PILOTO

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I. PRÓLOGO

DUPNTE


Com uma súbita pressão sobre o peito, Renjun acordou em um sobressalto.

Ouvindo um miado irritado, só então ele se deu conta do que se tratava o peso misterioso no peito. Com um sorriso preguiçoso, ele procurou o gato branco no meio de seus cobertores, puxando a mão quando uma patinha emergiu por entre a bagunça de tecido felpudo para acertá-lo com um adorável tapa que iria arder bastante se ele não tivesse esquivado a tempo.

Os olhinhos azuis estavam quase completamente escondidos sob as pupilas arredondadas. Ainda que hesitasse, Renjun levou a mão até o bichano, suspirando aliviado com o miadinho dengoso e com a delicada cabeçada que recebeu contra a palma da mão.

- Bom dia, Nana. - mais um miadinho, porém, dessa vez, o gato levantou uma das patinhas, arranhando o peito da mão de Renjun suavemente, como se quisesse apenas chamar a atenção. - Já é hora da sua ração, meu amor?

Deixando uma mão esfregando atrás das orelhas de Nana, o ômega tateou a mesinha de cabeceira até esbarrar os dedos contra a superfície fria de seu celular. E sem surpresa, ele viu que ainda faltavam quase duas horas para o início das aulas.

Nana tinha um relógio biológico sensacional quando se tratava de comida, ele sempre acordava Renjun perto das seis, antes mesmo de seu alarme de emergência tocar às seis e meia, apenas para exigir que sua ração fosse reposta e sua água trocada.

Mais um arranhão e Renjun entendeu que era hora de suas obrigações.

Colocando o gatinho branco nos braços, ele saiu da cama. Com pés enfiados em pantufas igualmente brancas, uma vez que assim não ficava tão óbvia a quantidade de pelo de gato preso nelas, ele seguiu para fora do quarto. Descendo a escada íngreme, tomando cuidado para não tropeçar um pé no outro, Renjun deixou Nana em cima do sofá velho logo abaixo da escada, e antes de ir para o banheiro, ele bateu na porta do quarto da mãe, certificando-se de acordá-la.

De rosto limpo, dentes escovados e com um gato no colo, Renjun descia para o térreo às seis e meia. A casa deles não era exatamente grande, mas contava com dois andares além do térreo. Originalmente eram apenas o térreo e o segundo andar, mas depois de esvaziar o sótão e pechinchar por uma escada de ferro em uma serralheria na saída da cidade, Renjun conseguiu convencer sua mãe de deixá-lo usar o sótão como quarto. Era o único cômodo lá em cima, tinha uma luz natural incrível pela manhã e até uma pequena varandinha, totalmente cercada por telas, o que dava a Nana mais espaço para brincar.

O térreo era dividido em duas partes, a cozinha e as salas de estar e jantar ficavam de um lado e a pequena floricultura de sua mãe ficavam do outro. Eles tinham um jardim pequeno nos fundos da floricultura em que Yuling plantava algumas flores que mais gostava e alguns vegetais.

- Peguei o Nana arranhando o sofá mais cedo. - em saudação, sua mãe lhe apontou uma ameaçadora tesoura de poda ao vê-lo descendo as escadas. Com um sorriso sem graça, Renjun deixou o gatinho no chão, apertando os lábios um no outro quando Nana lhe encarou com os olhos redondos e meigos, como se negasse qualquer acusação contra ele.

- Eu vou comprar mais arranhadores mais tarde, prometo. E também prometo dar uma olhada no estrago, acho que posso mandar consertar no próximo mês - ofereceu, Yuling lhe encarou com os olhos semicerrados, colocando o vaso de cebolinhas de volta para a prateleira perto da janela.

- Sua mesada aumentou e eu não fiquei sabendo?

- A senhora sabe que eu ganho ajudando alguns colegas. - encolhendo os ombros, o ômega mais novo pegou sua pílula supressora já separada no balcão, engolindo-a sem água. Yuling lhe encarou com estranheza, mas não comentou, sentindo que já deveria estar acostumada com a cena. Renjun se ocupou em fazer os rotineiros ovos mexidos, roubando um pouco da cebolinha que sua mãe havia cortado para dar mais cheiro. - É a primeira semana de aula, tenho muitos colegas para ajudar, pouca gente revisa nas férias.

Diário de Um Príncipe Não Muito EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora