Capítulo 3 - A carta

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Galandriel estava retornando para casa junto com seu pai. 

Ao longe, avistava a humilde cabana onde morava.

Sua mãe, à porta, acenava para eles.

— Finalmente chegamos — disse Osman, retirando as botas próximo à porta.

Após retirar suas botas, Osman beijou suavemente sua esposa, a senhora Astrid. 

Galandriel abraçou sua mãe e se dirigiu aos fundos da cabana, onde estavam dobradas suas roupas limpas.

Ele entrou no lago atrás da casa e começou a se banhar. 

Refrescado, vestiu-se com roupas limpas e estava pronto para almoçar.

Seu irmão mais velho, Dankan, colocou sobre a mesa uma tábua de madeira com um imenso javali assado.

— Outra vez javali — murmurou Nicolaus, o irmão do meio.

— Se queres outra coisa para comer, vai caçar então — respondeu rispidamente Dankan.

— Nicolaus, você tem que agradecer por termos javali como refeição — disse Astrid com doçura ao filho.

— Se Nicolaus não quiser comer, eu fico com a parte dele — disse Galandriel com a boca cheia.

— Galandriel, tenha modos — disse Astrid ao filho mais novo.

Após todos estarem satisfeitos, menos Nicolaus, que comeu apenas legumes e alguns pães, Astrid se levantou da mesa e recolheu as tigelas.

Todos os filhos se espalharam dentro da cabana, enquanto seu marido, Osman, foi tirar sua soneca rotineira.

— Filho, o mensageiro do rei deixou esta carta para você — disse Astrid ao seu filho Galandriel, que estava deitado em uma cama feita de lã de ovelha.

Galandriel ficou animado e logo se sentou na cama. Ele abriu a carta e leu a seguinte mensagem:

"Saudações em nome do Rei de Eldória. Como mensageiro real, pela autoridade de nossa majestade, entrego-lhe esta carta, pois você foi escolhido para participar do Grande Exame Real.

Os testes começam amanhã antes do nascer do sol. Assinado, Rei Altheus."

Galandriel sorriu para sua mãe.

— Mãe, eu irei participar do Grande Exame Real — disse Galandriel com euforia.

— Seus irmãos não devem saber dessa carta — disse Astrid em sussurros.

Galandriel acenou com a cabeça em resposta. Em seguida, levantou-se e disse à sua mãe que iria ao campo colher maçãs.

Com uma armadura feita de placas de aço refinado e partes em couro reforçado, Galandriel estava pronto para qualquer combate que pudesse acontecer.

O jovem guerreiro saiu da cabana de seus pais e começou a caminhar em direção à grande macieira.

No meio do caminho, alguns patifes apareceram,

— Aonde pensa que vai? — disse o líder dos patifes com uma voz fina e esganiçada.

Galandriel não conseguiu conter o riso. A voz do líder dos patifes parecia a de um rato que tinha inalado gás hélio.

— Agora, para ir até a macieira, terá que pagar cinco moedas de ouro — continuou o líder dos patifes, tentando soar ameaçador, mas falhando miseravelmente.

— Cinco moedas de ouro? — Galandriel riu ainda mais.

— Com essa voz, você deveria cobrar para fazer shows de comédia!

O patife de voz fina, chamado de Leopoldo, se enfurece.

Conhecido por abordar viajantes e alguns humildes habitantes do reino, ele decide que com Galandriel será diferente. 

Com um grito de comando, Leopoldo e seus subordinados avançam em direção ao jovem Galandriel.

Galandriel, com reflexos rápidos como um relâmpago, esquiva-se habilmente de todos os ataques. 

Leopoldo, frustrado, tenta um golpe traiçoeiro, mas Galandriel desliza para o lado, fazendo com que o patife perca o equilíbrio. 

Os subordinados de Leopoldo cercam Galandriel, mas ele, com uma agilidade impressionante, salta sobre eles, aterrissando atrás do grupo.

Com um movimento fluido, Galandriel desembainha sua espada, pronto para enfrentar qualquer ameaça. Leopoldo, agora mais cauteloso, observa cada movimento de Galandriel, procurando uma abertura.

Galandriel posiciona-se à frente do grupo, manejando sua espada com destreza.

Com um golpe poderoso, ele corta o ar, gerando uma rajada de vento que empurra seus inimigos para longe

Assim, ele consegue retomar seu caminho até a macieira, enquanto seus inimigos permanecem caídos no chão, inconscientes.

Ao alcançar seu destino, Galandriel colhe algumas maçãs reluzentes e retorna para sua morada. Ele sabe que precisará treinar arduamente, pois ao amanhecer, estará diante do desafio supremo:

O exame real.

As Crônicas de GalandrielOnde histórias criam vida. Descubra agora