Mais uma vez a comunidade se encontrava aglomerada na sala de reuniões da cooperativa, com Ling à sua frente, relatando sobre a conversa que teve com a sua amiga, que lhe proveu com conselhos legais e orientações jurídicas.— Como dito antes, Jaja será responsável pela defesa no processo. Ela me assegurou que uma decisão como essa não sairia tão facilmente, visto que a acusação precisa ter provas. Mas, como nós sabemos muito bem, não cometemos crime algum. Ocupamos e trabalhamos de forma honesta nessas terras há gerações. — disse ela em um tom calmo e com semblante tranquilo — Nós não somos invasores, nem chegamos da noite para o dia. Sempre fizemos uso da terra de forma pacífica, essas terras nos foram oferecidas e as aceitamos de bom grado. Trabalhamos dia e noite para garantir o sustento da comunidade, isso nós sabemos. Nossa honestidade não deve ser questionada, quando todos sabem a verdade.
Ling encerrou sua fala, ao som de aplausos e congratulações, sob o olhar de orgulho vindo de muitos em sua direção. Por coisas como essa é que a comunidade confiava nela, eles sabiam que ela teria uma saída e uma solução para os problemas que pudessem surgir. Com isso, a agrônoma conseguiu tranquilizar a todos os presentes e saiu para cumprimentar algumas pessoas que ali estavam.
— Khun Ling, confio em você e em minha filha Jaja para lidarem com isso e resolverem da melhor maneira. — disse Somchai, que insistia por a chamar de “Khun” desde que ela retornou e assumiu essa posição honorária de liderança da comunidade, dizendo ele que era merecido o título — Todos aqui confiam em vocês. Não se cobre tanto, você tem feito um bom trabalho, por todos nós. Deixe que ajudemos também.
— Vocês não têm com o que se preocupar, deixe isso comigo e com Jaja, já estamos resolvendo tudo, apenas continuem focados na colheita que se aproxima, esse que é o trabalho mais importante por aqui. — reassegurou a engenheira, recusando repassar adiante esse fardo de lidar com uma situação tão delicada, que se não fossem necessários conhecimentos jurídicos, ela mesma tomaria a frente de todas as decisões, afinal não sabia tão bem dividir o peso dos problemas, querendo resolver tudo sozinha — Com sua licença, vou me retirar para retomar o meu trabalho, tenho muitas coisas ainda por fazer, que deixei de lado desde que surgiu esse imprevisto… Estou indo.
A mulher começou a sair do local, com as mãos juntas e curvando-se algumas vezes, para mostrar respeito a algumas pessoas, as cumprimentando, antes de passar pela porta e chegar ao lado de fora. Ela suspirou e andou em direção à sua casa, onde pretendia retomar o seu planejamento da próxima colheita, que mal havia começado a construir. Quando sentou-se à sua mesa, já mexendo nos papeis que lá estavam, viu chegar algumas notificações de mensagens vindas de um número desconhecido na tela do seu celular. Ling estranhou, pois não conseguia imaginar quem poderia ter o seu número e enviar-lhe mensagens sem um número identificável.
Número desconhecido: Boa tarde, Lingling.
Número desconhecido: Imagino que deva estar estranhando esse contato.
Número desconhecido: Vou direto ao ponto: gostaria de conversar pessoalmente com você.
Número desconhecido: Peço que me encontre nesse local.
– Localização compartilhada –
Número desconhecido: É um restaurante em Ayutthaya.
Número desconhecido: Almoce comigo, vamos discutir sobre a disputa de terras. Acredito que possamos chegar a um acordo favorável para ambos os lados, sem trazer mais dor de cabeça a ninguém.
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Amor Entre Terras
FanfictionSinopse: Orm Kornnaphat é herdeira de uma tradicional família dona de terras na região central da Tailândia. Lingling Kwong é filha de agricultores que ganham a vida com o suor do próprio trabalho na terra. Duas mulheres que em circunstâncias normai...