Após alguns segundos, Thiago resolve o problema da ameaça, mandando exatamente a quantidade que o homem queria.
Ele guarda a faca onde estava, e se vira para mim. Seus olhos apresentavam uma emoção que não fui forte o suficiente para entender.
- Porque mexeu nas minhas coisas?
- De nada.
Ele se aproximou novamente, levando seus braços às minhas costas, entrelaçando as mãos por elas.
- Não faça mais isso. Se Diego perceber não vamos saber como lidar.
- Não se preocupe, ele nunca vai notar.
- Ah mas claro, se você não se cortasse o tempo todo! - fala rude e grosso, como sempre.
- Você nem sequer me conhece seu cretino!
- Agora eu sou um cretino? Um filho da puta? Eu fui quem cuidou do seu filho, deveria estar grata!
- Eu sou grata a você, mas não quando você me diz que eu sou uma assassina ou uma suicida! Eu sei disso, não preciso que me lembre o que todos acham ou pensam de mim!
- Não quero te lembrar, só ajudar, nunca tive más intenções com você ou com Diego, Eliza!
- Irritante!
- Imatura
- Idiota
- Filha da puta
- Pau no cu
- Porra, chega! Mas que merda, eu cuido de você, mas só faz questão de me tratar igual cachorro Eliza!
- Eu aprendi que em homem não se confia!
- Com base no que? Hm? Um único homem?
- Sim, o homem que eu mais confiava, meu melhor amigo, que me ameaçou de morte! Não entende isso?
- Ele não era uma pessoa ruim...
- Eu te odeio sabia? Mais do que tudo! Só não bato em você agora, porque é pai do meu filho e ele te ama. Do contrário, eu diria que ele não tem pai e seguiria minha vida.
Silêncio.
Apenas isso. Ele parou de gritar apenas para levantar os olhos outra vez, aquele castanho profundo, maldita jaqueta de couro e maldito seja quem criou o período fértil de uma mulher.
- Você fica tão linda nesse vestido, acho que escolhi bem.
E saiu. Simples assim. Ele foi para o quarto dele.
Me voltei para o celular, percebendo uma mensagem de um cara com quem saí semana passada. Sim eu saí com um cara, em um dia que Diego iria passar o dia na avó.
Notei que eu havia respondido. Sem nem sequer me lembrar das mensagens dele. As respostas estavam em um puro tom de grosseria.
O chamando de cafajeste, filho da puta, dizendo que ele me machucou quando transamos.
Aí é que está, a gente nunca transou.
Ele chegou a fazer algumas coisinhas comigo naquela noite? Sim. Entretanto, não foi nada além de prazer apenas para mim. Eu não queria transar com ele. Foi difícil de admitir, mas é como se fosse minha primeira vez de novo.
Sabe o que eu ainda acho engraçado? A resposta que na teoria eu enviei, não faz nem dez minutos, quem estava com meu celular em mãos nesse período? Ah é. Verdade. O intrometido filho da puta.
Invado seu quarto, sem nem pedir licença, o ouvindo gemer, eu acho. É o que parece mesmo?
Sabe o que eu acho engraçado? Não estava gemendo qualquer coisa.
- Eliza - meu nome? Porra! Esse maldido está batendo uma para mim? Que merda é essa?
Sinto que ele notou a minha presença mas continua, que cara estranho. Sendo sincera.
- Quer uma foto, Amor?
- Não obrigada, não quero a foto de um cuzão na minha agenda. Apenas me responda, que merda foi essa? - perguntei apontando o celular em seu rosto.
- Ué? Não foi você que mandou? - perguntou com um sorriso maléfico no rosto, sem sequer tirar as mãos do próprio membro sob os lençóis.
- Não! E você sabe melhor do que ninguém sobre isso. Só para constar eu nunca transei com esse cara! Ele vai me achar maluca agora.
- Fiz o que era melhor para você. Ou você fica com quem te merece ou morre sozinha!
- E quem me merece?
- Acredito que eu mesmo mereço o prazer de tocá-la e fazer você se sentir nas nuvens sem sair do chão, amore.
- E eu discordo em tudo isso. Prefiro arrumar um vibrador.
- Certo querida, eu uso ele em você!
- Vá se foder seu pau no cu! Arrombado! O que eu fiz para você querer tanto uma coisa dessas?
- Querer você? Eu olho para você e fico duro. E você pode estar sei lá, com o pijama mais vergonhoso possível, minha mente vai imaginá-la sem roupa alguma, bem onde deveria estar.
- Isso se chama tesão! Quer resolver? Contrata uma puta! Não vou dormir com você! Nunca.
- A puta vai ter de se parecer muito contigo para que dê certo. Só uma vez, deixa eu te foder uma vez e depois disso seguimos nossas vidas. Se você gostar, podemos ir quantas vezes quiser, se não, será a primeira e última vez que te vejo sem roupas.
Por um segundo, pensei com a mente. Mas no outro pensei com a umidade presente em minhas pernas. Eu preciso um pouco mais disso também. Recuperar minha juventude por tipo uns vinte segundos, que deve ser o tempo que ele dura. Tô contando com isso.
- Uma vez... depois você para de me encher o saco.
- Obrigado.
O assisto se levantar, e o lençol cai no chão, revelando uma das partes mais belas em seu corpo. Ele se aproxima lentamente, o tempo parece parado, sinto suas mãos em meus ombros, ele me vira de costas e abre o fecho do meu vestido, beijando meus ombros em seguida.
Suas mãos trabalham para que o vestido deixe de estar em meu corpo, e em cerca de três segundos estou de lingerie em sua frente. Vejo seus olhos, examinando tudo o que consigo neles.
Colando nossos corpos, nossas bocas, ele me provoca fazendo com que eu sinta a ereção na barriga. Ele nos vira um pouco, apenas para que eu esteja sentada na cama, enquanto isso, Thiago se ajoelha à minha frente, abrindo minhas pernas.
Retira de mim o que tampa sua visão, minha respiração fica ofegante em resposta. Vejo seu rosto se aproximar de minha intimidade, deitando logo em seguida, apenas para aproveitar a sensação.
Sinto sua língua passar por tudo, seus lábios sugam com força, como se fosse a última vez que sentiria esse gosto na vida. De certa forma, será a última que sentirá o meu gosto.
Eu estava bem, sentindo prazer, até me lembrar de que haveria um pau dentro de mim em pouco tempo, e tentei não mentalizar o estupro.
Até que vejo Thiago parar seus movimentos, me pergunto o que aconteceu.
- Você não quer, não é?
- Não Thiago, não quero. E não é porque não tenho tesão por você nem nada do tipo, é só o pavor de ter um homem dentro de mim de novo.
A escuridão do quarto se torna mais profunda e sinto seus braços fortes me segurarem e levantarem, me deitando no meio da cama.
- Se você desejar isso um dia, então nós faremos, até lá eu não te toco mais dessa forma, juro.
Fui coberta por uma manta macia e fresca, muito confortável. Veio em minha mente que talvez ele fosse dormir comigo na cama, mas isso não aconteceu. A porta do quarto se abriu e vi sua sombra sair por ela, sem se despedir.
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Mentiras
RomanceBaseada mais ou menos em fatos reais, acompanhamos a trajetória de Eliza Campos, uma mulher que perdeu tudo sem a mínima razão. Se vendo de uma maneira vulnerável, qualquer sentimento positivo que seja, dura poucos minutos. Ela passa a pensar que nu...