1 | the t-shirt

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Aquela camiseta foi o primeiro passo do fim. Eduarda a observava, entendia como aquilo era algo estranho, como ver aquela camiseta em sua gaveta seria bizarro, como se não pertencesse aquele lugar.
Ela se lembrava da primeira vez que ela vestiu o corpo de Helena.

Era o terceiro encontro entre Helena e Eduarda, o primeiro havia sido em um restaurante conhecido entre as duas, o segundo na casa de Helena e agora ambas estavam embaixo d'água, tomando banho, após uma noite agitada entre elas.

Eduarda enxaguava o corpo e sentiu o olhar de Helena sobre si. A cacheada sorriu ao encontrar seu olhar com os olhos claros da morena.

- Te peguei no flagra? - Duda disse e a garota riu negando.

- Achei que fosse óbvio que eu iria te admirar, Eduarda. - Helena disse percorrendo, mais uma vez, os olhos pela garota. - Não tem como resistir.

- Para de ser cafajeste, Helena. - A tatuada disse fechando o chuveiro e indo pegar a toalha, porém a garota a sua frente foi mais rápida, passando a toalha pelas costas da sulista e a puxando contra si, fazendo com que seus corpos se chocassem. - Helena! - Eduarda repreendeu, mas deixou de ter concentração na reclamação quando viu o sorriso de canto que a garota vestia.

- Queria ficar pertinho. - A garota disse fazendo uma feição de coitada, seus lábios projetados para frente, suas sobrancelhas franzidas, seus olhos parecendo maiores. - Gosto de ficar pertinho. - A garota disse deixando beijos pelo pescoço da mais nova. Eduarda suspirou e tomou posse da cintura de Helena, a apertando conforme sentia os arrepios causados pela garota.

Eduarda tentava compreender como aquela mulher sábia exatamente o que fazer. Ela tinha um manual de como mexer com a cabeça de Hippler?

A paulista separou seus lábios da pele molhada de Eduarda e sorriu, em seguida, aproximou-se lentamente dos lábios da garota e deixou um selinho demorado.

- O que você quer fazer agora? - Helena disse com os lábios parcialmente encostados no da garota a quem se referia.

- Acho que deveríamos comer pra repor as energias, depois vemos como podemos gastar elas. - Eduarda sentiu o sorriso da mais velha contra si.

- Sei fazer um ovo mexido como ninguém. - Figueiredo disse e sentiu seu corpo seu puxado pra mais perto por Hippler.

- Acho que é exatamente isso que eu preciso. - Duda disse subindo as mãos pelas costas de Helena, que engoliu seco ao sentir as carícias em sua pele.

- Mas, você sabe, né? Tudo tem um preço. - Helena disse olhando para os olhos claros da garota que os revirou.

- Você tá na minha casa, Helena, eu quem tenho autoridade aqui. - Eduarda disse passando a mão para a parte da frente do corpo da garota e subindo até os seus ombros, em seguida indo até seu rosto e a puxando pra um beijo. As bocas das garotas já tinham o conhecimento de como deviam agir, aquele momento já havia se repetido diversas vezes, mas era nítido como sempre parecia ser melhor.

A lentidão, as mãos em locais certos, os sorrisos entre os beijos, os olhos sempre conectados ao final. Era marcante.

- Viu?

- Não tem como resistir ao seu beijo. - Helena disse puxando a garota para outro beijo. Eduarda também não conseguia resistir ao beijo de Helena.

Novamente o final teve suspiros ofegantes e olhares silenciosos.

- Viu? Eu também mando. - Helena disse piscando um dos olhos para a garota que negou enquanto respirava fundo. - Você sabe disso, Eduarda, nós duas somos mandonas.

- Eu sou mais, Helena. - Duda disse e viu-a negar. - Óbvio que sou.

- Você é mimada. - Helena disse apenas para irritar a garota, conseguindo seu objetivo, Eduarda saiu do box e pegou a outra toalha que havia ali, seguindo para seu quarto para vestir alguma roupa confortável. Os passos de Helena a seguiam, Eduarda se virou e viu a garota sorrindo enquanto a admirava. - Eu já disse que era óbvio que eu iria te admirar. - Helena disse erguendo uma das mãos em rendição.

- Vou te denunciar. - Eduarda disse terminado de vestir a larga camiseta.

- Você pode me emprestar uma roupa? - Helena disse abraçando a garota por trás e encaixando seu queixo no ombro da tatuada.

- Pega essa camiseta e esse shorts, acho que devem ficar confortáveis. - Duda disse dando-lhe aaa roupas e Helena agradeceu, em seguida as vestindo.

- Também está me admirando? - Helena disse enquanto sentia o olhar sobre si.

- Óbvio, se você pode, então eu também posso.

- Não reclamei. - Helena disse se aproximando da garota e deixando um beijo na bochecha da mais nova. - Pensa em tudo que podemos fazer, é divertido. - Helena disse sorrindo, Eduarda sentiu seu coração parar por um segundo.

- Você é uma safada, Helena, você realmente acha que eu tava pensando nisso?

- Talvez, se não estava, agora está. - Helena disse e deixou uma trilha de beijos até a boca da garota. - Não?

- Talvez. - Eduarda não queria admitir, mas obviamente desde o começo estava pensando como a garota era linda. Os lábios de ambas foram unidos, novamente um beijo lento, mas que conseguia ser desesperado, Eduarda fez com que a mais velha sentasse na cama e subiu sobre ela.

- Não queria repor as energias? - Helena disse rindo enquanto seus dedos estavam, parte sendo afundados na cintura e parte na bunda da garota.

- Acho que tenho um pouco mais pra gastar antes. - Eduarda disse deixando uma trilha de beijos no pescoço da garota e afastando seu rosto para selar pela última vez naquele momento os lábios. - Vamos comer algo.

- Podemos resolver isso aqui. - Helena disse segurando a garota sobre si.

- Comida de verdade, Helena - Eduarda disse se levantando e indo até a cozinha, Helena a seguiu e fez o pedido de Duda pra que seu ovo mexido fosse feito. - Como você consegue ficar um tesão mesmo com essa camiseta ridícula?

- Ela não é ridícula, eu gostei dela. - Helena disse observando a estampa. - Combina com minha vibe, não?

- Sua vibe é de ridícula?

- Para de me chamar de ridícula. - Helena disse brava e aquela conversa gerou algumas risadas entre o período que a receita demandava.

Mal resolvido - Doarda Onde histórias criam vida. Descubra agora