Capítulo 61

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"Caros leitores,

Muitas vezes as brincadeiras têm um fundo de verdade. O que nos custa perceber os pequenos sinais que surgem ao nosso redor? Em relacionamentos, as sutilezas e nuances podem nos revelar mais do que palavras explícitas. A maneira como uma pessoa sorri, o tom de voz ao falar sobre determinados assuntos ou até mesmo um olhar fugaz pode esconder emoções profundas.

Quando ignoramos esses sinais, corremos o risco de não entender completamente o que está acontecendo à nossa volta. Isso se aplica não apenas ao amor, mas também à amizade e à convivência em família. Reconhecer esses momentos pode ser a chave para construir conexões mais fortes e autênticas. Portanto, vamos nos tornar mais atentos e receptivos ao que as pessoas expressam, mesmo que indiretamente. Afinal, a verdade frequentemente se esconde nas entrelinhas."

Annie acordou com uma fome inesperada naquela manhã e foi até a cozinha, onde os empregados já preparavam o café da manhã. Pegou um sanduíche e um copo de vitamina para satisfazer seu apetite inicial e, em seguida, decidiu voltar ao quarto com um saquinho de doce puxa-puxa. Ao entrar, sorriu ao ver Alfonso ainda dormindo, o peito nu, a expressão tranquila, como se o mundo lá fora não importasse.

Ela parou por um momento, observando-o em silêncio. A cena parecia um retrato de serenidade, e seu coração se encheu de amor. Aproximando-se devagar, Annie sentiu-se tomada por uma felicidade genuína. Ele era o amor de sua vida, aquele que a completava de uma maneira que ela nunca imaginou ser possível.

Enquanto comia o doce, ainda arrumava tempo para suspirar ao olhar para Alfonso, absorvendo cada detalhe daquele momento tão simples, mas tão cheio de significado.

Alfonso abriu os olhos devagar, sentindo o perfume doce que vinha de Annie. Ao vê-la ali, com aquele sorriso que o fazia esquecer de todo o resto, ele sorriu de volta, ainda sonolento, mas encantado com a visão dela à sua frente.

— Bom dia, meu amor — murmurou ele, sua voz rouca de sono.

Annie riu levemente, balançando o saquinho de doce puxa-puxa nas mãos.

— Bom dia!

Alfonso se ergueu um pouco, apoiando-se nos travesseiros, e seus olhos se encontraram em um silêncio que dizia mais do que qualquer palavra.

— Você sabe que acordar e te ver aqui é o que eu mais amo, não sabe? — disse Alfonso, ainda segurando sua mão.

Annie assentiu, sentindo o coração bater mais forte. Naquela manhã tranquila, cercada de simplicidade e carinho, ela sabia que momentos como esses eram os que mais valorizava.

Alfonso acariciou o rosto dela, olhando com ternura.

— Quais os planos para hoje? — perguntou Alfonso.

— Vou trabalhar. Com a filial do México para abrir, estou tendo que comandar tudo por aqui, enquanto a Clara cuida das coisas no Arizona. Além disso, tem os preparativos do casamento... e hoje à noite tenho um jantar com meu avô — disse Annie.

— Pegue leve, meu amor — disse Alfonso. — Hoje eu também vou trabalhar de casa para te ajudar no que precisar.

Eles trocaram um olhar de cumplicidade, confortados pela presença um do outro e prontos para enfrentar mais um dia juntos.

Annie suspirou, sentindo o peso dos compromissos que tinham pela frente. Ela sabia que aqueles eram dias intensos, mas o suporte de Alfonso fazia tudo parecer mais leve. Ela se aninhou ao lado dele por mais um momento, buscando aproveitar o máximo da manhã tranquila antes do turbilhão de atividades que viriam.

— Sabe, às vezes fico me perguntando como eu daria conta de tudo isso sem você — disse ela, encostando a cabeça em seu ombro.

Alfonso riu, acariciando-lhe os cabelos.

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