Capítulo 1 - Caminho perigoso.

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Seguro a respiração e mergulho no mar. A água escura emerge quando volto à superfície, boiando contra uma leve correnteza. O clima aromatizado das vendas próximas à orla aguçam os meus sentidos e faz meu estômago roncar. Saio da água, colocando meu cabelo castanho avelã de lado, apertando-o com as mãos, retirando o excesso de água.

Visto meu shorts. Todo mês minha família costuma vir para Salvador após o fim das provas e o início do verão para visitar parentes distantes. Passo a maior parte do tempo na praia. Quando não estou na água, estou ajudando os comerciantes locais.

Minha mãe Clarisse é presidente do banco do Brasil e meu pai é seu sócio. Além de mim, tenho mais dois irmãos, Valentina de cinco anos e Rian de vinte. Em geral, minha família é bem estruturada e graça aos esforços de meus pais posso dizer que tenho tudo o que quero.

A orla não é mais segura. Pequenos delinquentes agem em bandos e tomam para si o que não é deles. Ao contrário do que muitos pensam, eu não tenho medo.

A poucos metros dali, um furto ocorre. Dois jovens puxam a bolsa de um turista e correm na minha direção, atropelando quem estava à sua frente e me derrubado no chão. Observo-os enquanto fogem, atravessando a rua sem olhar para os lados.

Ladrãozinhos de merda, você está bem moça? me coloco de pé batendo as mãos.

Estou. Quem são? me viro para o comerciante.

Eles podem ser chamados de Capitães de Areia.

Capitães de areia, nome estranho para se dar a uma gangue de criminosos. falo.

Olho para o relógio e são cinco e quarenta da tarde. Tenho apenas vinte minutos antes que meu pai perceba que fugi e mande meu irmão atrás de mim. Por outro lado, ainda há um lugar que tenho que ir e voltar para casa vai ter que esperar.

Atravesso a rua com a minha ecobag no ombro e sigo pela calçada de paralelepípedo, subindo a subida até o fim da rua. Já não aguento mais e paro para respirar, eu continuo. Viro a esquerda e depois para a esquerda de novo. E finalmente, me encontro na entrada da comunidade.

Subo pelas escadas estreitas e caio em um beco sem saída, retorno o meu caminho entrando em mais becos até estar totalmente perdida em uma viela suja e aparentemente abandonada.

Merda.

Perdida docinho. viro-me de costas para uma legião de homens que me cercaram e giro sobre meus pés segurando minha bolsa. Passa a bolsa. não passo. Anda porra. o homem aponta uma arma e eu tremo. Jogo minha ecobag em seus braços e o vejo jogando minha tolha, minha blusa, o protetor solar e meu livro no chão. Depois, chutou. Cadê a grana?

Eu não tenho nada.

Revistem-a. ⏤ manda.

O que? Não não, me toquem. desvio das mãos daqueles homens quando eles tentam me agarrar. De repente, bombinhas são soltas no céu e, eles param, alguém segura o meu pulso e me puxa para longe quando eles estão distraídos. Me solta, me solta.

⏤ Cala boca garota, quer que eles te ouçam daqui? ⏤ paro de gritar quando o garoto me solta e fica de frente para mim.

⏤ Quem são vocês? olho para os outros dois garotos presentes ali. Pera, não falem, acho que eu estou reconhecendo vocês dois. aponto para o garoto da esquerda e o da direita. O menino do meio me interrompe.

Por que subiu aqui?

⏤ Vim atrás deles. ⏤ olho para os dois meninos novamente me recordando de onde os vi. ⏤ Eles estavam roubando lá na orla e eu pensei que, se eu falasse com o líder deles eles parariam com isso...

⏤ Bala a gente pode explicar. ⏤ se entrega um dos garotos, caramba, e eu nem tinha certeza.

⏤ Não importa, levem ela até a saída. ⏤ estou surpresa com seu descaso, como assim ele não vai falar nada? E porque eu estou esperando que o líder de uma gangue proteste contra seus aliados? ⏤ Hoje te salvamos. Mas se você subir aqui de novo, você pode se dar muito mal, princesa...

Eu não tenho muita noção de como são as gírias na Bahia, estou escrevendo essa história por diversão, portanto não esperem que a obra tenha muitas dessas 'gírias'.

Não vou seguir fielmente o filme

FearlessOnde histórias criam vida. Descubra agora