reckoning - 02

7 1 0
                                    

Nos dias que se seguiram, Beomgyu conseguiu se enturmar com os novos amigos. Em questão de poucos dias, ele foi de zero a cem em intimidade, o que chamou a atenção dos outros, que acharam incrível o quão rápido ele se integrava e criava laços.

- Porra, essa foi definitivamente a pior aula da minha vida - resmungou Soobin, se espreguiçando na cadeira com uma expressão de puro cansaço.

- Mas você dormiu a aula inteira! - respondeu Yeonjun, rindo enquanto guardava suas coisas na mochila.

Taehyun, mais quieto do que o normal, ajeitava os materiais em silêncio. Ele suspirou antes de se despedir: - Gente, tô indo, preciso ajudar meus pais na cafeteria.

E com isso, saiu sem mais palavras, deixando os outros três para trás.

- Soobin, você e ele se resolveram? - perguntou Kai, levantando uma sobrancelha.

- Na verdade... tô pensando em terminar, - Soobin admitiu, visivelmente desanimado.

Yeonjun trocou um olhar de preocupação com ele: - Tem certeza, Soobin? Talvez ainda dê pra resolver...

Kai, um pouco inquieto, começou a guardar suas coisas também. - Vou tentar falar com o Tae, - disse ele, já se preparando para sair.

- Só não fale nada sobre terminamos, não sei se tenho certeza ainda, - Soobin comentou com um olhar perdido.

- Tudo bem, prometo não dizer nada, - Kai respondeu, e logo depois saiu da sala.

Soobin também decidiu que era hora de ir. - Bom, também vou indo, - ele disse, se levantando e acenando para os outros.

- Se cuida, Binnie! - disse Beomgyu, com um sorriso sincero, vendo-o sair de vista.

Assim que ficaram sozinhos, Yeonjun virou para Beomgyu, com um brilho nos olhos e um sorriso provocador. - Então, Beomgyu... que tal irmos lá pra casa jogar videogame?

Beomgyu riu, cruzando os braços. - Você não se cansa de perder pra mim, né?

Yeonjun deu de ombros, mantendo o sorriso desafiante. - Só arruma suas coisas e vamos ver quem ganha dessa vez.

Com isso, Beomgyu jogou os cadernos na mochila e, juntos, saíram da sala.

Enquanto caminhavam pelo corredor, o clima parecia ter mudado. A presença de Yeonjun ao seu lado deixava Beomgyu levemente ansioso, mas de um jeito bom, como se a cada passo a eletricidade entre eles aumentasse. Os olhares que trocavam eram intensos, cheios de algo que nenhum dos dois expressava em palavras. Quando chegaram à porta da casa de Yeonjun, o silêncio era denso, quase palpável.

Dentro do apartamento, a atmosfera estava baixa e íntima, a luz suave criando sombras nos rostos dos dois. Yeonjun olhou para ele com aquele olhar familiar e convidativo. Beomgyu, embora tentasse disfarçar o sorriso, sabia que estava corado.

- Pronto pra perder? - diz Yeonjun.

Beomgyu entrou na casa do mais velho, deixando a porta se fechar suavemente atrás de si. O lugar era espaçoso e silencioso; ele percebeu de imediato que seus pais provavelmente não estavam em casa, o que tornava o ambiente ainda mais aconchegante. A iluminação suave do fim de tarde atravessava as janelas, dando ao apartamento um toque quase mágico.

- Toma seu controle - disse Yeonjun, acomodando-se no sofá com um sorriso casual, mas seus olhos entregavam algo mais.

Beomgyu pegou o controle, jogando-se ao lado dele. Yeonjun o observava de soslaio, os olhos percorrendo o rosto de Beomgyu com uma intensidade que ia além do habitual. Ele não sabia se era o silêncio da casa, a proximidade entre os dois ou a maneira como Beomgyu estava relaxado ali ao lado dele, mas um pensamento se insinuou em sua mente, quente e impulsivo.

Reckoning Onde histórias criam vida. Descubra agora