Basement of Despair

Mudanças

Sinto uma dor forte na cabeça.

– Porra o que aconteceu?

Aos poucos minhas memórias se formam e eu me forço a lembrar, eu fui atacada e sequestrada por um cara que tinha uma van, ele estava usando uma máscara e havia alguns balões pretos eu acho...

Olho para os lados, um porão. Ótimo, os filmes de terror que eu vi na minha vida finalmente fazendo efeito. Ouço barulho de descarga e me levanto ficando em alerta.

– Caramba você acordou mesmo.

– Ai meu deus, você é o Vance hopper.

Ele me olha surpreso.

– Você me conhece?

– Claro que conheço, seus pais eram amigos do meu Pai, fora que estávamos na mesma sala.

– Eu não costumava ficar com minha família...

Ele abaixa a cabeça, sinto que ele queria falar mais alguma coisa, mas logo em seguida a porta se abre revelando o sequestrador, com um bandeija mostrando comida para dois. Ele estava agora usando uma máscara com chifres e o chapéu havia sumido.

Ele joga um jornal no chão.

– É uma foto e tanto.

Eu pego com receio, olhando ele fixamente por precaução, eu estava na frente do jornal era uma foto minha com o olho roxo. Lógico que meu Pai não teria outra, o que ele deve estar fazendo para me procurar?

– E você, pra cima.

Vance segue o sequestrador sem dizer nada, ele parecia apático, calmo... diferente do garoto com a personalidade forte que eu conheci.

– Não, espera!

Corro para a porta se fechando, bato nela com força sentindo cada pedaço da minha mão doer.

– ME TIRA DAQUI!

Chuto a porta e mexo na tranca.

– Por favor me tira daqui...

Fico de joelhos, a bandeija ao lado com comida e um refrigerante. Bebo o conteúdo e não como o que ele havia preparado.

– Tem que ter um jeito de sair daqui.

Dou uma volta pelo lugar, alguns tapetes, uma janela, uma parte quebrada do chão.

Eu poderia cavar pro outro lado, para sair de baixo da casa, mas demoraria muito.

Um vaso sanitário e uma parede surrada, havia uma passagem.

– É um cômodo diferente.

Uma parte quebrada que dava para um grande Frezeer com carnes congeladas.

– Ótimo, eu não tenho força pra isso.

Mas talvez o Vance tenha tentado e no final não deu certo, preciso pensar em outra coisa.

Volto e me sento na cama, minha mente pensava agora em Vancer.

Me pergunto o porquê dele ter ido sem ao menos brigar, e o estado que ele estava era diferente, ele não parecia o Vancer brigão que tirou sangue de um garoto por causa de um jogo.

Ele deve estar aqui a tanto tempo, vamos ter muito com o que conversar.

[...]

– Eu não fiz nada dessa vez, eu juro.

– Eu não vou te machucar.

Ele coloca uma mecha do meu cabelo para trás.

– Seu cabelo cresceu nesses últimos 10 meses. Nunca se perguntou por que eu te mantenho aqui?