Morgana e Nicholas foram melhores amigos e descobriram juntos o primeiro amor, até que, aos quinze anos, ele foi embora sem explicações, partindo seu coração. Anos depois, eles se reencontram, ambos transformados. Nicholas, moldado pelas expectativa...
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Cheguei na casa dos meus pais para tratar algumas coisas sobre a empresa, e assim que desci do carro minha mãe veio correndo em minha direção, beijando o meu rosto.
– Nicholas, querido, não vai acreditar quem eu encontrei no fim de semana – ela disparou, e me deixou curioso.
– Olá, mãe – sorri para ela – Quem a senhora viu?
– Senhora está no céu – me deu um beliscão ardido e eu ri – Vi Morgana no mercado, ela parecia um pouco nervosa. Já viu ela desde que voltamos?
– Ah... eu vi... – falei pensando – Não... quer dizer, eu não vi.
– Viu ou não viu? – ela perguntou desconfiada.
– Acho que não vi – menti.
– Ótimo – ela respondeu animada – Estivesse pensando em chama-la para jantar qualquer dia desses, o que acha? Vou tentar encontra-la em alguma rede social, não deve ser difícil.
Era essa a oportunidade que eu estava precisando. Mas então me lembrei do quanto meu pai era desagradável na presença de Morgana.
Quando éramos crianças, meu pai sempre deixou muito claro que não simpatizava com Morgana, mesmo ela sendo o ser humano mais admirável que já pisou na face da terra, e talvez, o mais puro. E então, quanto mais eu me aproximava dela, mais ele me ameaçava dizendo que iria nos separar a força, e que se nada adiantasse, ele teria que tomar atitudes mais drásticas. Então, me afastei. Ela era muito importante para eu vê-la machucada por minha causa.
E então a culpa me invadiu em cheio de novo, pois eu jamais me aproximaria de Morgana se houvesse qualquer sinal de que ela se machucaria por minha culpa. Mas era tão difícil me manter longe.
– Acho uma péssima ideia – menti, por mim; já que eu adorei sua ideia. Porém, não menti pelo meu pai, que era capaz de armar um show se a visse em nossa casa novamente – Por favor, não a chame. Não quero mais ter nenhum contato com ela, estamos em momentos diferentes agora.
– Você não me engana, meu filho – ela respondeu, triste – Espero que um dia, consiga revidar seu pai – ela deu as costas para mim, mas, de repente se virou de novo – Só não se esqueça que o tempo passa rápido demais, dependendo do momento, pode ser tarde.
E assim ela entrou na casa, me deixando pensativo e com arrependimento no peito.
– Nicholas, meu grande homem – escutei Guilhermo dizer atrás de mim e me virei para ele – Vamos falar de negócios, então?
– Sim, pai – respondi, simples.
– Entre – ele colocou as mãos nas minhas costas me guiando, mas parou no meio do caminho tirando os óculos escuros e me olhando nos olhos – Se eu souber que está de gracinha com aquela insignificante de novo, vou cortar pela raiz – era obvio que ele ia comentar sobre a minha bruxa – Estamos entendidos?
