tenho visto dia após dia a vida dançando apagando o que fazia de mim, quem sou
me sinto a esconder varrer pra debaixo do tapetetudo aquilo que um dia, fui eu
sinto meu corpo atuar esconder me cobrir expelir, me cercar de tudo aquilo que não era meu
me deixo a espera me assisto declamartudo aquilo que escrevimas que antes, não escreveria
enterro os mortos no poço da minha almame vejo apática esqueço-me da vidado final dela desfaço os laços desloco personagens como blocos de montar
vejo aquilo que algum dia tocou, ir embora
meu cabelo crescee agora não há nenhuma parte de mim em que tenha tocadomeu rosto se dissolvedesfaz as acnes daquela época aquelas roupas não me servem mais estão gastas e o meu corpo não é mais o mesmo não há mais nada que conecte você aqui e isso desmonta as minhas crenças sobre a vida
mas hoje, eu não acredito no que há comigo não posso respirar e sinto cheiro de indiferença eu tinha planose uma chance mas sinto cheiro de desdém
e a minha crise não é pelo mal que isso me fazé justamente, por sentir o cheiro como um caldeirão que borbulha em tristezae se derrama pela minha casa
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O que há dentro de nós
Poesíao intuito do livro é mostrar as confusões e mudanças precisas sobre o que há dentro do ser humano. consequentemente, o que todos (incluindo a mim) sentimos, ou mesmo, iremos sentir algum dia.