Be less noisy - Caitvi

05

Vi tomou banho pensando na Caitlyn, comeu seu jantar atrasado pensando na Caitlyn e se jogou no sofá para ver algo, ainda com a cabeça na Caitlyn.

Ela estava inquieta, e precisava urgentemente entender o que a azulada queria falar com ela.

Parece que a vizinha ficou mais alguns minutos conversando com a tal, e depois voltou para casa. E sim, Vi tinha espiado tudo pela janela.

Ela não sabia se era ciúmes ou algo assim, mas a nova vizinha não lhe passava uma boa impressão. Ela era meio sombria e tinha uma voz que soava "manipuladora", de acordo com a rosada.

No meio de seus pensamentos, ela ouve a porta bater e salta do sofá, cheia de entusiasmo. E, como esperado, lá está Caitlyn com sua bengala, vestindo o pijama de sempre.

— Oi, Vi.

Vi tenta esconder o sorriso bobo que surge em seu rosto.

— Oi, Caitlyn pode falar.

Ela coça a nuca, um pouco envergonhada, e os sentimentos que tinha antes sobre gostar dela ressurgem.

— Na verdade, eu queria te fazer uma pergunta.

Por algum motivo, o rosto dela ficou vermelho. Vi não sabia o porquê, mas acabou concordando.

— Hum, claro, pode perguntar.

— É meio constrangedor, mas enfim...

Ela fixa o olhar em Vi, que fica vermelha ao encontrar seu olhar, agora as duas estavam com as bochechas quentes e nem sabiam o motivo.

— Minha enfermeira não pôde vir hoje, e eu preciso trocar os curativos. Não consigo esticar o braço, então preciso da sua ajuda...

Ela desvia o olhar, e a rosada compreende na hora.

— Sem problemas, sem problemas.

Caitlyn parece bem mais tranquila, então solta um suspiro.

— Obrigada, deixei os curativos no meu quarto.

Ela começa a andar na frente, enquanto Vi sai de casa e fecha a porta atrás dela.

— — —

As duas entram no quarto e, logo, Vi começa a observar tudo com um olhar discreto. Não é que ela fosse fofoqueira, apenas tinha uma curiosidade natural.

— Pode se sentar.

Ela fala enquanto se acomoda na cama, com um estojo de primeiros socorros ao lado. Dando leves batidinhas para ela se sentar, do jeito que sempre fazia.

Vi se sentia como um cachorro quando ela fazia isso, e, de algum jeito, essa ideia a deixava "empolgada".

Ela se acomodou, e num movimento ágil, Caitlyn colocou a perna sobre o colo de Vi, que se surpreendeu com o toque inesperado.

— Posso te dar umas dicas, mas... Parece que você já sabe.

Ela gesticula para as bandagens na mão de Vi, que logo capta a mensagem.

— Ah, isso aqui.

A rosada solta uma risadinha.

— Com certeza, eu sei como é.

Ela brinca, mas sem malícia.

Caitlyn coloca a caixa ao seu lado, e Vi logo começa a pensar em como proceder.

O machucado era na coxa e parecia bem dolorido. Com cuidado, a rosada começou a desfazer o curativo.

Vi olhava de vez em quando para Caitlyn, receosa de causar mais dor. A outra apenas moveu a perna uma vez e a rosada sussurrou um suave "desculpe".

— Parece que tá bem melhor.

A azulada comentou enquanto examinava o ferimento, que parecia ter tido a bala alojada, mas estava se fechando aos poucos.

— Com certeza, consigo imaginar como foi no dia.

Ela respondeu pegando a pomada que Caitlyn havia entregue a ela.

— Agora me sinto uma enfermeira de verdade.

Vi deu uma risadinha.

— Desculpa, não queria te incomodar com isso.

— Tudo bem, eu gosto de ser útil.

Caitlyn ao ouvir isso, sussurrou.

— Eu adoro quando você me ajuda.

Vi ficou vermelha, sempre estava lá para ajudar Caitlyn, seja com compras ou quando ela estava com alguma dificuldade.

— Eu também gosto de te ajudar.

Vi olhou para Caitlyn, e as duas mantiveram o olhar por um bom tempo. De alguma forma, ela sentiu uma conexão, como se houvesse um ímã entre os rostos, e quando Caitlyn se aproximou, parecia que ela sentiu a mesma coisa.

Quando os rostos ficaram bem próximos, a azulada selou os lábios. E sim, Vi estava beijando sua vizinha.

Ela não esperava por aquilo, mas o sabor doce dos lábios de Caitlyn era como uma anestesia. Ela largou a pomada no colchão e segurou o queixo da azulada, querendo aprofundar o beijo ainda mais.

Mas, infelizmente, elas foram interrompidas quando Caitlyn soltou um suspiro de desconforto. Ela se inclinou um pouco demais e sentiu uma dor aguda na perna.

— Porra, me desculpe, não era a minha intenção.

Vi disse, corando, enquanto acariciava a coxa que não estava machucada, mas só se deu conta do quão estranho isso parecia depois.

— Não, eu realmente gostei. Só que a minha perna doeu um pouco.

Caitlyn começou a rir de si mesma, e logo Vi se juntou à risada também.

— — —

A rosada finalizou o curativo em silêncio e, ao terminar, Caitlyn a acompanhou até a porta, ambas com as bochechas ainda avermelhadas.

Antes de se despedirem, elas trocaram olhares intensos, e esse olhar dizia muito sobre o que sentiam.

Desta vez, foi Vi quem tomou a iniciativa, envolvendo a cintura de Caitlyn com cuidado para não causar mais dor, e selou os lábios com os dela, que respondeu com um suspiro.

Elas não tinham certeza do que estavam fazendo, mas sabiam exatamente o que sentiam. Era algo recíproco, afinal...