RESURRECTION, Elrond Perendhel

CAPÍTULO 2

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CAPÍTULO 2

Mudanças e Novos Desafios

Elanor sempre soubera que um dia cresceria, mas a realidade de suas transformações corporais a surpreendia a cada dia que passava. Um dia, enquanto se olhava no espelho, notou que seus braços estavam mais fortes e suas pernas mais longas.

Após o incidente em que sua mãe a segurou nos braços ao ouvir o barulho de chamas e a fumaça ameaçadora do lado de fora, a vida da pequena elfa mudou radicalmente. A mãe, sempre protetora, tinha uma forma de lidar com as situações de perigo que envolvia gritar e correr, e a jovem adorava brincar que sua mãe poderia muito bem ser uma campeã em maratonas, se o mundo não estivesse cheio de orcs à espreita.

Os ecos do grito de alerta ainda ressoavam em sua mente quando, depois da catástrofe, Elanor e sua mãe se viram forçadas a viver sozinhas, se virando com o que tinham. Aprenderam a caçar e a forjar suas próprias armas, sempre com um olho atento ao horizonte, já que os orcs eram conhecidos por aparecerem nos momentos menos esperados. "Nada como um bom par de tênis para escapar dos orcs!", brincava Elanor, imaginando-se correndo com um par de sapatos mágicos que a fariam voar.

Enquanto tentava lidar com suas novas habilidades e a vida em meio a perigos, percebeu que crescer significava não apenas lidar com os desafios externos, mas também com as mudanças internas. Sua mãe sempre dizia: "Cada cicatriz conta uma história, mas a maior delas é saber quem somos." E assim, começou a entender que cada nova dificuldade trazia consigo uma oportunidade de crescimento, mesmo que, em alguns dias, ela sentisse que seu crescimento tinha mais a ver com a quantidade de espinhas em seu rosto do que com suas habilidades de combate.

Entre treinos de luta improvisados e risadas nervosas, as duas aprenderam a enfrentar os orcs e a vida com coragem. Agora mais forte e mais ágil, sabia que cada dia traria novas aventuras - e que, se tudo desse errado, sempre poderia usar sua esperteza para escapar. Afinal, o que eram alguns orcs em comparação com a determinação de uma elfa que estava aprendendo a crescer?

As memórias de Talarion ainda assombravam Elanor e sua mãe. O elfo, que havia sido um amigo e protetor, entrara em suas vidas como uma brisa suave, trazendo esperança e segurança. Ele era como uma luz em meio à escuridão, sempre pronto para se colocar entre elas e o perigo, especialmente quando os orcs se tornaram uma ameaça constante.

Naquela fatídica noite, quando as chamas dançaram perigosamente perto de sua casa, Talarion havia chegado correndo, sua figura esguia cortando a escuridão. Com um arco em mãos e uma determinação feroz, ele se posicionou à frente de Elanor e de sua mãe, pronto para enfrentar a horda que se aproximava. "Fiquem atrás de mim!", ele gritou, a voz firme, mas com um toque de preocupação.

Ela lembrava da expressão em seu rosto, uma mistura de bravura e cuidado. Ele disparou flechas com precisão, derrubando os orcs um a um, até que um deles, mais forte e astuto, conseguiu se aproximar. Em um momento de distração, Talarion foi atingido. O impacto fez seu corpo cambalear, mas ele ainda se virou para Elanor e sua mãe, um sorriso triste nos lábios. "Eu vou proteger vocês. Sempre."

As lágrimas em seus olhos eram um sinal de que, mesmo em meio ao caos, ela compreendia a gravidade da situação. Sua mãe gritou, mas já era tarde. Talarion caiu, e com ele, um pedaço de esperança se foi. Os orcs, percebendo a fragilidade da defesa, começaram a avançar, mas a bravura de Talarion se transformou em um grito de guerra para as duas. A mãe de Elanor lutou com toda a força que tinha, e juntas, conseguiram repelir os invasores, mas a vitória teve um preço alto.