2| the sketchbook

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Eduarda pegou improviso objeto, era um par de meias, aquelas que combinam com o do parceiro e por meio de um imã dão as mãos. A morena respirou fundo e não podia negar que as memórias entravam um sua cabeça, já que aquilo era parte do primeiro presente dado para Helena.

- Helena, senta logo, eu quero te dar o presente. - Eduarda disse brava e viu a garota sorrindo enquanto mantinha os olhos fechados.

- Quer me dar? - Helena disse e recebeu um tapinha da garota, em seguida sentindo o peso de uma caixa de papelão em suas mãos. Seus olhos se abriram e rapidamente as mãos da garota abriram o presente. - Meias combinando que dão as mãos? - Helena disse rindo enquanto pegou o primeiro abjeto que havia ali.

- Elas são muito fofas. - Duda disse em defesa e viu Helena concordar. - Veja o resto.

- Hum, ok. - Helena disse vendo em seguida uma das coisas que mais havia procurado para comprar , uma action figure de seu super-herói favorito, Miles Morales, ou melhor, o homem aranha. - Onde você achou isso, Eduarda? - Helena sorria igual uma criança, seu olhar estava grudado na caixa a sua frente.

- Dei um jeito. - Duda disse com indiferença e viu a garota deixar as coisas sobre o sofá e te abraçar fortemente. - Acharam que eu era nerd quando eu fui comprar, você me deve uma. - Duda disse nos braços da garota que gargalhou.

- Você parece ser nerd, Linda. - Helena disse e deixou um selinho demorado em seus lábios. - Obrigada, você fez minha criança interior muito feliz. - Duda não conseguia tirar seus olhos dos de Helena, o brilho daquele olhar lhe capturava de uma forma absurda.

- Que bom, Helena, era exatamente isso que queria, criançona. - Duda disse fazendo carinho na cintura da mais velha que continuava sorrindo.

- Obrigada, obrigada, obrigada. - Helena repetia com os lábios sobre a bochecha da garota, as palavras eram intercaladas com beijos e deixavam Eduarda aquecida.

- Falta uma última coisa, Na. - Duda disse o apelido carinho que havia dado para Helena desde começaram a sair.

- Meu presente vai ser tão ruim. - Helena disse voltando até a caixa e ouvir a garota negar. - Da, você acabou de me dar algo que eu queria a anos, não tem como eu ser melhor.

- O que vale é a intenção. Não tenho culpa se sou muito boa. - Duda disse e sentiu Helena a puxar para perto, fazendo com que ela se sentasse ao lado da cacheada, que a encarou sorrindo. - Vê a última coisa, chata. - Duda disse empurrando o rosto de Helena que o virou novamente e deixou um beijo nos lábios da garota.

- Um caderno. - Helena disse pegando o objeto em mãos.

- Um caderno de desenho, Helena. - Eduarda disse e viu a garota concordar enquanto continuava a observar o objeto.

- Cacete, Duda, eu vou encher cada página daqui e te dar ele de presente. - Helena disse e virou seu rosto para a garota ao lado que sorriu com a frase.

- Não precisa, Na. - Duda disse e sentiu a cabeça da garota se apoiar em seu ombro, sentindo a respiração da mesma contra seu pescoço.

- Precisa sim, meu presente é tão capenga. - Helena disse entregando uma caixinha pequena, Dida a abriu e observou um chaveiro junto de um par de argolas pratas. - Tá vendo, sem graça. - Helena disse envergonhada. - Eu me lembrava que você disse que queria uma argola assim, mas que não tinha achado uma com preço bom, então, uni o útil ao agradável.

- Você achou uma com o preço legal? - Duda disse rindo da expressão de Helena.

- Não se diz preço de presente. - Helena disse e fez Duda suspirar frustrada. - E o chaveiro é só pra você sentir que estou com você.

- Quer ficar pertinho, né? - Duda disse e sentiu beijos em seu pescoço.

- Sempre. - Helena disse sorrindo contra a pele da mais nova.

Ao mexer mais um pouco na sacola encontrou os três objetos de seu presente, inclusive o bendito boneco que Helena tanto queria. O caderno estava um pegou desgastado, Duda se questionou se deveria abri-lo, após alguns minutos parada ponderando sobre essa possibilidade, ela o abriu.

Na primeira página havia a letra de Helena, Duda sentiu seu coração doer ao ler aquela combinação de palavras.

Caderno de desenhos destinados à Eduarda Hippler, também conhecida como mulher mais linda do mundo.

A sulista respirou fundo e fechou os olhos. Aquilo seria tão fofo se não estivesse acontecendo dessa maneira.

Eduarda virou a página, encontrando um desenho de Hanna, um sorriso confortável surgiu em meio às lágrimas, nas próximas página haviam desenhos já conhecidos por Eduarda, suas tatuagens estampavam as páginas, em seguida, outros desenhos também conhecidos, as tatuagens de Helena, que era menores e mais escondidas, mas ainda sim diziam sobre aquela garota. No final dessa sequência uma pequena escrita.

Nossas tatuagens quando nos conhecemos, espero que possa segurar sua mão quando fizermos as próximas.

Novamente Eduarda virou a página novamente. Era doloroso aquela escrita tão carregada de amor, era doloroso sentir seu coração acelerar com algo que havia sido colocado um fim.

Na próxima página haviam alguns pratos, taças, vinhos. Exatamente tudo que foi consumido no primeiro encontro delas.

Na outra, desenhos sobre o filme Lucca estampavam-na. Esse foi o primeiro filme que viram juntas e a primeira vez que Eduarda havia ido na casa de Helena.

Na próxima, o rosto de Eduarda e Helena preenchiam o papel. Era a primeira foto que haviam juntas. O sorriso sincero estampava os lábios de ambas, Helena tinha o nariz encostado na bochecha de Duda, enquanto a mão da tatuada estava afundada nos cachos distribuindo um lento cafuné que Helena tanto gostava.

Eduarda fechou o caderno e o colocou naquela sacola novamente, pegando-a e colocando no canto de sua sala.

A garota respirou fundo e se negou a continuar, aquilo era ridículo, se Helena não queria mais aquilo, então aquilo não existira mais.

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Mal resolvido - Doarda Onde histórias criam vida. Descubra agora