𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐌𝐄 𝐁𝐀𝐂𝐊 - Nishimura Riki

03

— NARRAÇÃO ༝༚

O seu corpo queimava, os lábios dele em sua pele a arrepiavam, e o cheiro dele a deixava embriagada. Os lábios dele percorriam e beijavam cada canto de seu corpo, suas mãos quentes passavam por cada pedacinho dela; seu corpo e seu coração eram totalmente dele. Sua mente estava nublada para pensar naquilo, e seu corpo inteiro suava. Os lábios carnudos dele beijavam seu corpo como se fosse a última vez. Você ouvia os sussurros de sua voz rouca em seu ouvido, o olhar marcante, os lábios carnudos; não sabia se era mais um sonho com Nishimura.

Era um sonho?

Ela acordou frustrada, e seu corpo inteiro estava suado. Todas as noites tinha quase os mesmos sonhos com o japonês que até então não sabia dos sentimentos dela. Ela já estava enlouquecendo, enlouquecendo por ele.

— KWON S/N POINT.

— E sério Kwon? Você sonhou com ele beijando todo o seu corpo? — Eu tampei a boca da Yves; ela praticamente estava gritando.

— Você tá louca? Por que você tá gritando? E não foi assim. — Revirei os olhos e tirei minha mão da boca da garota.

— Inclusive, o que você e Nishimura conversaram ontem? — Mordeu a ponta do lápis.

— Nada demais, era só que semana que vem eu vou passar uma semana na casa dele porque meus pais e meu irmão vão viajar. — Eu disse frustrada.

— Isso é uma chance pra você se declarar pra ele! — Ela levantou seu lápis e sacudiu meu corpo.

— Sem chance disso acontecer, Yves. — Meu coração acelerava só de pensar na possibilidade disso acontecer.

— Qual é garota, você não é uma santa. E caso ele te rejeite, apenas se faça de sonsa. — Virou-se para frente quando vimos o professor entrar na sala de aula.

Olhei para o canto da sala e vi Riki de cabeça baixa, como se estivesse pensando em algo. Seu olhar, que antes estava baixo, encontrou o meu; até ele desviar o olhar quando seu colega chamou sua atenção.

Que inferno.
                                             [...]

— O que você tanto pensa? — fui tirada dos meus pensamentos pelo garoto que apareceu à minha frente e se sentou ao meu lado.

Eu estava em um lugar escondido da biblioteca, que quase ninguém tinha acesso, ou pelo menos era o que eu achava.

— Nada demais, Riki. E você, o que faz aqui? — tentei analisar o garoto.

— Gosto de ficar aqui para pensar. — Sua voz estava mais rouca do que o normal.

Um silêncio confortável pairava naquele ambiente; ele olhava para a parede à nossa frente. Inclinei meu pescoço para trás, encostando-me à parede de livros atrás de mim, sentindo seu olhar queimando em mim.

— Tem algo no seu pescoço. — Ele apontou para a minha pele.

— Aonde? — perguntei desesperada.

— Aqui, calma, fica quietinha.

Ele se inclinou o suficiente para eu sentir seu hálito quente em meu pescoço; seus dedos beliscaram minha pele. Eu tentava ao máximo segurar a respiração. Ele logo voltou à sua posição e olhou para o meu rosto, que estava suando.

— Era só um pedaço de cabelo. — Ele soltou um riso fraco. — Tava com medo de eu te beijar?

Arregalei os olhos.

Merda, Nishimura Riki.

Ele se inclinou novamente perto de mim; seu hálito batia em meu rosto. Ele colocou sua mão em meu queixo e levou meu rosto para mais perto do seu. Nossos rostos estavam tão próximos que suas bocas estavam perto o suficiente da minha. Nossos lábios finalmente se encontraram; seu outro braço puxou minha cintura para mais perto do corpo dele. Seus lábios começaram a se mover nos meus; ele chupava o canto da minha boca e finalmente pediu passagem para sua língua. Nossos lábios faziam uma ótima sincronia; era como se fossem feitos um para o outro. Colocou os dois braços na minha cintura, me puxando para seu colo; suas mãos apertavam a carne da minha cintura com força, e seus lábios não queriam deixar os meus. O gosto dos seus lábios estava me viciando apenas com um beijo. Puxei seu cabelo para trás e voltei a beijar seus lábios com mais vigor; meu corpo todo estava quente e o dele ainda mais. O japonês me apertava contra ele como se eu fosse fugir.

Ele afastou os lábios dos meus e desceu beijando meu pescoço; mordeu-me com a ponta dos dentes, fazendo-me soltar um gritinho de surpresa. Voltou aos meus lábios iniciando outro beijo; ele beijava meus lábios como se fossem a coisa mais preciosa do mundo. Porra, aquele garoto estava me enlouquecendo apenas com os seus lábios.

O sinal tocou.

Merda.

— Porra. Que merda eu tenho na cabeça? — Ele ajeitou os cabelos para trás e passou a mão pelo rosto frustrado. — Não era pra isso ter acontecido. Finja que isso nunca aconteceu entre nós dois, Kwon; foi algo momentâneo.

Ele me tirou de seu colo e saiu, me deixando sozinha, frustrada e tentando processar o que aconteceu segundos atrás.

Que inferno.
    
                                               🐈‍⬛

Quem amou? Foram poucos palavras mais o suficiente pra deixar vocês de boca aberta. 🙂‍↔️