A Batalha Continua...

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A lua superior observou os três pilares à sua frente, os olhos brilhando com uma mistura de desdém e cautela. Ela podia sentir a energia mortal que emanava de cada um deles; mesmo para um oni de sua magnitude, enfrentar três caçadores daquele nível exigia o máximo de sua força e astúcia. Eles não eram adversários comuns – cada um era um caçador experiente, um verdadeiro guerreiro.

Kyojuro Rengoku foi o primeiro a avançar. Sua espada brilhou ao ser erguida, incandescente, cortando o ar em um movimento rápido e feroz. A determinação ardia em seus olhos, e ele parecia disposto a dar a própria vida se isso significasse proteger seus companheiros e vencer o mal diante dele.

— Respiração das Chamas, Segunda Forma: Ascensão do Sol Ardente! — Ele rugiu, e sua voz ecoou pelo campo de batalha como um trovão. Seu golpe desceu com uma força avassaladora, um corte vertical que explodiu em chamas ao entrar em contato com o solo. A onda de calor foi intensa o suficiente para fazer a lua superior dar um passo para trás, surpresa com a força bruta do ataque.

Sanemi e Giyuu, percebendo a abertura criada pelo ataque de Kyojuro, não perderam tempo. Mesmo feridos e ofegantes, encontraram uma última reserva de energia ao ver a força inspiradora de Kyojuro. Eles avançaram ao lado dele, em uma sincronia brutal, forçando a lua superior a recuar e defender-se.

— Vocês realmente acham que podem me vencer com esse fogo de palha? — a lua superior vociferou, sua voz cheia de arrogância, enquanto suas garras se estendiam para bloquear os ataques combinados. Embora sua regeneração fosse impressionante, até mesmo ela começava a sentir o peso da pressão de três espadachins formidáveis atacando de todos os lados.

Kyojuro não se deixou intimidar. Com um sorriso confiante, ele respondeu com firmeza:

— Esta batalha é mais do que números, demônio. É sobre a vontade de proteger o que é importante. Algo que você jamais entenderá! — As chamas ao redor dele pareciam responder a essa declaração, crescendo em intensidade, como se a própria força de sua convicção as alimentasse.

A lua superior rosnou de raiva, sentindo-se insultada e provocada por aquele mortal. Ela concentrou sua energia maligna e, em um movimento inesperado, estendeu ambas as mãos e lançou uma onda de energia negra, uma rajada de pura escuridão que explodiu em direção aos três pilares. Kyojuro foi rápido, saltando para o lado para evitar o impacto direto, mas Giyuu e Sanemi, ainda se recuperando de seus ataques anteriores, não tiveram tempo suficiente para se desviar completamente e foram atingidos parcialmente pela onda.

O impacto os lançou para trás, e eles caíram pesadamente no chão. Mesmo assim, Giyuu não desistiu. Com um esforço determinado, ele cravou sua espada no chão para se apoiar e começou a levantar-se novamente. Murmurou para si mesmo, a voz baixa, mas cheia de determinação:

— Não podemos… deixar essa oportunidade escapar…

Sanemi, embora ferido, forçou-se a levantar, apertando a empunhadura de sua espada com tanta força que seus dedos estavam pálidos. O sangue escorria de um corte profundo em seu ombro, mas ele ignorou a dor. Seu orgulho e sua determinação como pilar eram maiores do que qualquer ferimento.

Kyojuro, vendo a condição de seus companheiros, sabia que precisava dar a eles um momento para se recompor. Ignorando seus próprios ferimentos, ele avançou novamente. Com uma habilidade impressionante, girou sua espada, cortando o ar com precisão e força. As chamas ao redor dele se intensificaram, transformando-se em uma verdadeira muralha de fogo, uma barreira viva que forçou a lua superior a se afastar para evitar ser consumida pelo calor abrasador.

— Respiração das Chamas, Terceira Forma: Arco Flamejante! — Kyojuro gritou, e seu ataque cortou o ar com um arco de fogo que parecia dividir a própria escuridão ao seu redor. A chama brilhou intensamente, e a lua superior deu um salto para trás, seus olhos repletos de ódio e surpresa.

Sanemi e Giyuu aproveitaram o espaço criado pelo ataque de Kyojuro para se reagruparem. Sanemi lançou um olhar feroz para o oni, os dentes cerrados em uma expressão de pura determinação. Ele rugiu, ativando a Quarta Forma de sua Respiração do Vento, enquanto Giyuu, mesmo lutando para manter-se de pé, canalizou suas últimas forças para invocar a Primeira Forma de sua Respiração da Água.

Os dois atacaram em perfeita sincronia, seus golpes combinando-se em um padrão mortal e implacável. A lua superior gritou em frustração ao sentir as lâminas cortarem sua carne em vários pontos, penetrando até mesmo sua pele regenerativa e deixando marcas profundas. Ela recuou, seu corpo coberto de cortes, e pela primeira vez, seus olhos brilharam com uma centelha de incerteza.

— Vocês… — Ela começou, sua voz tremendo de raiva e dor. Cambaleava ligeiramente, o corpo tentando desesperadamente se regenerar dos ferimentos graves, mas o ataque sincronizado dos três pilares tinha sido como nada que ela já havia enfrentado. Mesmo com sua resistência, ela começava a sentir o cansaço, uma sensação que não experimentava havia séculos.

Kyojuro, mantendo um sorriso confiante, deu um último passo à frente. Ele ergueu sua espada mais uma vez, suas chamas tão intensas que iluminavam o campo de batalha, dissipando a escuridão em um raio ardente.

— Este é o fim para você, criatura das trevas. Em nome de todas as vidas que você tirou, nós não permitiremos que continue! — Sua voz era como um trovão, carregada de uma determinação inabalável. Sanemi e Giyuu ficaram lado a lado com ele, cada um com a espada pronta para o golpe final.

A lua superior olhou para os três com um ódio fervente. Ela sabia que, naquele momento, estava em desvantagem. As palavras de Kyojuro e a presença implacável dos três pilares haviam abalado sua confiança. Com um último olhar de desprezo, ela soltou um grito gutural, sua voz ecoando pela floresta, e desapareceu na escuridão, deixando o campo de batalha para salvar sua existência.

O silêncio caiu sobre o local. Por um momento, tudo o que se podia ouvir era o som das respirações pesadas dos três pilares, exaustos e feridos, mas vivos. Sanemi, com a respiração ofegante, caiu de joelhos, suas forças finalmente esgotadas. O orgulho ainda brilhava em seus olhos, mas ele sabia que não teria resistido por muito mais tempo.

Giyuu também caiu, apoiando-se na própria espada, seu rosto pálido e cansado. Ele ergueu o olhar para Kyojuro, que, apesar dos ferimentos, ainda mantinha um sorriso calmo e determinado.

— Bom trabalho, companheiros, — Kyojuro disse, a voz baixa, mas carregada de alívio. — Conseguimos… pelo menos desta vez.

Sanemi deu uma risada rouca, cansada, mas satisfeita. — Você… sempre otimista, hein, Rengoku? — Mesmo exausto, havia um tom de admiração em sua voz.

Giyuu não disse nada, mas olhou para os dois com um olhar de respeito. Mesmo que não fossem amigos íntimos, naquele momento, sentiam uma conexão profunda, um entendimento silencioso de que todos haviam arriscado suas vidas por um bem maior.

Os três se sentaram no chão, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Sabiam que aquele não era o fim; a lua superior escapara, e havia a possibilidade de ela retornar mais poderosa e sedenta de vingança. Mas, por ora, haviam vencido. E, enquanto respiravam o ar frio da noite, sentiam a paz temporária que a vitória lhes trouxera.

Continua…

𝐎 𝐄𝐜𝐨 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora