Após ler a carta que o convidava a participar do Exame Real, Galandriel passou boa parte da noite treinando.
Antes mesmo do sol nascer, ele já estava de pé.
Despediu-se de sua mãe, a única que sabia sobre o exame.
Com passos firmes, o jovem saiu pela porta e caminhou até o movimentado centro de Eldória, onde seria realizada a contagem dos participantes.
Com o coração radiante de esperança, o bravo e humilde guerreiro Galandriel chegou ao seu destino: o centro econômico de Eldória, onde se localizam o palácio do rei e dos seus ministros. Ao chegar, ele avistou uma aglomeração em volta de uma tenda. Um homem já avançado em idade tentava controlar a multidão.
"Calma, por favor, esperem! Uma carta de apresentação por vez," disse o velho homem com a voz fraca e rouca.
Galandriel se aproximou da tenda e testemunhou um dos participantes agredindo o velho que conferia as cartas.
"Seu velho! Veja a minha carta primeiro, você sabe quem eu sou!" exclamou o jovem participante ao senhor.
O velho respondeu rispidamente: "Você não passa de um merdinha."
O jovem agressor sacou a espada e a apontou para o velho senhor.
Galandriel, incapaz de suportar a injustiça, interveio na situação.
"Ei! Você aí, por que não luta comigo? Se eu perder, rasgo minha carta e volto para casa.
Mas se você perder, terá que sumir daqui," disse Galandriel com autoridade.
"Olha só, temos um herói. Não sei quem você é, mas aceito o seu desafio," respondeu o jovem, que se chamava Ulysses.
"Vou cuidar do herói, depois venho te matar, velhote," disse Ulysses com desdém.
O velho olhou para Galandriel, como se o reconhecesse.
Galandriel sacou sua espada e assumiu uma posição de batalha.
Ulysses percebeu que Galandriel não hesitaria; suas mãos começaram a suar.
Então, Galandriel o provocou:
"Pode vir! Vou deixar você tentar acertar um golpe," disse Galandriel com um sorriso de canto de boca.
Ulysses avançou em direção a Galandriel com uma intensidade feroz.
Galandriel, com agilidade e precisão, desviou do golpe e aproveitou a brecha para acertar uma joelhada no estômago de seu adversário.
O impacto foi tão forte que Ulysses vomitou sangue e caiu de joelhos, ofegante e visivelmente abalado.
Galandriel se agachou próximo a Ulysses e, com um tom de voz baixo e firme, sussurrou: "Você de joelhos não me parece tão valente."
Ulysses, ainda atordoado pelo golpe, não conseguia erguer sua espada. Seus olhos refletiam a dor e a humilhação que sentia.
"Agora desapareça daqui," ordenou Galandriel, olhando firmemente nos olhos de Ulysses.
Galandriel ergue-se com uma aura de majestade e caminha até o ancião, conhecido como Tobias.
"Minha gratidão é eterna por teres vingado minha honra," disse Tobias, sua voz carregada de emoção e alívio.
Enquanto isso, alguns guardas, levaram Ulysses para o cárcere.
Galandriel recebeu sua carta carimbada por Tobias e, em seguida, foi orientado por um instrutor.
As instruções eram claras: ele deveria se aproximar do portão dourado que dava acesso à Floresta Negra.
Enquanto caminhava na direção indicada, algo prendeu seu olhar. Ao lado, uma elfa branca de cabelos azuis brilhantes destacava-se entre os demais.
Seus longos fios contrastavam lindamente com o arco que carregava, feito de madeira e raízes.
A jovem se chamava Lilfe, a primeira elfa a participar do exame.
Lilfe notou o olhar hipnotizado de Galandriel e, com um sorriso suave, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, exibindo a ponta delicada de suas orelhas élficas.
O brilho nos olhos dela refletia a determinação e a coragem, enchendo o coração de Galandriel de uma mistura de curiosidade e admiração.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Crônicas de Galandriel
FantasyEm uma terra mágica e antiga, no reino de Eldoria, vivia um humano chamado Galandriel e uma elfa chamada Lilfe. O destino deles se cruzaram, pois, o jovem guerreiro irá participar do Exame Real que acontece a cada cem anos para eleger um novo membro...