Se fossem outras circunstâncias, Momo poderia pensar em respeitar a ideia de Lisa de falar diretamente com a filha e lhe contar a surpresa. Mas não eram, e Momo não devia nada a Lisa, e sabia que aquele assunto era sério o suficiente para não ser tratado daquela forma. Koko merecia uma conversa séria com alguém que respeitava seus sentimentos, não uma bomba jogada no colo por alguém que nunca esteve por perto.
E, sendo sincera, Momo não fazia ideia de qual seria a reação da filha. Quando as coisas de fato aconteceram e Lisa as abandonou, Koko era muito pequena para ter memórias. Enquanto crescia, suas tias ajudaram a tornar a necessidade de outra mãe inexistente. Quem precisaria de duas mães quando tinha Momo como mãe e Mina e Sana como tias? Mas, obviamente, Koko sabia da existência de Lisa. Sempre que tinha perguntas a fazer sobre a mãe ausente, Momo estava pronta para responder. E, como isso só começou a acontecer vários anos após Lisa deixá-las, Momo teve tempo para amadurecer a ideia de como trataria o assunto com a filha. Não queria que a filha visse a outra mãe como uma vilã, mas também não passaria pano para as atitudes de Lisa. E sabia que Koko cresceria e aprenderia a ter o próprio julgamento da situação.
Atualmente, Koko tinha uma relação mínima com a outra mãe. A tratava com respeito, deviam se falar no telefone no máximo três vezes por ano. Momo achava que fazia três anos desde que Lisa esteve na Coréia e viu Koko presencialmente pela última vez. Koko já tinha crescido muito desde então, perdeu a fisionomia de criança e já tinha cara de quem estava na vida adolescente fazia uns bons anos. Em dois anos a filha teria 18.
Após pensar muito, Momo parou no mercado e comprou todos os tipos de besteiras que elas gostavam de comer juntas. Pegou Koko no apartamento de Sarang, e, no caminho para casa, a filha contou animadamente tudo que fez naquela noite com ela, Saebi e Jeemin.
Quando estavam entrando no prédio, Momo apenas pôde torcer para que não encontrassem Lisa no caminho. E, por sorte, deu tudo certo. Quando chegaram, Momo resolveu não titubear. A filha foi tomar banho, e Momo a esperou sentada em um dos bancos altos da ilha da cozinha.
Koko logo apareceu em roupas confortáveis, uma toalha no topo da cabeça, envolvendo os cabelos longos.
— Filha, pode vir aqui? — Koko olhou para ela e foi andando até lá, arrastando suas pantufas de Opanchu pelo chão. Logo estava sentada no banco ao lado da mãe.
— Tá tudo bem? — Koko a encarou com aqueles olhos que lembravam muito os seus pŕoprios. Momo esticou a mão e ajeitou alguns fios de cabelo molhados que escapavam da toalha. — Cê tá me assustando.
Momo deu uma pequena risadinha.
— Não é nada disso, relaxa, meu amor. Apenas preciso te contar algo que não sei como você vai receber, e é algo que, se você não quiser, não vai afetar em nada a sua vida, eu prometo.
— Fala logo, mãe — Koko emburrou a face. — Sabe que eu fico nervosa.
— Tudo bem, me desculpe. Sua mãe vai se mudar.
Momo viu as sobrancelhas da filha quase se unirem em confusão. Koko fez uma cara de quem realmente estava se esforçando para entender a informação recém recebida.
— Você... vai se mudar? Como assim?
Momo mordeu os lábios, pois achou aquilo um pouco engraçado. Por outro lado, talvez também fosse um pouco triste. Koko sequer cogitou que a informação pudesse se tratar de sua outra mãe. Ao ouvir a palavra, imediatamente pensou em Momo.
— Não, meu bem. Se eu fosse me mudar você faria parte dessa decisão. É a sua outra mãe, Lisa. Ela me contou que vai voltar para a Coréia e que já comprou um apartamento no mesmo prédio que o nosso.
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choosing a mother
Fanfiction[ DAHMO or NAMO ] romance | família | triângulo Hirai Momo não estava muito preocupada com sua vida amorosa. Tem uma filha de 16 anos e um emprego satisfatório. Dinheiro, felicidade e saúde estão longe de serem problemas. Mas, ao mesmo tempo que su...