Echoes.

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Rio respirou fundo, sentindo a eletricidade daquele momento ainda percorrer sua pele.
O perfume de Agatha ainda pairava em seu olfato, uma fragrância inebriante que misturava mistério e perigo, exatamente como ela era.

Cada detalhe de sua reação estava gravado na mente de Rio — a forma como Agatha endureceu a expressão quando ela se aproximou, o momento em que seus olhos vacilaram, a respiração que prendeu quando Rio se aproximou ainda mais.

Agora, Rio sabia que havia feito Agatha se abrir, se mostrar. E embora ela mesma sentisse o impacto do que acabara de acontecer, sabia que o poder estava em suas mãos. Isso a instigava ainda mais, dando-lhe uma sensação de vitória que se misturava com um desejo latente.

Vidal se aproximou de Agatha no espelho, a voz baixa e carregada de uma intensidade proposital. "Sabe, Harkness," murmurou, os lábios roçando o pescoço dela, apenas o suficiente para que Agatha sentisse o calor de sua respiração. "A gente finge que tudo isso é só provocação, mas nós duas sabemos a verdade. Sabe por quê?" Ela inclinou o rosto até o ouvido de Agatha, sussurrando devagar. "Porque você está tão perto agora e, ainda sim, não consegue me afastar."

Ela podia sentir a respiração de Agatha acelerando, a pele quente sob o toque de seus dedos que ainda deslizavam levemente pela cintura dela, traçando um caminho quase imperceptível, mas cheio de provocação. Agatha apertou os lábios, a mandíbula travada enquanto olhava o reflexo de Rio com um misto de desejo e ódio.

"Rio, você é um problema que eu nunca quis," Agatha sussurrou, a voz tensa. "Mas toda vez que você está perto, eu esqueço por que você é tão perigosa."

Rio sorriu, um sorriso pequeno e triunfante, que apenas aumentou a tensão no ar. "E talvez seja isso que te assuste, Harkness." Suas mãos seguraram a cintura dela com um pouco mais de firmeza, puxando-a para mais perto. "Você tem medo de admitir o quanto me quer."

Agatha abriu a boca para retrucar, mas Rio a cortou antes que ela pudesse falar. Com um toque ágil, segurou o maxilar dela, forçando-a a olhar diretamente em seus olhos pelo reflexo no espelho. Os olhares se encontraram, uma batalha silenciosa que deixava claro que nenhuma das duas estava disposta a ceder. Rio se aproximou novamente, os lábios e arrastando pelo canto da mandíbula traçando um caminho quente e deliberado.

Mas então, Rio se afastou repentinamente, rompendo o contato antes que Agatha pudesse reagir. Deu alguns passos para trás, o sorriso carregado de ironia e autossatisfação. Ela sabia que tinha deixado Agatha à beira de algo que nem ela mesma admitia. A respiração dela ainda estava entrecortada, o corpo rígido em uma tentativa de esconder o quanto fora afetada.

POV AGATHA

Agatha respirou fundo, tentando manter o controle que já se esvaía. O calor do toque de Rio ainda queimava em sua pele, cada palavra e provocação ecoava em sua mente, misturando-se ao turbilhão de emoções que a dominava. Ela ainda sentia o toque de Rio em sua cintura, a pressão suave de sua mão que a fizera ceder mesmo contra a própria vontade. E agora, quando ela mal havia absorvido tudo, Rio simplesmente havia ido embora, a deixando em um vácuo de desejo e frustração.

Por mais que tentasse manter uma postura firme, o reflexo no espelho a denunciava. Seu rosto estava corado, os lábios entreabertos em uma expressão que não conseguia esconder o quanto fora afetada. Seu coração batia rápido, e ela sabia que havia cedido mais do que gostaria de admitir. Por que Rio a afetava tanto? Por que sempre conseguia invadir cada camada de controle que ela havia construído ao longo dos anos?

Ela tentou reunir os pedaços de dignidade que restavam, arrumando o cabelo e respirando fundo para recuperar o semblante frio que costumava carregar. Mas, no fundo, sabia que algo dentro dela havia sido rompido. Sabia que a lembrança do toque de Rio ficaria ali, marcado sua pele como uma chama.

Between conflicts & secrets ( Agatha & Rio )Onde histórias criam vida. Descubra agora