Samba in Paris | Rebi

Nova amizade.

Era o seu terceiro dia na Cidade Luz para os Jogos Olímpicos. Gabriela achava surreal tudo o que estava vivenciando. Sua terceira experiência olímpica, em uma delas tendo conquistado a medalha de prata...Ela não poderia estar mais grata por tudo.

Os últimos dois meses foram deveras complicados para a ponteira. Ter que lidar com polêmicas era algo novo pra ela que costumava ser tão reservada. Ainda mais devido a um término de namoro. Sem dúvidas isso não estava na sua lista de preparatório pré-olimpíadas.

Sua cabeça estava a mil, se não fosse pela ajuda e reforço das amigas e companheiras de equipe, principalmente Carol e Rosamaria que acompanharam tudo de perto, ela não saberia lidar. Ainda não estava cem porcento, na verdade acreditava estar longe disso, mas ela não podia e nem iria se dar o luxo de se distrair e deixar quaisquer problemas atrapalharem a sua jornada rumo ao Ouro Olímpico. Tinha feito um bom ciclo até chegar ali e não iria ser agora que deixaria qualquer coisa lhe abater fácil assim.

A tela do seu celular mostrava que eram exatamente cinco e meia da manhã, ao qual ela logo raciocinou serem meia noite e meia no Brasil. Gabriela fez rapidamente uma chamada de vídeo com a sua mãe, ainda acordada, que comunicou a filha que dentro de uma semana estaria aterrizando em Paris junto de Fernando, irmão mais velho da jogadora. Ela sempre fora uma pessoa muita próxima da sua família, ter eles por ali perto seria um incentivo e tanto.

Vendo que não iria conseguir voltar a dormir, a jogadora se levantou e fez a sua higiene matinal, partindo depois para um banho não muito demorado. Gabi vestiu a sua camisa e shorts padronizados da seleção brasileira e prendeu a parte de cima do cabelo em um rabo de cavalo, deixando o resto dos cachos soltos. Pensou em acordar Thaisa pra lhe servir de companhia mas ficou com receio de ganhar um roxo no olho antes mesmo do seu primeiro jogo em Paris. Preferiu apenas deixar pra lá.

Gabriela mexia no celular distraída, fuçando as suas redes sociais enquanto esperava o elevador chegar no hall do alojamento. Mal percebeu quando a caixa metálica parou em um dos andares, revelando a presença de outra pessoa.

— Gabi? — a voz que não era desconhecida pela ponteira a chamou, fazendo a mulher tirar a atenção do celular e levantar a cabeça.

Rebeca Andrade. A campeã olímpica ofereceu a ela um sorriso tímido enquanto o elevador se fechava mais uma vez. Gabi observou cautelosamente e retribuiu o sorriso, surpresa. Ela também usava os mesmos uniformes padronizados da cacheada, mas com um moletom por cima, suas tranças loiras estavam soltas.