𝐌𝐈𝐍𝐄, 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐌𝐈𝐍𝐄 - RinSou.

06.

SOUYA KAWATA||

Mesmo odiando aquela garota, ninguém merece morrer de maneira tão... Cruel. O cerimonial foi feito por várias escolas e faculdades que conheciam Abigail, por seu status de boa aluna e líder de torcida. A morte dela pareceu abalar muitos, mesmo que poucos soubessem como aquela garota era fingida... Uma ótima atriz, porém, morreu cedo. Cedo demais.

—— Se quiser ir embora, pode ir. — Nahoya falou, me olhando.

—— Eu vou lá fora... Ver caixão por muitas horas me faz pensar. — Balancei a cabeça, me retirando de dentro da mansão. — Ufa...

Estava de noite, creio que perto da madrugada. A noite estava bonita... Pena que em um dia tão ruim. O jardim da casa da família dela realmente é belo... O ar puro... Espere, isso é cheiro de cigarro? Que merda! Quem caralhos está fumando? Olhos para os lados, até encontrar... Encontrar aqueles olhos que violam as paredes e barreiras que faço. Rindou?

—— Estamos em um velório, você não deveria estar fumando! — Falei, me aproximando. — Fumar faz mal.

—— Faz? Nem percebi. — Ele sorriu, parecendo estar se divertindo. — O que faz aqui?

—— Ela estudava comigo.

—— Hm... Ela mexia com tráfico. — Ele assopra a fumaça para cima. — Provavelmente não soube esconder isso.

—— Como sabe?

—— Todos dessa família são dessa vida, Souya. — Disse. — Eles parecem bonzinhos e tudo mais... Mas, não é bem assim.

—— E...e por que está me contando isso? — Perguntei, e ele deu de ombros. — Isso não é uma resposta...e por favor, apague esse cigarro.

Ele apenas riu, o que me fez ficar mais irritado. Não tenho nada contra com quem fuma, porém, esse não é o melhor lugar para se estar fumando. Me aproximo do mais alto, e pego o cigarro da mão dele, jogando no chão e pisando por cima. Ouço uma risada baixa e rouca, o que me fez olhar para cima. Não notei o quão perto estava dele, tento me afastar mas ele se aproxima cada vez mais... Parecendo querer me encurralar, me prender... Me prender nesses olhos violetas.

—— Era o último que eu tinha, por que fez essa crueldade comigo? — Ele dramatizou. — Você é do mal, Souya.

—— Pare de fazer drama... — Revirei os olhos. — Você parecia bem mais sério da primeira vez que vi.

—— Eu sei "ser" sério.

—— Então seja, estamos em um velório.

—— Eu vim aqui por obrigação, eu poderia estar em todo lugar, menos aqui. Eu poderia estar fazendo qualquer coisa... — Sussurrou rouco perto do meu ouvido.

Que coisas? Por que sinto curiosidade em saber o que ele faria, se nada disso estivesse acontecendo. Engoli em seco, empurrando ele, me afastando dali, entrando novamente para dentro da enorme "casa". Vejo de longe Yuni, sendo abraçado por uma garota que eu não conheço.

Que se foda! Eu vou embora.

Continua...

Souya, não vá sozinho!