Midgard, Reino de Eldória – Meio-dia. Galandriel encontrava-se no campo, capinando ao lado de seu pai, o senhor Osman Valorian.
O jovem, com a testa franzida em curiosidade, decidiu finalmente perguntar:
"Pai, ainda não entendo o motivo do seu exílio da linhagem Valorian," disse Galandriel, parando de capinar e fitando o pai com olhos indagadores.
Osman suspirou, limpando o suor da testa e olhando para o horizonte. "Há coisas, meu filho, que a honra não permite explicar com facilidade."
"Os Valorian foram, por muito tempo, a maior família do reino de Eldória. No entanto, com o passar dos anos, esse reconhecimento foi se desvanecendo".
Osman, com o rosto suado e o olhar perdido no horizonte, continuou a história, sua voz carregada de nostalgia e melancolia.
"Como a fama da nossa família havia sido esquecida, meu pai, como líder dos Valorian, decidiu que iria matar o ancião da família Ildens Barn," detalhou Osman ao seu filho Galandriel.
Galandriel arregalou os olhos ao descobrir que seu avô havia matado um homem.
"Era uma noite silenciosa de lua cheia. Meu pai sabia que o senhor Eskil costumava sair à noite para caminhar nos campos ao sul de Eldória. O plano era simples: matar o senhor Eskil sem levantar alardes," continuou Osman.
Galandriel, apoiado sobre o cabo da enxada, estava com os olhos fixos em seu pai, ouvindo cada palavra. Ele finalmente descobriria o motivo do exílio de seu pai da própria linhagem.
"Meu pai, Stein Valorian, seguiu seu alvo e matou o pobre senhor Eskil Ildens Barn em um trecho escuro dos campos de Eldória,"
continuou Osman.
"dias depois, fui capturado pelos guardas do reino e preso, pois minhas digitais estavam no corpo do senhor Eskil. Meu pai havia usado minhas luvas, deixando minhas impressões digitais na cena do crime. Em seguida, ele fez uma cena, dizendo que eu era uma desonra para a família e, como punição, fui exilado da linhagem," terminou Osman a história.
Galandriel ficou paralisado. "Então, seu próprio pai te culpou por algo que você não fez, só para se livrar da morte que cometeu?" disse Galandriel a seu pai, Osman.
"Sim, meu filho, hoje eu sei que preciso saber em quem confiar, pois nesse reino há mais falsos e mentirosos do que mosquitos no verão," finalizou Osman, recolhendo a enxada e pondo-a sobre os ombros. "Vamos, Galandriel, precisamos almoçar."
"Sim, pai! Estou logo atrás..."
O trabalho dos dois se encerrou e agora estavam retornando para casa. Galandriel agora sabia a verdade sobre o exílio de seu pai, e também que nunca mais emprestaria suas luvas a ninguém.
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As Crônicas de Galandriel
FantasyEm uma terra mágica e antiga, no reino de Eldoria, vivia um humano chamado Galandriel e uma elfa chamada Lilfe. O destino deles se cruzaram, pois, o jovem guerreiro irá participar do Exame Real que acontece a cada cem anos para eleger um novo membro...