3 | the friends

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- Me explica essa história direito. - Sofia disse observando Duda.

Caick, Duda e Sofia estavam juntos, era nítido que algo incomodava a sulista a alguns dias, porém não havia tido nenhuma oportunidade para que esse assunto fosse escorrido nas falas da morena.

- Sei lá gente, não foi nada importante, só acabou. - Eduarda tentava não mostrar o incômodo que morava em seu peito, a saudade e a busca por alguma explicação.

- Não foi nada importante? Bicha, tenho medo de quando for. - Caick disse fazendo Duda suspirar.

- Só acabou, gente, não tem o que explicar.

- Como acabou? Um mês atrás você tava planejando apresentar ela pra sua família.

- Essa é a parte engraçada, eu não sei como acabou. - Eduarda disse com algumas risadas. - Ela não deu explicação, só colocou um fim.

- E você não perguntou? - Caick disse ligeiramente irritado.

- Não? Era algo de ego.

- Caralho, você só pode estar louca, né? - Sofia disse de braços cruzados.

- Gente, já tá sendo difícil o suficiente, tá? - Duda disse abraçada nas próprias pernas. O moreno e a ruiva se olharam, observaram como realmente estava complicado para a amiga e então a abraçaram. - Me desculpem. - Duda disse baixinho.

- Você não fez nada, amiga. - Caick disse e Sofia deixou um beijo no topo dos cabelos da mais nova.

- Eu queria entender o motivo dela ter ido, queria que fosse algo resolvido. - A morena se lamentava no conforto dos amigos. Era nítido que o coração da garota estava abalado. - Ela só deixou aquela sacola ali.

Os três observaram a sacola calados, a permissão para mexer era nítida no ar, mas ao mesmo tempo o sentimento que apenas pioraria era mais concreta.

- Eu vou colocar ela no seu quarto da bagunça, depois resolvemos ela. - Sofia disse e viu a amiga concordar.

- Caick, eu sinto mais falta dela do que imaginei. - Duda disse deitando sobre o ombro do garoto. - Ela fazia as coisas parecerem leves, era bom, até tinha falado dela na terapia.

- De modo bom? - Caick disse e viu a amiga concordar. - Eu acho que pode ser melhor pra você, alguém tão bom faz parecer que a vida só é boa com ela.

- É, mas, Caick. - Duda disse embolada nas palavras e sentiu a amiga voltando ao seu lado do sofá, em seguida abraçando-a. - Parece que todo amor que eu guardava era pra ela, que minha vida fez a exata trilha pra gente se encontrar, eu achei que fosse dar certo. - Duda deixou os ombros caírem em derrota e respirou fundo.

- Podemos fazer algo pra distrair sua cabeça, o que acha de irmos em algum bar? - Sofia disse e viu a amiga negar.

- Hoje não, Sofi. - Duda disse e viu a abraça compreender. - Eu não queria que vocês soubessem.

- Oxi, tá louca bicha? - Caick disse confuso.

- É humilhante, ela nem se deu o trabalho de terminar por mensagem. - Duda disse rindo e ouviu os amigos discordarem, em sequência xingando a garota. - Parem de xingar ela, por favor. - Duda pediu e ambos pararam, mesmo que contra vontade.

A alguns quarteirões de distância Helena estava sentada em sua sacada. A garota queria permanecer sozinha, mas essa necessidade de sumir fez com que seus amigos ligassem um alerta, Helena não estava bem. Ambos foram até sua casa e agora os três observavam as ruas de São Paulo.

- O que aconteceu? - Alice fez a pergunta que estava entre todos até o momento.

- Nada. - Helena disse enquanto passava o dedo sobre a boca de sua garrafa de cerveja.

- Você está mal, tá nítido, Helena. - Nicolas disse, o garoto olhava para a garota que abaixou a cabeça.

- Eu terminei com a Eduarda. - Sua voz saiu tão baixa que parecia que não havia sido feito som. O silêncio em seguida fez com que ela se questionasse se realmente tinha falado em voz alta seu último feito.

- O que? - O garoto disse espremendo os olhos e intercalando o olhar entre as amigas, Alice se levantou do chão e ajoelhou na frente de Helena, observando que seus olhos não estavam mais secos como antes. O soluço construiu o som do ambiente, o abraço reconfortante.

- Eu errei feio. - A cacheada admitiu e viu que ambos a olhavam preocupada.

- Não vai me dizer que é sobre aquele assunto. - Helena abaixou o olhar, isso confirmava ao amigo que se tratava exatamente desse assunto. - Helena, você não pode deixar isso moldar sua vida.

- Quando eu pensei já era tarde demais. - Ela admitiu. - Eu me arrependo de tudo, de ter terminado e ainda mais de ter feito do jeito que fiz.

- Fala com ela. - Alice disse e ouviu a garota rir com ironia.

- Você acha que ela vai querer falar comigo? Eu coloquei tudo que tinha uma mínima relação entre nós, eu coloquei o pano de prato que usamos em nossa primeira receita aqui em casa, coloquei literalmente tudo que me lembrava ela. Eu não iria querer falar comigo. - Helena disse tomando o resto de sua cerveja, que agora estava quente.

- Você fez isso? - Nicolas disse e viu a amiga concordar. - Caralho, Helena, você enfiou no rabo, porra.

- Eu sei, tá? - A cacheada disse sem ânimo.

- Talvez ela queira te escutar. - Alice insistiu.

- Nossa, nem fodendo. - Helena e Nicolas falaram no mesmo segundo, o som conjunto deu ainda mais notoriedade a frase. A cacheada respirou fundo e se levantou, ela queria fugir do assunto, mas não podia fugir de seu próprio apartamento, então apenas foi até a cozinha para buscar mais cervejas.

A garota apoiou o braço na porta da geladeira e deixou seu cabeça apoiar-se sobre ele. Sua respiração foi forte, seus olhos pareciam perdidos, suas mãos pegaram as três cervejas e fechou a porta, voltando a sacada.

- Promete que não vai se jogar daqui.

- Prometo. - Helena disse rindo da frase da amiga. - Eu só tô arrependida, mas o que posso fazer? Fui uma idiota, ações geram consequências.

- Amiga, meio que geram. - Alice disse fazendo carinho no joelho da amiga. - Mas vai ficar tudo bem, ok? Estamos com você. - A loira deixou um beijo em seu joelho e a conversa sobre a motivação daquela ação compulsiva continuou por toda a madrugada.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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