Ao reparar do homen á sua frente Damien se recordou e suas lembranças vieram a tona
Marcus Suzuki, ele era um dos caras mais potentes naquele mundo, se envolvia em trafico de drogas e tráfico de peças de carros. Marcus poderia facilmente ganhar a vida sendo empresário e dono de empresas junto a seu pai mas escolheu adrenalina nas veias. Marcus nunca se sentiu verdadeiramente filho de seu pai. Fazia de tudo pra chamar atenção de todos. E consiguiu. Ele era um dos líderes que organizavam os rachas, alguém que sempre soube se beneficiar do caos."Eaí, cara?, você sumiu...e agora volta como se nada tivesse acontecido?"
Damien encarou Marcus, a mandíbula apertada, os punhos cerrados. "Eu tive que ir alguém me sabotou, você sabe... sabotagens e traição é o mais comum nesse mundo." respondeu com frieza. "Vocês me chamaram, e agora estou aqui."
Marcus deu um passo à frente, sua expressão se torcendo em um sorriso sarcástico. "Você foi embora quando as coisas ficaram feias, mas nós ainda temos contas a acertar, Rutherford."
O nome de Vincent pairou no ar sem ser mencionado, mas Damien sabia que todos ali estavam pensando nele. Damien tinha uma oficina, ele era certamente "famoso" muitos corredores depositavam sua confiança nele pra concertar seus carros e por peças novas. Vicent foi sabotado, assasinado e todos os dedos apontaram para Damien pois Vicent sempre deixava o seu AUDI RS7 nas mãos de Damien. O carro de Vicent perdeu o controle por fios desencapados e cortados, fazendo o carro não ter freio e nem direção assim batendo em um poste.
Antes que Marcus pudesse continuar, um som diferente se misturou à atmosfera pesada: o celular de Damien vibrando em seu bolso. Ele olhou a tela e viu o nome que havia tentado manter fora daquela vida. Lizzy. Seu peito apertou, uma onda de arrependimento e saudade o golpeando com força.
"Vai atender?" Marcus provocou. "Ou ela também faz parte dos segredos que você esconde?"
Damien ignorou a provocação e atendeu. "Lizzy?" Ele tentou manter a voz firme, mas o nervosismo era palpável.
"Damien, onde você está?" A voz dela soou frágil, como se soubesse que algo não estava certo. Ela sempre soube, de algum modo. "Eu... estou preocupada. Precisamos conversar."
Ele olhou ao redor, os homens esperando, os carros rugindo como predadores prontos para atacar. "Agora não é uma boa hora, Lizzy."
"Por favor," ela insistiu, sua voz quebrando do outro lado da linha. " Eu sinto que você está escondendo algo de mim." Ela diz com a voz séria.
Damien fechou os olhos por um segundo, o peso da verdade se empilhando sobre ele. Tudo o que ele havia evitado, todas as mentiras e meias-verdades estavam finalmente o alcançando. Ele queria contar a ela. Queria que Lizzy soubesse sobre Vincent, sobre o acidente, sobre a culpa que o consumia. Mas ali, naquele momento, cercado por homens que o consideravam culpado, não havia como fugir da sua realidade.
"Lizzy, eu prometo que a gente vai conversar, mas não agora," ele respondeu, tentando soá calmo, mesmo sabendo que isso não seria suficiente.
"Você sempre me diz isso, Damien," ela sussurrou. "E eu estou cansada de esperar."
Antes que ele pudesse responder, a ligação caiu, e ele ficou segurando o celular, como se a distância entre eles fosse ainda maior agora. Marcus riu ao lado, observando a cena com um ar de desprezo.
"Acho que sua namoradinha não gosta muito do seu estilo de vida," ele zombou. "Mas você sabe como é... ninguém aqui vai deixar você sair fácil dessa."
Damien não respondeu. Seu coração estava dividido entre o passado que o aprisionava e o futuro que ele desejava construir com Lizzy. Ele sabia que, para seguir em frente, teria que enfrentar seus demônios - e o primeiro deles estava bem à sua frente.
"Chega de joguinhos, Marcus," Damien disse, os olhos fixos no homem que representava tudo o que ele queria deixar para trás. "O que você realmente quer?"
"Quero terminar oque você não terminou, Damien. Você acha que iria voltar pra essa cidade e eu não ia ficar sabendo!?"
Ele diz rondando Damien com tom sarcástico. "Eu quero terminar a corrida de dois anos atrás, a corrida que foi enterronpida por policias e ambulâncias a de quando seu amigo se foi, não quero dinheiro e nem o seu carro. Eu quero que se curve a mim, Damien, você irá trabalhar pra mim. Se eu for o vencedor, é claro." Ele fala com arrogância cuspindo veneno.O som dos motores rugindo era ensurdecedor, e Damien apertava o volante com tanta força que a ponta de seus dedos ficavam brancos. Seu coração parecia que ia saltar do peito, enquanto pensamentos de seu passado retornavam. Ele não queria voltar a esse tipo de "diversão" e estava decidido: essa seria sua última corrida.
Na linha de partida, seu Audi R8 azul, reluzente e luxuoso, aguardava. Ao lado, um Koenigsegg Jesko Attack laranja, imponente e agressivo, o carro de Marcus. "E aí, cara, nervoso?" Marcus provocou, com um tom debochado, soltando uma risada seca enquanto jogava o palito de dente no chão. Apenas eles dois competiriam, era um duelo pessoal, uma corrida valendo algo mais que dinheiro, respeito. Damien não respondeu. Apenas suspirou, tentando controlar a ansiedade e o desconforto. De certa forma, ele estava traumatizado e sabia que qualquer distração o poderia arruina-lo.
Uma mulher apareceu entre os carros, segurando uma bandeira. Vestia-se de forma chamativa, com um estilo que atraía olhares, e tinha um longo cabelo rosa. Damien olhou para ela de relance, pensando que talvez já a tivesse visto antes, mas não tinha tempo para se concentrar nisso. Em um instante, fumaça e gritos tomaram conta do lugar, e, com um rugido dos motores, os carros dispararam, deixando uma nuvem de fumaça para trás.
A corrida começou com uma explosão de velocidade. Damien e Marcus disputavam cada centímetro da pista, com os motores rugindo alto. Damien dirigia com cuidado, calculando cada curva, enquanto Marcus, no Koenigsegg laranja, acelerava com agressividade, forçando os limites.
A pista cheia de curvas e retas estreitas exigia reflexos rápidos, e a tensão só aumentava. Os carros ficavam tão próximos que Damien podia ver a expressão fria de Marcus pelo retrovisor. Marcus perdeu o controle em uma curva, e Damien aproveitou a chance, acelerando com tudo para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.
Com a vitória, Damien viu que seria a sua a última vez naquele ambiente e chegou a sentir nostalgia. Marcus bateu no volante, furioso, enquanto Damien fazia um drift e parava na frente dele, saindo do carro com um sorriso. Recebeu os parabéns e, então, notou uma figura conhecida nas grades de arame, Elizabeth, Lizzy. Ela estava de jaqueta de couro e salto alto, com um olhar frio que ele mal reconhecia.
Antes que ele pudesse se aproximar da garota Marcus o empurrou tão forte que fez ele cair no chão, quase o fazendo perder seus sentidos. Outras pessoas avistaram a confusão que estava prestes a acontecer e a garota de longos cabelos rosados parou ao lado de Damien no chão o ajudando a se levantar e logo depois foi para o lado de Marcus, e outras pessoas foram para traz de Damien formando um encontro de "cangues".
"Você roubou, seu idiota, assassino."