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DUPNTE

Renjun deveria saber que eles não aceitariam um não como resposta.

Seria muito fácil se livrar deles depois de um simples não. Então, ele não foi pego completamente de surpresa ao encontrar Taeyong na mesa de jantar na manhã seguinte à conversa bastante esclarecedora sobre o outro lado de sua família. Mesmo depois de tudo, ele ainda era uma figura que havia cativado uma certa admiração em Renjun, que raramente tinha contato com ômegas mais velhos além de sua mãe, portanto, Renjun não conseguia ser rude o suficiente para simplesmente expulsar o primo de casa sem se sentir péssimo quanto a isso.

Sua mãe parecia seguir uma linha de pensamentos semelhante, pois estava sentada no balcão da cozinha, lançando olhares curiosos para o homem bonito sentado à mesa que eles raramente usavam, sem dizer nada além do que lhe fosse perguntado. E para a surpresa de Renjun, Nana também estava na cena, rodeando a cadeira que a visita estava, o rabo peludo balançando em ondas perigosas.

Se ele atacasse Taeyong, ao menos não seria Renjun o culpado por expulsá-lo.

- Se eu me lembro bem, eu disse que não me juntaria a vocês no vôo de volta para a Coréia, sim?

Assustando todos no térreo, Renjun terminou de descer as escadas. Com a mochila largada em cima do sofá, ele marchou para a cozinha, ignorando os três pares de olhos acompanhando cada passo que dava. Sem qualquer vontade de mexer no fogão, ele apenas engoliu a pílula supressora diária antes de pegar algumas fatias de queijo na geladeira e usá-las para rechear um pão doce, mordendo-o e se virando para devolver o olhar para o primo.

Taeyong abriu um sorriso sem graça, as mãos dele estavam acima da mesa e pareciam grudadas uma na outra, dando-lhe um ar nervoso. Renjun revirou os olhos, enchendo um copo com água para molhar o pão que parecia desconfortavelmente seco na boca.

- Eu queria te convidar para nos visitar algum dia desses. - ele começou, o sorriso ficando lentamente mais doce ao que ele provavelmente se lembrava de onde morava. - Mesmo não querendo fazer parte da corte, você poderia vir conhecer todo mundo. Agora que sabe, nada lhe impede de vir.

Perto de Renjun, sua mãe nem mesmo conseguia disfarçar o desconforto que sentia com o assunto.

- Não seria uma viagem longa, a Coréia não fica há nem mesmo duas e meia de voo de Jilin. Você poderia visitar o Palácio Amarelo, a residência dos Huang há séculos, e onde seus tios moram. Ou então, você poderia conhecer os garotos mais novos, eles moram no Palácio das Ameixeiras mais ao sul para estudarem. Tenho absoluta certeza de que eles adorariam te conhecer. - Renjun arqueou uma das sobrancelhas, duvidando daquilo. - Eles sabem de você, Renjun.

- Ohh. Bom saber que todos sabem que existo, mas ninguém sequer lembrou de mim para mandar um cartão de Natal. Ou um cartãozinho de parabéns nos meus aniversários.

- Não é bem assim, Renjun...

- Então me diz, vocês viriam atrás de mim se não precisassem urgentemente de um estepe? Ou então continuariam a fingir que não sou um nada para vocês? - acusou, sua voz saindo mais alta do que o planejado.

- Renjun! - mesmo sendo alvo de seu tratamento de silêncio, sua mãe lhe repreendeu pelo grito. O ômega respirou fundo, lançando um olhar de desculpas para Yuling, mas ainda assim, se recusando a pedir desculpas para Taeyong. - Essa conversa não vai chegar a lugar nenhum se você continuar na defensiva assim.

- Agora eu sou o errado?! Pelo amor de Deus, vocês mentiram para mim durante a minha vida inteira! - os gritos voltaram, Nana saltou de onde estava e pulou para cima do balcão, parando de frente para Renjun. O garoto fitou o gato, suspirando e levando a mão livre para suas orelhas. - Eu adoraria poder ser o príncipe encantado de vocês, ser o fantoche perfeito, mas eu infelizmente tenho uma vida aqui em Jilin. E eu também adoraria poder conhecer essas pessoas, mas sabe, eu estou ocupado demais com a minha vida mundana para pegar o jatinho particular da realeza para ir visitá-los em seus castelos. Posso mandar um cartão de ano novo atrasado, se você quiser, me passe os nomes e eu envio, prometo que serei adorável com esses desconhecidos.

Diário de Um Príncipe Não Muito EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora