Obsessão Mortal - Black Butler

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Todas as sextas-feiras às oito da manhã, o despertador de Alois ecoava em seu quarto por causa de suas consultas com o psicólogo, apesar de sempre reclamar do horário. Ele já havia tentado parar de ir algumas vezes, mas sua mãe sempre o incentivava a continuar.

Alois frequentava o psicólogo devido à sua vida complicada, é claro, a vida de ninguém é cem por cento perfeita. Mas, a real desgraça começou aos seus nove anos de idade,
quando foi sexualmente abusado pelo ex seu padrasto.

Alois era só uma criança para perceber que estava sendo abusado há tempos, ele só conseguiu entender o que estava acontecendo aos seus onze anos, quando contou para sua mãe que o homem havia machucado 'suas partes'.

No início, ela ficou incrédula. Se sentiu culpada, enojada e brava consigo mesma por ter deixado seu novo marido morar em sua casa junto de seus filhos por tanto tempo, percebendo o risco que tinha colocado-os e ligando os pontos de quando o homem pedia para dar banho ou vestir Alois, sempre parecendo muito interessado em fazê-lo sentar em seu colo ou passar tempo a sós com o loiro.

A mulher sentiu repugno só de imaginar o que o canalha havia feito para seu pequeno. De antemão, ela pegou os filhos e levou-os para a casa de sua avó, voltando para a casa onde morava e esperando o homem voltar do trabalho para 'resolver as coisas'.

Esse trauma deixou marcas profundas em Alois, que passou anos lidando com sentimentos de culpa e vergonha. Essa era a razão por ele não se lembrar de quase nada de sua infância e ser obcecado por coisas e temas sexuais desde os seus doze anos.

Seu psicólogo, Claude Faustus, era um dos únicos homens adultos que Alois não sentia medo ou repulsa. Na verdade, é o contrário. Alois sentia uma leve obsessão pelo doutor e uma certa dependência emocional no mesmo, chegando a chorar várias vezes quando sua mãe teve que cancelar algumas consultas da terapia graças aos exames mensais que o loiro fazia nos hospitais por conta de sua anemia.
Alois sempre fazia birra e chorava igual criança quando algo não saia como ele esperava, o que diz muito sobre a personalidade dele.

Claude Faustus era um profissional competente e dedicado, conhecido por sua abordagem empática e perspicaz. Ele sabia lidar com a complexidade dos traumas e personalidade de Alois, ajudando-o a reconstruir sua autoestima e a lidar com suas emoções conflituosas.

O louro vestiu sua roupa, penteou seus cabelos sedosos, passou um gloss nos lábios e espirrou em seu pescoço e clavícula um dos perfumes mais doces que tinha em seu armário, causando alguns espirros em si próprio.

"Se cuida, filho." - A mulher alta de cabelo castanho claro se despedia de Alois, dando um beijo na testa.

"Tchau, 'Lolo!" - Luka, seu irmão de oito anos, abraçava sua cintura com força já que Alois era consideravelmente alto para alguém de seu porte físico.

Ao chegar no consultório do psicólogo e ser recebido pela secretária com um chá e muitos sorrisos, ele deu duas batidinhas na porta, que foi respondido com um 'pode entrar.'

"Bom dia, Alois" - Ele guardava uns papéis na gaveta de sua mesa e juntava outros, se levantando da cadeira que estava e se sentando na poltrona que costumava consultar seus pacientes, ficando cara-a-cara.

"Bom dia, Doutor" - Ele sorriu, e se sentou na outra poltrona que ficava a mais ou menos 2 metros de distância da de Faustus.

Durante a consulta, Alois cruzou as pernas de forma sensual, para que seu short se afastasse de sua pele e mostrasse um pouco da poupa de sua bunda. E Claude percebia. Ele sempre estava atento a todos os detalhes e Trancy sabia muito bem disso, e como usar ao seu favor.

O psicólogo não se importava e nem sequer olhava nitidamente pois ele sabia que o loiro é um adolescente de 17 anos que necessita de atenção e que tem sérios problemas de autoestima e de bipolaridade, ele sabia que Alois não iria parar de tentar seduzi-lo, e isso fazia com que ele ficava indeciso e preocupado. Se a situação piorasse, Claude seria obrigado a transferi-lo para outro psiquiatra, mas ficava receoso e com medo do loiro ter um surto psicótico caso fizesse.