos dele ! ( pausa ) Lourenço ... Queres te apresentar à turma ? ( pergunta com sorriso na cara )

Lourenço- Claro. ( pausa ) Olá a todos ! Chamo-me Lourenço Silva. Tenho 17 anos. Vim para esta escola porque me mudei para a cidade à pouco tempo. Tenho um pai que é pastor. Minha mãe que é domestica e mais uma irmã que tem 16 anos.

Professor- Muito bem Lourenço ! Então ? Estás a gostar da escola ?

Lourenço- Sim ... É um bocadinho grande !

Professor- Toda a gente diz isso, mas daqui a nada habituas-te ! (Pausa) Então meninos ... De acordo com as minhas contas ainda falta um aluno !

Mal o professor acaba de afirmar a falta de um aluno, ouve-se ao fundo, alguém a bater à porta.

Professor- Entre !!

XXX- Posso ?? ( pergunta ofegante )

Professor- Claro ! Sente se ali ao lado ... Olhe ... Ali ao fundo ao lado do Lourenço !

XXX- Ok !

No momento em que eu vejo aquele aluno a entrar na sala, o meu coração disparou ! Nunca tinha sentido algo como aquilo antes. Não sei o que se passou. Foi como se o tempo tivesse parado. Não sei ! Que estupidez ! Desta maneira ate parece que me apaixonei por ele ! Nao sou gay ! Tenho namorada !

( aluno novo senta-se )

Professor- Então ? Como se chama o menino ?

XXX- Eu professor ? Eu chamo me Erik Eduardo !


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Então meus queridos seguidores ? Como vão vocês ? Como têm visto ... ultimamente tenho estado activo ! Ainda bem não é ? 

Com isto de ter tempo livre à que aproveitar para pôr a escrita em dia ! 

Então ? Gostaram deste capítulo ? 

Ainda muuuuuuuuita coisa está para acontecer ! Acreditem que sim !

Entretanto Votem, Comentem e, se quiserem, mandem mensagem privada se me quiserem dizer algo mais "pessoal" ! kkkkk entretanto ... BOAS LEITURAS !! Lembrem-se .... KEEP MOVING !!! 

Beijos pra todos / todas <3

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2015 ⏰

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