tenho medo de parecer ridícula, mas não há como evitar essa parte do meu ser.
me permitindo ser ridícula, eu me descubro. sentindo esse desconforto, de como se a minha pele estivesse exposta pelo avesso, em um sol de 50 graus.
me permitindo ser ridícula, gaguejando, e ao errar, sentindo a vergonha que nada me acrescentará.
ser ridículo as vezes é tudo que precisamos. chorar sem entender ao certo o porquê, tentar explicar os motivos e nada saber dizer.
errar o passo de dança, ser rejeitado quando vulnerável me ponho a ser.
sendo ridícula eu sou forte, pois descubro onde arde e onde vai doer. descubro que sou tão humana quanto você. coloco luz nas minhas sombras que vêm a tona tentando me esconder.
sendo ridícula eu sofro, e me levanto buscando entender. ser ridícula faz parte, e ridículo nenhum ser humano está isento de ser.
não existe super ser humano, super homem ou super poder. o que existe são pessoas, que erram e tentam esconder.
escondendo o quanto sou ridícula, não me permito viver, não me permito errar, não me permito aprender.
não me permitindo ser ridícula, ridícula no pior sentido me ponho a ser.
me torno ridícula para mim mesma, escondendo meus erros de todos, mas quando estou sozinha não há pra onde correr.
que ridículo simular o que deveria ser apenas viver. apontando os erros alheios, pensando que assim os meus ninguém conseguirá ver.
me afastando de mim, me afasto de todos e da vida que penso querer viver.
que coragem é ser ridícula, pensei que isso não existia, mas hoje eu tenho um super poder.