Cap 2 - Poderes.

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- Não sabemos o que aconteceu.
- Como vocês deixaram isso acontecer? vocês só tinham a missão de ficar de olho no túmulo da minha filha e vocês deixam alguém roubar o colar de Jasmin.
- Vamos fazer de tudo para recuperar ele de volta.
- Vocês sabem quem roubou?
- Parece que foi um adolescente.
- Um adolescente?
- Sim, pelas filmagens ele era jovem.
- Preciso ver a filmagem, daqui 20 minutos estou ai.
- Tabom.

Desliguei o celular e voltei para o palco.

"Que esse ano seja de muito aprendizado para todos vocês e aos novatos sejam bem vindos a escola dos elementos"

Dei um sorriso e eu percebi que os alunos veteranos achararam estranho o meu discurso super rápido, sai do palco e caminhei até minha sala, peguei as chaves do carro e fui até o estacionamento.

- Eu não acredito que isso está acontecendo. - bati no volante.

Quando fui colocar meu cinto me assustei com alguém batendo na janela.

- O que foi Pandora?
- Vó eu preciso continuar aquela nossa conversa.
- Agora eu não posso Pan.
- Na verdade você nunca pode. - abaixou a cabeça.
- Prometo que quando eu voltar eu converso com você. - sorri.

Acelerei o carro e fui até o cemitério aonde estão enterrados nosso povo.

- Senhorita Kira. - se aproximou.
- Como isso pode ter acontecido?
- Eu sinto muito, foi um descuido nosso.
- Eu pago vocês para cuidar do túmulo da Jasmin e vocês deixam isso acontecer, estou furiosa.
- Não queremos ver a sua fúria, vamos dar nosso jeito.
- E como?
- Não sabemos ainda, vem... vamos até minha sala olhar a filmagem das câmeras.

Entrei na sala do Mustafá, me sentei na cadeira e ele virou o monitor para que eu veja.

- Essa filmagem está horrível. - me aproximei do monitor.
- Sim, esse jovem usou sua habilidade com o ar pra fazer uma ventania.
- Então esse jovem é um de nós?
- Sim, ele é dobrador de ar.
- Por que ele queria tanto o colar da Jasmin? se arriscar assim desse jeito.
- Ele deve saber o poder do colar.
- Isso só pode ser um pesadelo. - bati na mesa.
- E a Pandora? ela está bem?
- Ela vai ficar... eu acho.

A filmagem era a mesma coisa que nada, estava horrível de ver alguma coisa, mas algo me chamou atenção.

- Perai...- me aproximei.
- O que?
- Volta mais um pouco.
- Aqui?
- Mais um pouco.
- Pronto.
- Eu conheço esse símbolo.
- Parece o símbolo.
- Sim, da escola.
- Então é alguém da escola, mas porque faria isso? será que a Pandora contou algo?
- Não, a Pandora não sabe de nada e vai continuar sem saber.
- Você não acha que ela mereça saber? ela não é mais uma criança.
- Mustafá sua única obrigação é cuidar da minha falecida filha, da minha neta cuido eu.
- Tudo bem, não está mais aqui quem falou.
- Obrigada, preciso ir agora, se tiver mais alguma informação me ligue.
- Você acha que o jovem vai saber ativar o poder de Jasmin?
- Eu espero que não.

Me levantei da mesa, sai do escritório do Mustafá e caminhei ate o túmulo da Jasmin.

- Filha eu sinto muito. - sussurrei.

Dei um beijo na foto dela que estava estampada no túmulo e voltei para a escola, tem um traidor nela e eu vou descobrir quem é.

Pandora

Minha vó não me escuta e isso me chateia, eu preciso entender o que está acontecendo comigo e ela é a única pessoa que pode me ajudar.

Caminhei até pátio e me sentei isolada de todo mundo, precisava pensar.

- O que você está fazendo aqui sozinha? - Nada, apenas pensando.
- Se pensar demais vai acabar enlouquecendo. - riu.
- Digamos que já estou enloquecendo. - ri.
- Aconteceu alguma coisa?
- Os meus poderes.
- Hum... o que tem eles?
- Eles estão desaparecendo.
- Impossível Pandora.
- Olha isso.

Fiz o movimento com as mãos e a água perdeu a força e caiu.

- Viu?
- Talvez você precise treinar mais.

Ele passou a mão no chão, pegou a água e começou a balançar ela de um lado para o outro.

- Ok exibido. - ri.
- To brincando só.

Ele pegou a água e jogou dentro de um copo na mesa do lado.

- E então... - sorriu timidamente.
- Como foi suas férias?
- Foram boas, seriam melhores com você.

Senti minhas bochechas corarem, não acredito que ele acabou de falar isso na minha frente.

Esse é o Brandy da tribo água, crescemos juntos e digamos que ele era meu melhor amigo até a gente acabar se envolvendo por alguns meses, tudo começou a ficar muito intenso e eu decidi me afastar, não queria me magoar e afinal éramos apenas amigos.

- Para de graça. - sorri timidamente.
- Estou falando sério, lembrei da nossas ferias passadas, foram incríveis.
- Realmente foi, sinto saudades das nossa aventuras... como amigos. - ri.
- Ok, já entendi. - riu.
- Bom preciso ir agora.
- Você como sempre fugindo de mim.
- Não, não é isso, é que eu acabei de ver minha vó chegando. - olhei pra janela.
- Tudo bem, vai lá.
- Até mais.- me levantei.
- Até.- sorriu.

Caminhei até a entrada da escola e fiquei esperando minha vó aparecer.

- Vó. - chamei.

Ela veio andando na minha direção e parou com os braços cruzados.

- Vem, vamos conversar.
- Finalmente.

Entramos na sala dela, ela se sentou no sofá ao lado da janela e eu me sentei do seu lado.

- Vó eu estou preocupada.
- Minha querida isso acontece mesmo, você vai ter seus poderes de volta, é apenas fase.
- Fase?
- Sim, todo jovem passa por essa fase e agora é a sua vez.
- O Jack não teve essa fase. - questionei.
- O Jack é um dobrador de 2 elementos, ele é poderoso.
- E eu não sou?
- Não foi isso que eu disse, apenas disse que ele...
- Eu já entendi, ele é mais poderoso do que eu. - abaixei a cabeça.
- Você está colocando palavras na minha boca Pandora, você e seu irmão são pessoas completamente diferentes, para de se comparar.
- A vida toda eu fui comparada com ele "ahh pq o seu irmão tem dois elementos e você não" "ele é melhor que você" "ele é mais habilidoso e poderoso"
- Não seja tão besta Pandora, já te disse que isso é fase e logo vai passar, continue treinando suas habilidades e estudando, agora eu preciso ficar sozinha. - se levantou.

Não respondi ela, sai da sala e bati a porta com força, minha vó nunca me escuta, se fosse o Jack ela estaria desesperada porque o netinho querido dela estava perdendo seus poderes.

Caminhei até o meu dormitório e acabei sentindo uma tontura, segurei na parede e abaixei a cabeça.

- O que está acontecendo? - pensei alto.

Fechei os olhos, senti meu coração acelerando e meu corpo ficando mole, depois disso não lembro de mais nada.

- PANDORAAAA. - gritou.

A escola dos ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora