Consequências

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POV'LENA


"ACABOU LENA"

Essa frase não saia da minha mente. Eu nunca imaginei que a Kara fosse desistir de mim, pelo menos não sem me ouvir. Agora estou sozinha e com problemas.

Vou até a boate Goodnight, onde Max marcou um encontro. Assim que chego na área marcada, Edge me empurra no chão.

"Você é uma vadia Luthor!" - Ele grita.

"Eu não sabia, juro!" - Digo com medo.

"Lena... Lena... Lena, a vida da Lucy e da Imra está em suas mãos." - Jack diz. - "E você tenta nos entregar, sua vaca."

"Eu não tentei!" - Tento falar, mas sou interrompida por um tapa.

"Você vem até nós para tentar tirar as duas putas dessa bagunça, e a condição era deixar as meninas em paz. Teríamos o poder, o dinheiro e a fama da Zor'el." - Max diz. - "Você quase nos entregou." - Ele suspira. - "Iremos cumprir com nossa parte do acordo, mas você sofrerá as consequências. E a melhor parte é que a Zor'el não vai acreditar em você." - Ele sorri.

Eu estava temendo o que viria a acontecer. Eles me amordaçaram e amarraram minhas mãos.

Sinto socos, chutes e objetos sendo jogados em mim. Edge pega o cinto e me bate com a parte da fivela uma, duas, várias vezes. Não sinto mais meu corpo, não consigo parar de chorar e as tentativas falhas de gritar.

Jack me agarra pelo cabelo e estapeia meu rosto. Ele rasga minha roupa e começa a passar as mãos pelo meu corpo. Antes que ele chegue à minha intimidade, Max o tira de cima de mim.

"Você não vai estuprar a vadia mais poderosa de National City, seu animal!" - Max diz.

"Ela já aprendeu, vamos." - Edge diz, e eles vão embora, me deixando amarrada.

Vejo uma faxineira passando e a grito. Quando ela me vê ali, se assusta.

"Uau, garota, você é uma das BDSM, né?" - Ela diz, me soltando.

"A senhora pode me emprestar seu celular?" - Peço com a voz falha.

"Claro." - Ela tira o celular, mas meu corpo dói e eu não consigo me mover.

Falo o número de telefone e ela faz a ligação.

"Alô."

Escuto a voz que faz meu coração disparar.

"Kah."

"O que você quer, Lena?"


"Eu preciso de ajuda, por favor."


"Lena, eu já falei para você não me procurar."


"É urgente, Kara."

"Pode me dizer o que está acontecendo."

"Senhorita, eu encontrei sua amiga amarrada. Ela está ferida e com vários hematomas. Se você puder vir, socorre-la."


A faxineira diz a ela.


"Lena, você está aonde?"


"Goodnight."


"Estou a caminho."

"Muito obrigada." - Falo rouca.

"Não precisa agradecer, mas tenha cuidado." - A senhora diz e se retira.

POV'KARA

"Kah, você está bem?" - Sophie pergunta.

"Estou." - Falo.

"Quem era?" - Pergunta curiosa.

"Lena." - Falo.

"Ela tem que te deixar em paz, poxa. Ela faz merda e depois vem correndo atrás." - Ela diz.

"Eu vou ter que ir em Gotham com o Bruce, Sophie. Vamos deixar o cinema para outro dia, pode ser?" - Falo.

"Ok." - Ela diz. Pego minha jaqueta e saio.

Pego meu carro e vou até a Goodnight. Eles estavam arrumando tudo.

"Com licença, vocês sabem se tem uma garota por aqui? Ela é morena, olhos claros." - Pergunto.

"Eu não vi nenhuma garota, mas algumas horas atrás saíram três rapazes dos quartos lá em cima." - A moça fala.

Subo à procura da Lena, mas vai demorar. Eu não sei onde ela está.

"Olá, você está procurando sua amiga?" - Uma senhora me pergunta.

"Isso, a senhora sabe onde ela está?" - Pergunto.

"Terceiro quarto à esquerda." - Ela diz.

Chego no quarto. Lena está nos pés da cama, com hematomas por todo corpo e alguns cortes.

"Lena." - Me aproximo.

"Kah, me ajuda." - Ela fala baixo.

"Eu estou aqui." - Falo.

Vejo a roupa dela rasgada no chão. Tiro minha jaqueta e a visto nela com cuidado.

"Você quer ir a algum lugar?" - Pergunto.

"Me tira daqui, eu não quero ficar aqui." - Ela fala.

Pego ela no colo e saio da boate. Coloco ela no carro e vou em direção à mansão Luthor.

"Não, por favor." - Ela diz quando paro na casa dela. - "Eu quero ir para um lugar bem longe, não me faça ter que explicar agora." - Ela me implora.

"Tudo bem, mas eu preciso pegar algumas coisas suas." - Falo. - "Fica aqui, eu vou conversar com seus pais."

Entro na mansão. Estou com medo de Lionel me expulsar, mas eu tinha que encarar isso uma hora ou outra.

"Olá, Kara." - Lilian diz.

"Podemos conversar?" - Peço, e ela assente. Me leva ao escritório do Lionel.

"Kara." - Ele diz sério e aponta para eu me sentar.

"Eu sei que o senhor e meu pai estão irritados comigo. Eu peço perdão, mas foi um ataque de fúria. Eu pretendo resolver depois." - Falo.

"Você pode explicar melhor." - Lilian pede.

"Naquele momento que você chegou, Lena e eu estávamos tendo uma briga, e ela disse umas coisas que me deixaram irritada." - Falo. - "Mas o senhor não precisa se preocupar, eu vou me responsabilizar pelos meus atos, e espero que a parceria entre as nossas empresas possa continuar. Eu e Lena vamos criar um projeto novo que seja prioridade futuramente." - Digo. - "O senhor pode me dar esse voto de confiança?" - Pergunto.

"Claro." - Ele diz. - "Mas onde está a minha filha?"

"Esse é o outro motivo para eu estar aqui." - Falo. - "Gostaria da permissão de vocês para Lena viajar comigo. Estamos tentando fazer dar certo, e no momento, em National City, gostaríamos de passar um tempo a sós." - Falo.

"Tudo bem, Kah, mas cuide da minha garota." - Lionel diz.

"Com minha vida." - Falo.

Subo ao quarto da Lena e pego algumas roupas nossas e itens de higiene.

Coloco as coisas no porta-malas e ligo o carro.

"Onde você vai me deixar?" - Lena pergunta.

"Nós vamos viajar." - Falo.

"Nós?" - Ela pergunta com um sorriso, e eu assinto.

Mando mensagem para meus pais e falo o mesmo que disse a Lionel. Eles concordam.

Minha família tem uma casa em Opal City, onde pretendo passar alguns dias com a Lena.

Assim que chegamos, guardo o carro na garagem e pego as malas e Lena no colo, levando-a para o quarto.

"Onde estamos?" - Lena pergunta.

"Interior de Opal City." - Falo. Vou ao banheiro e preparo um banho. Pego a caixa de primeiros socorros e vou até Lena.

"Isso vai arder um pouco." - Avisei.

Limpo as feridas e a levo para o banho.

"Eu vou fazer algo para comermos." - Falo e saio.

Faço um macarrão à milanesa, um suco de maracujá e um cheesecake para sobremesa.

Estou arrumando a mesa quando ouço um barulho.

"Aí!" - Escuto na escada e corro lá.

"Lena!" - Repreendo. - "Por que não me chamou?" - Falo.

"Eu já estou te dando trabalho demais." - Ela diz, e eu a pego no colo.

"Ainda bem que tem o kit de primeiros socorros na cozinha, eu posso terminar de cuidar de você." - Digo.

Faço curativos nos cortes e passo pomada nos hematomas. Sirvo nossa comida e sentamos para comer.

"Vai me contar o que aconteceu?" - Pergunto.

"Podemos falar sobre isso amanhã." - Lena pede.

"Tudo bem." - Falo.

Comemos em silêncio. Assim que terminamos, subimos para o quarto.

"Você se importa se eu te abraçar?" - Lena pergunta com receio.

Não falo nada, só a puxo para meu peito e abraço sua cintura.

"Eu te amo, Kah. Eu juro que não fiz nada por mal. Espero que possa me perdoar." - Lena diz.

"Conversamos amanhã." - Falo e beijo sua testa.

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