| 𝖢𝖠𝖯Í𝖳𝖴𝖫𝖮 𝖳𝖱Ê𝖲

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NUNCA VOU ENTENDER TROUXAS, as luzes da cidade continuam acesas, mesmo quando está chovendo um pouco ainda.

Que sorte que estou com meu casaco hoje, pelo menos assim não consigo me molhar tanto. A capa do meu casaco suavisa atrás de mim, observo variadas lojas trouxas enquanto passo por elas.

Não tem nada de interessante nesse momento.

Onde será que Theo foi? Para onde ele teria ido?

Pense, Evangeline. Pense. Falo comigo mesma.

Nem percebi quando sem querer, acabo esbarrando em algo, ou melhor, alguém.

Me viro para encarar a pessoa, com as mãos nos bolsos. Era uma garota mais baixa que eu, olhos castanhos escuros, os cabelos castanhos claros levemente ondulados. Não a conheço. Deve ser mais uma trouxa. Mas não custa nada perguntar.

⎯  Aí. ⎯  chamo. Ela se vira para me encarar, ela não diz nada. ⎯  Você viu um garoto alto, do meu tamanho, cabelos castanhos e olhos profundos? O nome dele é Theodore.

Ela parece hesitar em me responder, mas parece que de bom grado, ela responde.

⎯  Não... Eu sinto muito. ⎯  respondeu um pouco fria, desviando o olhar. Eu levanto a sobrancelha.

⎯  Tem certeza, senhorita...?

⎯  Granger. ⎯  afirmou.

Olho para ela de cima à baixo, cutucando a parte interior da minha bochecha com a língua.

Ela não parece uma pessoa que eu já tenha visto no mundo bruxo...

⎯  ... Certo. ⎯  respondo, e com um aceno de cabeça, giro nos calcanhares e vou embora.

Por mais que essa minha conversa com aquela garota tenha sido totalmente normal, sinto que tem algo mais faltando. É como se ela soubesse de alguma coisa, mas não sabe tanto. a senhorita Granger parece bem razoável até agora. Mas não vale a pena investiga-la. Não agora.





Papai havia feito uma festa de noite, o que tudo indica que ele está tudo, menos interessado no porquê Theodore fugiu.

As pessoas ao redor trocavam abraços sem vida, ficavam rindo de fofocas e fazendo o maior escândalo com suas risadas sem vida e sem qualquer atuação.

Se forem fingir, então façam direito.

Eu penso comigo mesma.

Eu subo as escadas que levam até o andar acima, que dá pra ver tudo de lá. Eu observo a festa lá de cima, não tinha muitas pessoas nesse andar, é claro. Tinha umas cinco pessoas que obviamente estavam apenas olhando por diversão.

Eu olho para todos aqueles demônios vestidos de ovelhas, eu me sinto enjoada quando vejo eles. Por sorte os amigos de Theodore não vieram hoje. Se é que ele tem amigos...

⎯  Pensando, Evie? ⎯  escuto uma voz atrás de mim que me faz estremecer por completo, mas anos de protocolo me fazem permanecer em pé e sem demonstrar reações.

Olho para trás e vejo um garoto menor que eu, olhos cinzentos, cabelo loiro platinado. Ah, Malfoy.

⎯  O que você tá fazendo aqui? ⎯  pergunto, cruzando meus braços enquanto observo ele.

⎯  Relaxa... ⎯  sorriu. Esse Malfoy as vezes me tira à paciência. ⎯  Eu só vim ver Nott, ah, que pena... ele fugiu. ⎯  continuou seu sorriso presunçoso e provocativo.

SILVERFLOWER  •  HARRY POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora