Ver Dawn foi legal, mas, com toda certeza, eu não sentia a mesma paixão de antes. Não poderia negar o quão bonito ele estava; o loiro sempre me encantou com sua beleza.
— Quanto tempo, Jisoo. — Como ele lembrava do meu nome? Ri internamente. — Foi bom te encontrar novamente, mas agora tenho que ir. — Lançou uma piscadela e passou por mim com um sorriso ladino, como sempre fazia antes.
Saí dali e resolvi pegar um ar fresco.
Caminhando pelos corredores, deixei a ala dos quartos para trás. Depois de longos minutos em um corredor silencioso, cheguei à ala verde. Moonbin entrou nos meus pensamentos novamente. Fiquei nervosa ao pensar no que teria acontecido se eu não tivesse saído do quarto naquele momento. Um beijo? Claro que não!
Perdida em meus devaneios, mal percebi quando outro corpo esbarrou no meu. Tô tomando um dia para esbarrar nas pessoas, Jisoo, toma cuidado por onde anda.
— Me desculpe. — Curvei-me em respeito, e o garoto que havia esbarrado sorriu.
Que sorriso. Meu Deus, aquele sorriso conseguia ser mil vezes mais bonito que o de Dawn.
— Sem problemas. É caloura? — Perguntou, demonstrando interesse.
— Sou sim. Muito prazer, Park Jisoo. — Estendi a mão, e ele a pegou com delicadeza, virando-a para beijá-la. Educado e cavalheiro.
— Meu nome é Hwang Hyunjin, sou veterano. Espero que goste daqui. — Concluiu sua apresentação com mais um sorriso, e me senti hipnotizada.
— Também espero. Bom, tenho que ir para o meu dormitório. — Respondi apressadamente, envergonhada. Com certeza, estava parecendo um pimentão de tão vermelha que fiquei. Hyunjin era extremamente lindo e simpático; eu estava totalmente sem jeito.
[...]
O despertador tocou.
Levantei-me um pouco cansada, afinal, ontem pensei em ir tomar um ar para relaxar, mas acabei esbarrando em Hyunjin e esquecendo completamente.
Confesso que estou ansiosa para vê-lo novamente.
— Desliga essa porra aí. — Ouvi alguns murmúrios desconexos de Moonbin, que se movia de um lado para o outro, lutando contra o sono.
— Pronto, desliguei. — O apito estridente se silenciou, e o ambiente voltou a ser calmo.
Não sabia ao certo se Moonbin estava dormindo, mas quando olhei para o lado, tive uma visão... digamos, sexy?
Ele estava virado de barriga para cima, apenas com o braço esquerdo tampando os olhos. Sua barriga — que antes não tinha reparado — era cheia de gominhos e bem definida. O V da sua cintura era bem marcado.
Pelo amor de Deus, Jisoo, o que você está fazendo?
Suspirei extasiada e me levantei preguiçosamente. Esse pirralho insolente mexe com o meu psicológico.
Caminhei até o banheiro e fechei a porta, despindo-me. A água estava extremamente gelada; praguejei, odiando.
Hoje queria usar rosa, minha cor favorita, seguida do preto. Coloquei uma saia creme curta, uma blusa de gola alta da mesma cor e meu casaquinho rosa fino por cima.
Sai do banheiro renovada, mas ao abrir a porta, dei de cara com Moonbin, já completamente vestido. Nossos olhares se encontraram, e ficamos parados assim por alguns segundos constrangedores. Fui em direção à mini cozinha, envergonhada por ele ter me encarado de cima a baixo.
— Está bonitinha. — Murmurou, passando por trás de mim em direção à geladeira, esbarrando levemente as mãos em minha cintura. Que direito ele tem para fazer isso, moleque ousado? — Até mais, monstrinha. — Ele saiu sorrindo, vitorioso. Ele só era uma semana mais velho que eu!
UMA SEMANA! E ele me tratava como uma criança.
Idiota? Sim, um completo babaca.
Respirei fundo; não queria começar meu primeiro dia com raiva.
Tranquei o dormitório com a minha chave e desci as escadas em direção às salas. Procurei por minha sala, encontrando-a depois de alguns minutos, observando alguns alunos entrarem em um pequeno auditório.
Os alunos adentraram, e logo pude ver o professor subir ao palco.
— Sejam bem-vindos, calouros e veteranos! Quero conhecer cada um de vocês e descobrir o verdadeiro talento que possuem. Vamos começar com perguntas simples. O que fazem aqui? Qual o motivo que escolheram estudar artes cênicas com tantos cursos concorridos por aí? — Perguntou, atraindo os olhares de todos presentes.
Levantei minha mão para responder.
— Qual é o seu nome, senhorita? — Ele me perguntou, e toda a atenção se voltou para mim.
— Park Jisoo. — Respondi. Ele sorriu, sentando-se em um banquinho.
Agora tinha uma luz focada em mim, e me entregaram um microfone.
— Você é uma garota corajosa, Srta. Park. Então me diga sua resposta. — Seu olhar transbordava curiosidade, quase como se tivesse encontrado um tesouro.
— O sentimento! Tudo o que você expressa para o público. Saber que pode fazer inúmeros papéis e ainda gostar e trabalhar duro para que tudo dê certo. A sensação de interpretar um personagem, colocar toda a emoção e dar vida a ele. — Sorri maravilhada, ouvindo as palmas e vendo o professor feliz e satisfeito com a resposta.
— Exatamente... Você está aqui para realizar um sonho. É esse espírito que eu desejo, Srta. Park. Se não estiverem sentindo nenhum desses sentimentos, então se retirem, pois aqui não pertencem. — Ele sorriu brevemente e olhou para os alunos com seriedade, fazendo alguns se retirarem.
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A filha de Park Jimin
FanfictionPark Jisoo volta a Coreia, do seu intercâmbio para o Brasil e se vê perdida em seus pensamentos e sentimentos novos que vão surgindo.