Prólogo [2]

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Jungkook

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Jungkook

Tão natural quanto respirar. É assim que penso na minha amizade com o Yoongi. Como tudo começou? Bem, eu não sei.

Nossas famílias sempre foram amigas. Acho isso legal. Nascemos com diferença de três meses (eu sou o mais velho), e gosto de pensar que mantivemos algum tipo de contato telepático durante o tempo em que vivemos nos úteros de nossas mães. Há uma foto, inclusive, que particularmente adoro: nossas mães, lado a lado, sorridentes, com seus barrigões de grávidas. Eu e o Yoongi, lá dentro.

A Min Seoyeon e o Min Jaewon são os pais do Yoongi. A Jeon Minji e o Jeon Junseo são os meus.

Minhas memórias da infância sempre trazem todos juntos. Nossos pais, como bons amigos, viviam se reunindo para campeonatos de baralho ou festivais de filmes. A verdade é que eles são meio nerds, o que é legal. E enquanto os quatro jogavam ou faziam sei lá o que, eu e o Yoongi tínhamos tempo para as “nossas coisas” — ou seja, podíamos brincar com jogos de tiro no meu videogame sem que minha mãe fizesse comentários bobos. Ela achava que, talvez, algum dia, eu fosse imitar aquilo tudo da tela e sair matando quem encontrasse pela frente, sei lá. Por isso gostava quando só estávamos eu e o Yoongi no meu quarto. É como se o mundo estivesse trancado lá fora, proibido de entrar.

Eu e o Yoongi somos meio diferentes… Mas é… Como posso explicar?

Somos como o yin e o yang.

Eu sou o sol, o Yoongi é a noite.

Eu sou o achocolatado, o Yoongi é o café.

Eu sou do verão, o Yoongi, do inverno.

Eu sou da matemática, o Yoongi, do português.

Eu o ajudo a entender que 1 + 1 é igual a 2, mesmo que ele termine em afirmar que em alguns casos 1 + 1 pode vir a se tornar 1. Eu apenas dou risada, porque o Yoongi tem todo esse lado poético. E então ele tenta me ajudar a entender poesias, quando, na realidade, eu já entendo o sentido… A minha dificuldade maior é em compreender o sentimento sobre o qual eles falam.

E é sempre assim: o Yoongi respira fundo, com paciência, e diz:

— Jungkook, presta atenção! Vou repetir, ok?

— Ok.

— Pois bem… Flor, de Kim Chun-su.

Antes de eu chamar pelo seu nome,
Ela não era nada
Além de um gesto.
Quando eu chamei pelo seu nome,
Ela veio até mim,
E em uma flor se transformou
Da mesma forma que eu chamo pelo seu nome,
Alguém chamará pelo meu nome e
Haverá de convir com a minha luz e minha fragrância?
Eu também desejo chegar até ela,
E transformar-me em sua flor
Todos nós ansiamos nos tornar em algo,
De ti para mim, e de mim para ti,
Nós desejamos nos transformar em um olhar,
Que não será esquecido.

Ele continua a recitar, e eu fico concentrado em sua voz. É boa de ouvir. O Yoongi recita com emoção, com paixão, como se cada palavra representasse mesmo um sentimento que é verdadeiramente seu. Mas nem isso me ajuda a entender alguma coisa sobre o amor de que Kim Chun-su fala. E eu queria muito poder.

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