Capítulo 4

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Comecei a dar alguns passos para trás, e a figura se aproximou.

-Socorro...

Minha voz saiu quase em um sussurro.

-Socorro! Socorro!

Enquanto aquela coisa se aproximava, minha urgência em sair dali começou a me dar coragem de reagir. Me virei e comecei abrir a janela, pretendia pular e correr em direção a casa vizinha pedindo ajuda.

Minhas mãos estavam trêmulas, mas consegui tirar o trinco. Contudo, escutei passos se aproximando e logo uma mão segurou-me com força, tapando a minha boca. Me debati, mas senti um braço passar pela minha cintura, me prendendo no lugar. O pânico tomou conta de mim, minha mente correndo com cenários de escape, mas meu corpo parecia congelado pelo terror. A respiração pesada no meu pescoço me deu calafrios e comecei a ficar desesperada, o que queria de mim? Era um ladrão?

-Shhh, calma. -A voz era grossa com um timbre característico que me fez lembrar de... Ryan. Logo tudo começou a ficar mais claro e o perfume caro se fez presente. -Eu não vou te machucar, Alana. Vou te virar, te soltar e você não vai gritar.

Minha raiva era tremenda e eu só queria dar um belo chute em suas bolas. Ryan me virou, mantendo a mão firme sobre minha boca. Ele vestia uma roupa preta, e os cabelos estavam escondidos pelo capuz da blusa. Aqueles olhos cinzentos me fitavam com uma tranquilidade perturbadora, como se ele não estivesse fazendo nada demais.

-Vou te soltar, ok?

Suas mãos me soltaram, mas ele ainda estava perto de mim, invadindo meu espaço pessoal. Seus olhos estavam alternando entre meus lábios e o meus seios, eu estava com uma regata do pijama que usava para dormir e ele não escondia muita coisa. Nunca me senti tão exposta assim.

-Se afasta. -Gritei o empurrando. -Socorro!!!!

Ele avançou contra mim, me pegando com força. Sua mão voltou para minha boca.

-Que menina má, eu disse para você não gritar. -A raiva e o medo estavam me consumindo ao ponto de as lágrimas começarem a cair. -Não precisa ter medo, Alana. Te prometo que não vou te fazer mal.

Ryan começou a me guiar para fora da cozinha e seguiu em direção ao meu quarto. Tentei pisar no seu pé e dar uma cotovelada no seu estômago, mas ele conseguiu me conter com facilidade. Eu sabia que ele era um problema, nunca me enganava com as pessoas. Ryan empurrou a porta do meu quarto com o pé, mantendo-me firmemente presa em seus braços. O medo e a raiva se misturavam dentro de mim, enquanto eu tentava desesperadamente pensar em uma maneira de escapar.

Ele me colocou na cama, jogando todo seu peso sobre mim, até então eu já soluçava e quando senti seu membro duro na minha coxa, meus olhos se arregalaram sentindo pavor do que ele poderia fazer comigo. Comecei a me debater tentando tirar ele de cima de mim, mas só escutei seu gemido rouco no meu ouvido.

-Você está complicando as coisas se mexendo desse jeito.

Fiquei estática na hora.

-Vamos tentar de novo, ok? Vou te soltar e você vai ficar quieta. Se gritar de novo, Alana. Não vou ser paciente com você.

Engoli em seco sentindo o peso das palavras, sabia que ele não estava blefando.

Ryan tirou a mão da minha boca e quando percebeu que não tentaria nada, saiu de cima de mim, rolando para o outro lado da cama. Me sentei e assim que tentei me afastar, ele segurou meu pulso.

-Não, quero você aqui.

-O... Que você quer? Por que invadiu a minha casa?

-Você fugiu de mim aquela noite e não consigo tirar você da minha cabeça... Na verdade não consigo parar de pensar em você desde que a vi saindo do bar. Acabei até te seguindo, Alana.

Ao cair da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora