5 - Até o diabo é amigo da minha ex.

208 45 31
                                    

Momo estava relativamente mal humorada quando chegou para o trabalho naquele dia. Seokmin a encarava de canto de olho enquanto trabalhava. Momo não estava dando muita bola para ele e a cada dois minutos soltava um suspiro que o rapaz não conseguia entender muito bem qual era o motivo. Parecia focada e ao mesmo tempo completamente ineficiente. Não saía da mesma página no computador faziam vinte minutos.

Ele empurrou sua cadeira para trás e saiu da sala sem que Momo sequer percebesse.

Muitos pensamentos rodeavam a mente de Momo. Questões sobre o retorno de Lisa, todas as suas preocupações com Koko. Até mesmo pensava sobre Sana e a tal de Jihyo. Ela não percebeu que estava tão mal-humorada até ouvir uma voz diferente no ambiente.

— Momo, boa tarde — ela se virou, pronta para tentar cortar o assunto o mais rápido possível e mandar a pessoa embora, mas se surpreendeu ao ver o suave sorriso de Dahyun.

— Oi, Dahyun — Momo pensou que, talvez se aquela mulher estivesse nos seus pensamentos ao invés de todas aquelas outras coisas, ela estivesse mais bem humorada.

— Seokmin foi falar comigo e disse que-

Momo bufou, cortando Dahyun. A outra a encarou com certa curiosidade, uma sobrancelha suavemente arqueada.

— Não acredito que ele fez isso mesmo.

Hirai enterrou as mãos no rosto e sentiu vontade de ir atrás de Seokmin e jogá-lo do quinto andar do prédio da empresa. Não acreditava que ele tinha sido capaz de ir chamar Dahyun porque viu que Momo estava um pouco mal. Como se aquilo fosse resolver alguma coisa.

Dahyun fechou a porta atrás de si, e as duas ficaram sozinhas na sala. A coreana pareceu hesitante em se aproximar, mas logo tomou a cadeira de Seokmin e a puxou para perto de Momo.

— Você precisa conversar?

Momo levantou o rosto e olhou para ela. Dahyun tinha um olhar calmo e ao mesmo tempo preocupado. Momo se perguntou a quanto tempo Kim reparava nela e Momo não reparava de volta. E também se questionava como poderia não reparar? Achava que a primeira vez que realmente olhou para Dahyun com uma mínima pontada de curiosidade foi no dia do aniversário de Koko, no restaurante.

— Está esperando que eu te assuste, me dando uma sessão de terapia antes de me chamar para sair?

Dahyun riu um pouco, as bochechas tomaram um pouco de cor.

— Não vai me assustar. Fiquei preocupada.

Momo duvidou que aquilo tudo não fosse realmente assustar Dahyun. E ainda ponderou que não deveria falar, pois poderia cortar pela raiz algo bom que nem sequer tinha começado. Mas em seguida se tocou que, se aquilo realmente assustasse Dahyun, então era melhor que nada nem realmente começasse.

— Sabe... tive a Koko com minha ex mulher. Acho que já tem uns 14 anos que não estamos juntas, e ela nos largou, mas agora voltou subitamente e parece que quer estar presente na vida de minha... de nossa filha. Isso é um bocado estressante.

Dahyun fez um pequeno bico pensativo e Momo se questionou o que poderia estar passando pela cabeça dela.

— Como ela está sendo? Quero dizer, sua ex mulher.

Momo sacudiu os ombros.

— Sinceramente? Diferente. Um diferente que não sei explicar e não consigo entender. Nem sei se quero. Contanto que fique tudo bem para a minha filha, estará tudo bem para mim.

Dahyun sacudiu a cabeça em compreensão.

— Não tenho uma filha, mas tenho sobrinhos. Acho que de alguma forma consigo compreender. Mas também não posso deixar de falar que você também precisa ficar bem.

choosing a motherOnde histórias criam vida. Descubra agora