Capítulo -2- No Jogo Do Lobo.

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Não esperava que ele realmente viesse após tanto tempo

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Não esperava que ele realmente viesse após tanto tempo. De fato, ele fazia questão de aparecer ocasionalmente, como se ainda se importasse. Embora eu soubesse que havia algo errado com ele, era a única pessoa que restara da minha família.

Após a morte de minha mãe, ele ainda cuidou de mim e pagou meus estudos. Embora vivesse longe a maior parte do tempo e eu também estivesse imersa nos estudos, éramos dois estranhos vivendo sob o mesmo teto.

Maeve: "Você é meu padrasto, não meu pai!" Eu passei por ele, retirei a chave da minha bolsa e abri o portão. Ele veio atrás de mim e não se importou em se jogar no sofá assim que entrou. "O que o grande delegado Kevin Rossi veio fazer nesta humilde residência?"

Kevin: "Estou trabalhando em um caso importante e precisamos de alguém que possa atuar em dois lugares ao mesmo tempo. Isso coincide realmente com seu horário de trabalho." Eu revirei os olhos, joguei minha bolsa na mesinha de centro e me sentei no outro sofá. Realmente, essa conversa estava indo para um lugar onde eu não queria estar. "Estamos quase pegando o chefe do narcotráfico de Atlanta. Você poderia nos ajudar, e claro, receberá uma recompensa. A cabeça dele está a prêmio no governo e eu posso dividir o valor com você."

Olhei para o seu rosto; era inacreditável que ele ficasse longe por tanto tempo e, quando me visitava, fosse sempre sobre trabalho. Claro que ainda sentia falta de ter um pai, e esse babaca era o único que me restava, e mesmo assim, ele pensava em trabalho.

Maeve: "Eu já tenho um trabalho!" foi minha resposta. "Por que eu perderia meu tempo ajudando esse babaca? Não estou interessada!"

Levantei-me para ir em direção à cozinha, mas ele falou alto o suficiente para chamar a minha atenção.

Kevin: "$200.000 é o valor que o governo está pagando por ele. Tudo que você precisa fazer é ser uma secretária de meio período. Você é uma jornalista criminalista e conseguirá tirar algumas fotos. Temos algumas câmeras pequenas e microfones que poderá usar. Não vai te fazer mal; só precisamos de um depoimento dele confirmando seus crimes e você estará livre de tudo isso." Ele se levantou e segurou minhas mãos. "É um valor alto, que permitirá que você compre uma casa nova e saia desse lugar, que, sinceramente, não entendo o motivo de você ter saído de casa para vir morar nesta pequena lata de sardinha."

Ele olhou com desgosto para minha casa, mas eu tinha 30 anos. Não poderia perder meu tempo morando com meus pais, principalmente com ele, após a morte de minha mãe.

Maeve: "Jessie faleceu!" Ele soltou minhas mãos e deu um passo para trás. Sabia que ela era minha amiga e também sabia que ela era minha chefe. "Julie vai assumir a empresa em uma semana e eu não estou preparada para isso. Acha que estou em condições de trabalhar em um caso com você? Pois eu não estou."

Kevin: "E com esse valor, você pode comprar a empresa!" Mais uma vez ele chamou minha atenção. "Minha filha, você não precisará fazer nada, apenas criar amizade com aquele criminoso e conseguir pelo menos um áudio dele assumindo todos os seus crimes. Vamos prendê-lo, e você nunca mais precisará entrar em contato com ele na vida. Pode comprar a empresa." Ele se aproximou e apoiou ambas as mãos em meus ombros. "Você não precisará passar por isso porque será sua própria chefe, conseguirá ter tudo o que quer, só precisa sacrificar um pouco do seu tempo."

Pensei na empresa, pensei em Dália e também nos ovos congelados de Jessie. Ela realmente havia pedido que eu me tornasse sua barriga de aluguel, e $200.000 era um dinheiro que eu poderia usar para cuidar daquela criança e também para comprar a empresa. Poderia resolver meus problemas.

$200.000!

Maeve: "Dê-me apenas uma semana para que eu prepare tudo." Ele sorriu, apoiando as mãos em meus ombros e me puxou para seus braços, me abraçando. Eu realmente odiava todas as vezes que ele fazia isso, porque me sentia tão pequena ao seu lado que era quase um insulto. "Agora pode ir."

Kevin: "Eu te espero em uma semana!" Ele me mandou um beijo no ar e foi embora.

Neguei com a cabeça ao pensar naquele assunto naquele momento. Tentei seguir com minha vida por uma semana e colocar tudo em ordem até que, finalmente, Julie chegou à empresa, a irmã irritante e mimada que só gostava de dar ordens e não fazia nada.

Julie: "Sou a nova presidente da empresa da revista e espero que vocês estejam fazendo seu trabalho como devido. Minha irmã não está mais aqui, mas irei seguir o legado dela com punhos de ferro." Olhei de relance para Dália, que fez o mesmo, me encarando. Só podia ser brincadeira o que aquela garota estava falando; provavelmente ela não fazia ideia de como cuidar de uma empresa e muito menos como dar ordens. Provavelmente ficaria mais perdida do que os funcionários novos. "Dália, venha até a minha sala e me diga a agenda enquanto me atualiza sobre os serviços. O restante pode voltar a trabalhar."

Minha amiga respirou fundo e seguiu Julie até o escritório que antes pertencia a Jessie.

Uma semana trabalhando com aquela garota foi suficiente para que eu ficasse louca. Quase joguei minha nova câmera em sua face; apenas uma mulher tão louca quanto ela poderia me deixar tão irritada.

Julie: "Estou falando com você, senhorita Hunter!" Prestei atenção em seu rosto uma última vez. Ela não se parecia nada com Jessie, que era loira e tinha olhos azuis. Julie era um pouco menor, ruiva, com olhos verdes e muito irritante. Realmente, a beleza fazia parte daquela família. "Você ainda continuará trabalhando como jornalista criminalista, já que a parte da revista em que você trabalha é a que mais chama atenção e ganha dinheiro na empresa toda. Você é ótima no que faz, mas quero que saiba que não serei sua amiga como minha irmã era. Estou aqui para ser sua chefe e não sua amiga."

Maeve: "Em momento algum pensei que você seria minha amiga. As amizades não são substituíveis, senhorita Smith." Eu podia sentir o veneno escorrendo pelos meus lábios, com vontade de dar a ela uma resposta que merecia ouvir. Porém, eu não iria sujar a memória de Jessie brigando com a irmã dela. "Quero aproveitar e pedir autorização, pois o trabalho em dois lugares ao mesmo tempo. Claro que meu trabalho continuará sendo perfeito na empresa, mas pretendo trabalhar pela manhã em outro lugar e, durante as tardes e noites, estarei aqui."

Julie: "O que você faz fora da empresa não me diz respeito. Porém, quero que seu trabalho continue perfeito aqui. Se você quer trabalhar em dois lugares..." Ela se virou e continuou caminhando em direção à minha porta, enquanto seu salto alto irritante batia no mármore do chão. Porém, ela se virou e me encarou da porta, batendo suas unhas postiças no batente. "Mas se você atrapalhar a empresa, não hesitarei em me esforçar para te expulsar daqui."

Então ela sorriu como se nada tivesse dito e fechou a porta atrás de si, deixando-me sozinha com meus pensamentos.

Na sexta-feira à noite, voltei para casa. Ele estava parado novamente diante de mim, encostado no meu portão, como se aquela fosse sua casa.

Kevin: "Como não me ligou para me dar a resposta, achei muito importante vir até aqui receber sua resposta." Respirei fundo e olhei em seus olhos. Não podia acreditar que ele realmente era um babaca que estaria tentando me levar para trabalhar em um dos seus casos, sabendo que isso poderia me custar a vida. "Vamos, aposto que vai querer esse dinheiro e tirar aquela chave irritante dos seus pés. Lembro que você não gostava da irmã de Jessie desde quando aconteceu."

Maeve: "Eu irei até aquela empresa e ficarei por lá por uma semana para ter certeza de que não será perigoso. Mas assim que perceber que é um lugar perigoso para mim e que pode me machucar, me retirarei do caso." Ele sorriu, passando a mão pelos cabelos perfeitamente arrumados. Era realmente o que mais minha mãe gostava quando estava casada com ele, antes do acidente que tirou sua vida e deixou Kevin responsável por mim.

Kevin: "Você fez uma ótima escolha, minha filha. Vamos garantir aquela fortuna e tomar a empresa daquela mimada sem futuro." Ele não esperou que eu respondesse, correu para fora e entrou no carro, dirigindo mais rápido do que podia, provavelmente para voltar à delegacia.

Antes de encostar meu ombro no batente da porta, levantei uma das minhas mãos, apoiando-a sobre o coração enquanto passava pela pele.

Maeve: "Que sensação ruim." Era como se algo ruim estivesse prestes a acontecer, mas eu não podia pensar dessa maneira. Precisava daquele dinheiro e, só então, quando tivesse certeza de que estaria em minhas mãos, poderia ter o bebê de Jessie e dar uma vida boa a ele.

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