Twenty-seven

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Após a luta feroz contra a criatura, o grupo seguiu para o carro da Sofia, que estava estacionado perto de um beco. Os dois carros, o da Sofia e o Impala dos Winchesters, seguiram juntos pelas ruas desertas de Roma, as luzes da cidade piscando nas janelas. O cansaço era visível em todos nós, mas a missão ainda não estava completa. Guilherme, embora já mais calmo, estava inconsciente no banco de trás do carro de Sofia. O corpo de todos estava sujo e exausto, mas a sensação de alívio ainda estava distante.

Quando chegamos ao motel onde Sam e Dean estavam hospedados, um lugar simples e com aquela aparência surrada de sempre, mas com o suficiente para descansar, fomos diretamente para o quarto.

- Deixa eu ir primeiro, vou tomar um banho rápido. - Dean falou, a voz cansada, mas determinada. - Você e Sofia fiquem com Guilherme.

Sam e eu trocamos um olhar enquanto Dean desaparecia no banheiro. Era engraçado como, mesmo em momentos de caos, Dean sempre dava um jeito de tomar um banho e dar a sensação de que nada estava errado no mundo. Como se a normalidade fosse possível, até em meio ao caos.

Olhei para Sam, que estava sentado na beirada da cama, os olhos focados em Guilherme. Ele parecia estar no limite, mas não deixava isso transparecer.

- Está melhor? - Eu perguntei, caminhando até ele.

Sam levantou a cabeça, dando-me um sorriso cansado. - Sim. Ele vai ficar bem. Só precisa de descanso.

De repente, uma tensão sutil surgiu no ar. Nós dois sabíamos o que havia entre nós, a história não resolvida que sempre pairava. A última vez que ficamos juntos, as coisas não terminaram bem. Agora, depois de tudo o que passamos, o peso da situação parecia se refletir em nossos olhares.

Sam se levantou, indo até a janela e olhando para fora. Eu sabia o que ele estava fazendo, se distanciando um pouco. E foi aí que eu senti, de forma quase palpável, o que ele tentava esconder: ele estava tão exausto quanto eu.

- Sofia... - Ele disse, virando-se para me olhar. - Eu...

Não precisávamos falar muito. O que quer que fosse, estava ali, naquelas palavras não ditas. Algo incompleto, mas confortável ao mesmo tempo. Não era como antes, mas era algo que valia a pena tentar, eu sabia disso.

Com um movimento rápido, ele pegou a coberta e se deitou na cama. Eu, sem saber muito bem o que fazer, fui até o sofá, colocando Guilherme ali para descansar. No entanto, a cama de Sam estava mais próxima, e eu, de certa forma, precisava de conforto também.

Fui até a cama, me deitei ao seu lado. Ele não disse nada, mas se ajeitou, colocando um braço em volta de mim, e naquele momento, não havia mais palavras a serem ditas. O cansaço tomou conta de mim, meu corpo relaxou contra o peito de Sam, e a última coisa que lembro é de seu coração batendo suavemente enquanto adormecia. Não importava que estávamos sujos e cansados; aquele momento de paz era tudo o que eu precisava.

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Acordei com o calor do corpo de Sam ainda próximo. O sol estava nascendo, entrando pelas frestas da cortina do motel. Olhei para ele, que estava dormindo, com o rosto sereno, sem as tensões de antes. Eu deveria ter acordado mais cedo, mas o cansaço era muito grande. Olhei para o relógio, e quando percebi, Guilherme ainda estava no sofá, mas parecia mais estável.

Aquela sensação de conforto foi rápida, porém, quando Sam se mexeu e acordou, algo pareceu mudar no ar entre nós. Ele se sentou na cama, esfregando os olhos, e por um momento ficou em silêncio.

- Sofia... - Ele disse, sua voz ainda rouca de sono.

Eu apenas olhei para ele, forçando um sorriso. - Eu... nós dois precisamos focar no que vem a seguir. Guilherme está bem agora, e isso é o mais importante.

Ele assentiu, mas havia algo em seus olhos, algo que ambos estávamos tentando ignorar. O que quer que fosse, eu não sabia se estava pronta para lidar com isso agora.

Sam se levantou, indo em direção ao banheiro. Eu peguei o celular e mandei uma mensagem para minha mãe e para Marianna, dizendo que Guilherme estava mal, mas estava sendo cuidado. Eu sabia que, assim que eles soubessem, a preocupação tomaria conta. O mais difícil estava por vir: contar a história para a família, sem que soubessem da verdade. Não poderiam acreditar.

Chegamos a minha casa logo depois de deixar Guilherme no hospital. A casa estava silenciosa, mas quando entramos, o cheiro familiar da comida de minha mãe invadiu minhas narinas, me lembrando de como era antes. A sala estava cheia de fotografias de família, e a presença de Anna, nossa irmã mais nova, era como um raio de sol no meio de tanta confusão.

- O que aconteceu com o Guilherme? - Marianna foi a primeira a nos perguntar, seu rosto pálido com a preocupação.

Olhei para Sam e depois para Dean, que já havia dado um passo à frente. Sabíamos o que tínhamos que fazer: mentir, omitir a verdade. A última coisa que minha família precisava era de mais uma história bizarra sobre monstros e criaturas.

- Ele foi atacado, mas os médicos dizem que ele vai ficar bem. - Dean falou com calma. - Tivemos que lutar, mas ele está em boas mãos.

Marianna olhou para ele com desconfiança, nem se conheciam, na verdade ninguem conhecia eles ali, mas nao perguntou nada, ao ver que todos nós estávamos mais calmos, ela relaxou um pouco. Sabia que a história era estranha, mas confiava em nós. O resto da família não precisou de mais detalhes.

Eu olhei para minha mãe e depois para Anna, sentindo um nó no estômago. Tudo isso ainda estava acontecendo, mas não podia mostrar fraqueza. Por eles, não podíamos revelar a verdade.

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Aiaiai capítulo atrás de capítulo vocês devem tá amando

ℙ𝕣𝕠𝕧𝕚𝕕𝕖𝕟𝕔𝕖 𝕆𝕗 𝕋𝕙𝕖 𝕌𝕟𝕚𝕧𝕖𝕣𝕤𝕖, 𝕾𝖆𝖒 𝖂𝖎𝖓𝖈𝖍𝖊𝖘𝖙𝖊𝖗Onde histórias criam vida. Descubra agora