saudades

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E isso aquece o peito de Tobias, vendo que ainda tinha esperança de criar uma relação com o filho, e ele faria de tudo pelo garoto.Saindo de seus pensamentos observou bem a casa e viu que ela precisava de um boa faxina, quem sabe isso até ajudasse com o problema de Severus.

-Que tal darmos uma faxinada na casa?-perguntou calmamente

-Acho que seria bom, já faz um tempo que não limpamos ela- ele não se lembrava qual foi a última vez que haviam limpado ela

Fazendo um gesto de concordância com a cabeça, foi até o armazém procurar os produtos de limpeza.

Quebra de tempo

O homem mais velho tinha terminado com o quintal de casa, assim com a parte da frente, tirando toda a sujeira e grama um pouco alta, ele antes disso tinha limpado o andar de cima, tirando a poeira e teias de aranhas, deixando Severus com a parte de baixo que tinha apenas a cozinha e a sala.Ao adentrar a casa viu que a cozinha já tinha sido finalizada, ela estava limpa até mesmo o aspecto sujo e cheiro de mofo tinha saído, entrando um pouco mas para dentro viu uma sena engraçada e fofa também, Severus tentava alcançar as teias que tinham no teto com um banquinho, ele tentava ficar na ponta do pé já que o banco não era suficiente, mas vendo que o garoto iria cair chegou perto do mesmo sem fazer barulho o pegando com facilidade e colocando sentado em seu ombro.

A maioria das pessoas talvez achasse que Tobias não passasse de um bêbado fumante gordo, mas pelo contrário, o homem não era de beber muito, nunca foi, e fumava às vezes, gordo com certeza ele não era.Tobias era um ex fuzileiro naval do exército brasileiro, servindo por cerca de 5 anos, mas logo foi dispensado mas fez um trabalho por 7 anos, um trabalho que ele não gostava muito de falar sobre, mas tirando isso Tobias estava em forma, sempre fazia exercícios físicos e caminhadas matinais, seu porte físico era grande por genética de seu pai russo, ele tinha exatamente 1,92 de altura, já Severus era magrelo e baixo parecia um bambu ambulante tendo apenas 1,62 de altura, o homem cogitou poderia ser ou pela genética de sua mãe ou a falta de nutrientes, a primeira opção parecia a mas certa, ele concerteza faria o menor treinar, mas por agora iria focar apenas em sua alimentação

Severus aproveitando a ajuda limpou as teias do teto, assim que finalizou seu pai o colocou no chão novamente.

-Você é muito pequeno sabia, parece um gnomo de jardim - disse divertido com a cara de indignação do pequeno

-Eu não sou pequeno, é o senhor que parece um poste ambulante, minha altura é ótima - disse emburrado, inflando as bochechas sem perceber

-Não precisa ficar estressadinho pitoco-Falou divertido apertando as bochechas do mesmo

Severus corou de vergonha pelo apelido "pitoco" cruzando os braços, enquanto seu pai ria divertida mente.

Vendo seu pai rir, não se aguentou e começou a rir junto, mas logo se arrependeu pois logo em seguida começou a tossir, seu pai imediatamente parou com os risos e começou a esfregar as costas do mesmo.

-Calma Severus, respire devagar, vamos assim - disse fazendo uma respiração lenta enquanto o filho acompanhava.

Ainda esfregando suas costas o trouxe para perto o abraçando, fazendo um carinho em seu cabelo e costas até o mesmo se acalmar.Severus pela primeira vez não não se importou com o toque sem sua permissão, pelo contrário ele se sentiu acolhido e protegido, fechando os olhos aproveitando o carinho que estava recebendo, ficando levemente sonolento.Tobias percebendo isso prontamente falou

-É melhor você descansar um pouco, pode deixar que o resto eu término... Você fez um bom trabalho pequeno- pegou o mesmo no colo sem receber qualquer reclamação do menor, o levou até seu quarto agora limpo, o colocou na cama, fechou as janelas e ligou o difusor de ar, acariciando um pouquinho mais seu cabelo dando um beijo leve em sua testa sussurrando um "Eu te amo" saiu do quarto apagando a luz e fechando a porta

Severus apesar de estar sonolento não deixou de ouvir a pequena frase, a frase que deixou seu coraçãozinho aquecido, foi aí que ele percebeu que não estava mais sozinho, agora ele finalmente tinha alguém

Quebra de tempo

As duas semanas tinham se passado em um piscar de olhos, essas duas semanas foram bem importante para os dois, eles se conheceram melhor, conversaram sobre si, Severus ficou bem animado quando seu pai contava um pouco da sua vida antes de conhecer sua mãe, descobrindo que seu pai era russo e brasileiro, descobriu também que seus avós estavam vivos também, seu avô era nascido russo enquanto sua avó era brasileira, outra coisa que o deixou em choque foi que ele era brasileiro, ele nasceu no Brasil ficando lá até os 9 meses.Mas não foi só isso que aconteceu, três dias antes de voltar para Hogwarts, Tobias entrou no quarto de Severus para ver se o mesmo estava dormindo ainda, quando abriu a porta se deparou com o menino sem camisa, deixando amostra as pequenas cicatrizes que tinha em seu corpo, aquela visão enfureceu Tobias, naquele mesmo dia Severus e Tobias tiveram uma conversa profunda, o pequeno contou como ganhou aquelas cicatrizes, algumas haviam sido ganhas por alguns moleques que apareciam em sua rua(isso aconteceu apenas três vezes, nunca mais Snape havia visto os delinquentes) enquanto as outras foram adquiridas por Hogwarts, contando sobre as várias pegadinhas que ganhou do grupo dos marotos.

Aquele dia tanto Severus como Tobias choraram, Severus chorou, porque finalmente ele sabia que tinha alguém com quem contar, ele não estava mais sozinho, enquanto Tobias chorava por nunca ter reparado o quanto seu pequeno filhote sofreu durante esse tempo, mas ele nunca mais iria deixar alguém encostar um dedo em seu garotinho, não mais

Mas nesse momento Tobias estava se despedindo do moreno, as aulas em Hogwarts havia voltado, ele estava na plataforma para desembarcar, o que realmente surpreendeu Severus foi que nenhum trouxa conseguia passar pela parede que dava acesso a plataforma de saída, tudo isso por conta de um feitiço, mas seu pai aparentemente era imune a magia estabelecida na parede conseguindo passar normal, não que ele estivesse reclamando, era ótimo ter o pai ali.

O trem estava se preparando para a partida, Severus virou se para seu pai o abraçando fortemente, sendo retribuído com um abraço de urso

-Eu vou sentir saudades- disse com a voz triste e chorosa

-Eu também pitoco, mas vamos nos ver nas férias, lembra?E também você vai me escrever todo os dias certo, e se algo acontece ou alguém mexer com você me avise entendeu - disse com a voz autoritária sem espaço para reclamações

-Eu prometo!- disse com confiança

-E não se esqueça de tomar os suplementos que eu te mandei entendeu- Tobias tinha começado a dar suplementos nutritivos para o seu filho, o fazendo tomar no café da manhã, almoço e janta, ele também fez Severus prometer que continuaria os ingerindo.

Severus nada disse, apenas balançou a cabeça em concordância, Severus não percebeu que uma certa ruiva estava a observar a cena em choque.

-Sev!?- chamou a mesma, tendo a atenção dos dois homens

-Lili oi, como está?-Perguntou feliz em ver a ruiva

-Olá Lilian, tudo bem?- disse Tobias, Severus havia comentado sobre a ruiva, ele achava que Sev gostava dela mas o mesmo se aprontou em dizer que o que sentia por ela, não passava de uma amor de irmão, o que era totalmente recíproco.

-Olá senhor, tudo bem sim, e você como o senhor está?- perguntou incerta, Severus tinha comentado a forma como seu pai de certa forma era negligente com ele, ela nunca tinha o visto de verdade, era a primeira vez vendo o mesmo em carne e osso, e ela tinha que admitir, Tobias Snape era um homem extremamente bonito e atraente, ele era alto, muito alto, e parecia ter um porte grande também, sua voz era grossa e um tanto autoritária, ele tinha cabelos pretos e olhos azuis quase cinzas, seu rosto era bem marcado, ele parecia uma pessoa madura.

-Muito bem- disse gentilmente

Os guardas do trem estavam fazendo a última chamada para partir, Severus então pegou sua bagagem, deu um abraço rápido novamente em seu pai que retribuído, os dois disseram eu te amo, assim Severus pegou a mão da ruiva a adentrou no trem, pegando uma cabine vazia, tomando seu lugar nas poltronas.

Tobias ficou lá até ver que o trem já não estava mais à sua vista, saindo da plataforma indo de volta para a sua casa, já sentindo a falta de seu filho.

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