. Seis .

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👔💍💘

Com a cabeça a mil tentando encontrar uma saída, Diego permaneceu congelado no palco, para irritação do segurança. Maldizia-se mentalmente por ter ido ali num impulso, ter invadido o lugar pelos fundos e não ter tomado mais cuidado para não ser descoberto. 

Viu a expressão dele ficar séria e ele fez menção de levantar, mas antes que saísse do sofá, alguém destrancou a porta por fora. Era um homem de porte menor do que o segurança que estava na sala, mas usava o mesmo tipo de terno barato. Devia ser um subordinado pois parecia meio amedrontado por estar interrompendo. Diego chegou a dar um passo na direção da porta, mas o segurança menor parou na frente dela, bloqueando a saída. 

— Desculpe interromper, mas é que um cliente tá insistindo em-

A porta foi aberta de novo, e com força. Como ele estava na frente, acabou levando com ela na cabeça e acabou tropeçando e caindo no chão. 

Para surpresa de Diego, era Amaury. 

— Ah, ele está aqui! Fiquei de olho nele desde que vi os candidatos na fila. Tomei a liberdade de informar a gerência que queria participar do teste dele. 

— E quem é você? — perguntou o primeiro segurança, se levantando. Diego engoliu em seco, mas se manteve calado. Já era a terceira vez que Amaury aparecia assim, de forma inesperada, e como não tinha ideia de como ele tinha ido parar ali, achou melhor deixá-lo conduzir a conversa. 

Viu ele tirando um cartão metálico, do tamanho de um cartão de crédito do bolso do paletó. Era dourado e devia significar algo importante pois o segurança trancou o maxilar, recolheu o paletó e saiu, obviamente contrariado, mas sem dizer mais nada. O outro o seguiu, esfregando a parte de trás da cabeça e puxando a porta. 

Diego relaxou e fez menção de pegar sua bolsa, que estava no chão, apoiada contra o sofá, mas ouviu Amaury limpar a garganta e parou. Viu o marido jogar o próprio paletó no encosto do sofá e ajustar as luzes, que deixaram de brilhar vermelhas e passaram para um tom amarelo, mais aconchegante e intimista. Também diminuiu a intensidade delas, deixando a sala em penumbra. Ele aumentou um pouco o volume da música e se aproximou de Diego, que não estava entendendo nada. 

Chegou a abrir a boca para exigir que fossem embora dali, mas a postura e a linguagem corporal dele quando se aproximou estavam tão diferentes que Diego quase achou que era outra pessoa, o que era ridículo. Mas não podia negar que o olhar dele estava diferente. Quente e cheio de autoridade. 

Ele se inclinou e sussurrou no ouvido de Diego. 

— Esse espelho atrás do sofá é falso, do outro lado, ele é uma janela. E tenho certeza que tem gente nos observando. — Diego se arrepiou com a voz grave e mal prestou atenção nas palavras dele — Então nós dois vamos precisar convencê-los: eu sou um cliente VIP que está acostumado a ser servido e você é um dançarino que está tentando uma posição fixa num clube que atende uma clientela bem exclusiva. — ele se sentou no sofá exalando autoridade, como se fosse de fato um ricaço que se achava no direito de mandar e desmadar. Com os olhos fixos em Diego, fez um gesto com a mão, como se o autorizasse a começar. 

Diego nunca sequer tinha chegado perto de um poste e não fazia a menor ideia de como se apresentar. Provavelmente cairia, se tentasse. Lançou um olhar ao espelho, nervoso e cheio de medo. 

— Ei! Olha pra mim. Só pra mim. — disse Amaury, com a voz baixa e suave e Diego reconheceu seu Amaury naqueles olhos, não aquela persona poderosa que parecia saída de um dark romance. — Finge que não tem mais ninguém aqui. 

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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