Acelerando Corações - Oliver Bearman

Força na Fragilidade

Depois de alguns minutos intermináveis, um médico finalmente saiu para falar com o grupo. Ele olhou para Ollie, que parecia estar à beira de um colapso, e para o restante dos pilotos que aguardavam ansiosos.

"Ela está estável," disse o médico, tentando aliviar um pouco da tensão. "Aurora teve alguns ferimentos, incluindo queimaduras leves no rosto e uma fratura no pulso. Vamos precisar fazer uma cirurgia no pulso dela agora, para garantir que se recupere corretamente e sem complicações."

Ollie assentiu, aliviado por saber que ela estava estável, mas ainda assim com o coração apertado ao pensar na cirurgia. Ele tentou não deixar o nervosismo transparecer, mas Max percebeu e deu um leve tapinha em suas costas, num gesto de apoio. "Ela é uma guerreira, cara," ele disse, tentando animá-lo. "Ela vai superar isso também."

Lando, ainda abalado, respirou fundo. "Posso... posso esperar aqui até ela acordar?" ele perguntou, a voz baixa.

O médico deu um leve sorriso de compreensão. "Claro. A cirurgia não deve demorar muito, e depois vocês poderão vê-la, mas em pequenos grupos para não a sobrecarregar."

Ollie, então, se sentou ao lado de Lando e dos outros, o olhar fixo na porta por onde o médico entrou. Mesmo com o apoio dos amigos, a preocupação continuava a sufocar cada pensamento.

Uma hora depois, o médico voltou à sala de espera com uma expressão serena, indicando que a cirurgia havia sido um sucesso.

"Conseguimos estabilizar o pulso dela," ele explicou ao grupo de pilotos que o observava com expectativa. "A recuperação será longa, mas sem complicações. Ela vai precisar de fisioterapia, mas a fratura foi realinhada com sucesso."

Ollie soltou o ar que nem sabia que estava segurando, sentindo o peso da preocupação se aliviar um pouco. "Podemos vê-la agora?"

O médico assentiu, mas com um aviso. "Sim, mas peço que sejam rápidos. Ela ainda está se recuperando dos efeitos da anestesia, então precisa de bastante descanso."

Ollie foi o primeiro a entrar, seguindo o médico até o quarto onde Aurora descansava. Ela estava de olhos fechados, a respiração leve e ainda pálida, mas o simples fato de vê-la ali, segura, era um alívio enorme para ele. Ele segurou sua mão com delicadeza, evitando o pulso enfaixado, e sussurrou baixinho. "Estou aqui, amor. Vai ficar tudo bem."

Pouco tempo depois, Max, Lando, Carlos e Charles entraram em silêncio, reunindo-se ao redor da cama de Aurora. Eles trocaram olhares, aliviados ao ver a amiga segura, 

Quatro horas depois da cirurgia, Aurora ainda permanecia inconsciente, seu corpo finalmente começando a se recuperar do estresse e da dor que havia enfrentado. A sala estava envolta em um silêncio respeitoso, enquanto os pilotos se revezavam entre momentos de conversa baixa e períodos de contemplação, todos preocupados e ansiosos.

Ollie não conseguia tirar os olhos dela, sentindo um aperto no coração. A palidez de seu rosto e as bandagens visíveis em seu pulso e no rosto o faziam sentir um nó na garganta. Max estava encostado na parede, os braços cruzados, com a expressão de quem tentava processar o que havia acontecido. Lando, ao seu lado, parecia em estado de choque, os olhos vermelhos de tanto chorar.

"Eu não consigo acreditar que isso aconteceu," Max murmurou, quebrando o silêncio. "Ela estava tão bem antes da corrida. É tudo culpa do carro... do que aconteceu."

Lando assentiu, ainda com lágrimas nos olhos. "Se eu não tivesse batido nela... se eu não tivesse me distraído, talvez nada disso tivesse acontecido."

"Não se culpe, Lando. Ninguém podia prever o que ia acontecer," Carlos interveio, tentando acalmar o amigo. "O importante agora é que ela se recupere."