Capítulo -4- Confissão.

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Rossi me levou para o fundo da delegacia, onde ficavam as celas

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Rossi me levou para o fundo da delegacia, onde ficavam as celas. Brennan Scott estava na última. E então, quando me viu, levantou-se e veio até mim, parecendo um pouco envergonhado, embora soubesse que aquilo era uma mentira. Naquele momento, ele demonstrou quem realmente era quando viu o delegado entrar em sua sala.

Brennan: O que veio fazer aqui? - Eu levantei o papel para ele ver e entreguei em suas mãos, rezando a Deus para que ele acreditasse naquilo que estava em suas mãos. - Você foi intimada.

Maeve: Vou ter que depor e dizer a eles o que sei sobre você. Sinceramente, não tenho ideia do que está acontecendo aqui, porque também estou sendo intimada por narcotráfico de drogas! - Eu dei um passo para trás, permitindo que ele continuasse com os papéis em suas mãos, embora soubesse que o microfone escondido entre os meus seios estivesse me pinicando, assim como aquele maldito ponto eletrônico em meu ouvido. - O delegado me disse que o senhor está envolvido com narcotráfico, e eu posso ser presa porque estava trabalhando e parecia bem íntima do senhor enquanto estávamos almoçando. Eu disse a ele que não sabia de nada e que fazia pouco tempo que estava trabalhando na empresa.

Brennan: O delegado é uma ratazana. Não acredite em tudo o que ele está dizendo! - Eu levantei minha mão, colocando-a em meu peito, para que ele pudesse ver que eu estava sofrendo com aquilo. Precisava ser um pouco mais inteligente e fazer com que ele me dissesse qualquer coisa. Eu precisava de qualquer pista.

Maeve: Eles têm provas. O delegado me mostrou uma foto do senhor em um cais com outro narcotraficante perigoso que foi preso dois anos atrás pela polícia, e depois tirou uma foto minha na empresa. Eles possuem fotos minhas! - Eu olhei indignada para o seu rosto, embora o gosto da mentira fosse pior do que um alimento podre. - Eu não posso ser presa por um crime que não cometi, então, se o senhor sabe de alguma coisa, me diga para que eu saiba com o que estou lidando, pois não vou perder minha vida e minha liberdade por quem não conheço.

Brennan: Ouça bem! - Ele aproximou-se da grade e balançou o dedo para que eu também me aproximasse. Eu olhei para trás apenas para ter certeza de que não havia ninguém perto de nós. Assim que me aproximei, pude ouvir sua voz bem baixa, mas ainda assim esperava que o microfone entre os meus seios estivesse captando tudo o que ele me dizia. - Eu vou te contar um segredo e espero que guarde. Te conheço há alguns meses e sei que é uma boa menina. - Não! Eu não era uma boa moça, e ele iria descobrir isso mais cedo ou mais tarde. - Eu tenho meus negócios. A justiça não é muito fã do meu trabalho.

Maeve: Eu não estou entendendo! - Isso quer dizer que ele estava realmente envolvido com narcotráfico, mas eu queria que ele continuasse dizendo. - É verdade ou não é?

Brennan: Estou envolvido em alguns negócios contra a polícia e contra a justiça. Sim, eu sou o chefe do narcotráfico de Atlanta. - Aquele olhar gentil que ele me lançava foi desaparecendo, dando lugar a um olhar tão cruel que eu quase me afastei da grade. Porém, finquei meus pés no chão para não sair do lugar e para que ele não percebesse que eu estava assustada com a forma como ele estava me dizendo aquilo. Esse homem diante de mim nunca foi meu amigo e nunca me considerou uma amiga. Ele estava me usando da mesma maneira que eu o estava usando. - E você não irá dizer nada, porque está com medo de mim, e é por isso que eu sei que vai continuar trabalhando na minha empresa. Sabe que, se eu sair daqui, vou atrás de você.

Engoli em seco; ele estava me ameaçando.

Maeve: Então é você que é o líder do narcotráfico em Atlanta! - Ele sorriu, ele realmente sorriu enquanto eu dava um passo para trás e outro, e outro, apenas para ter certeza de que ele não estava perto o suficiente de mim.

Brennan: O que foi, Heart? - Ele levantou uma sobrancelha e olhou diretamente para mim. Ambas as mãos foram colocadas em seus bolsos, como se tudo isso fosse apenas uma brincadeira. - Acho que eles vão me manter preso aqui? Eu posso sair dessa espelunca a qualquer segundo que eu quiser, mas você já sabia disso, não foi por esse motivo que foi trabalhar na minha empresa? - Eu levantei uma sobrancelha, encarando seu rosto. - Maeve Hunter.

Maeve: Sabia quem eu era! - Ele ainda se aproximou das grades e se encostou nelas como se aquilo fosse apenas uma conversa em um dia, como é para ele, deveria realmente ser. - E ainda assim me permitiu trabalhar na empresa.

Brennan: E uma jornalista de uma categoria tão baixa como você achava que iria conseguir tirar qualquer informação de mim? - Ele começou a rir, claro que não foi uma gargalhada para não chamar a atenção da polícia do lado de fora, mas foi um riso assustador. - Uma jornalista tão pequena, que não chama atenção de ninguém, achou mesmo que poderia? Eu posso foder com a sua vida, garota! Posso fazer o que eu quiser no momento em que eu quiser, pois a polícia não pode me manter nesse lugar por mais de 24 horas e tenho à minha disposição vários advogados, os melhores do país. - Ele sorriu, enquanto eu respirava fundo e apoiava minhas mãos entre os meus seios, retirando de lá o gravador.

Maeve: Obrigado por confessar! - Ele me olhou, parecendo nervoso pela primeira vez. - Como é para o senhor ver que uma jornalista de quinta categoria conseguiu tirar do senhor a informação de que precisava para colocá-lo atrás das grades pelo resto da sua maldita vida? - Ele fechou as mãos em punhos e cerrou o maxilar, se aproximando das grades. - Com esta confissão, vou garantir que o senhor nunca saia da prisão.

Brennan: Quanto você quer? - Ele disse antes que eu pudesse me aproximar da porta, como se isso fosse suficiente para mim, mesmo que ele oferecesse uma quantia em dinheiro. Assim que estivesse livre, ele iria me matar. - Eu posso te oferecer 5 milhões de dólares, 10 milhões de dólares, muito mais do que a porra de 200 mil dólares que a delegacia está oferecendo a você.

Maeve: Eu prefiro receber 200 mil dólares limpos. - Eu olhei em seus olhos, queria que aquele desgastado soubesse que eu iria foder com a vida dele, da forma como ele havia me dito que foderia com a minha. - Nos vemos no tribunal, senhor Scott.

Brennan: Ouça muito bem! - Eu abri a porta e olhei em seus olhos; realmente eram olhos muito piores do que os que haviam me encarado pela primeira vez. - Eu não vou ficar por muito tempo preso. A sua polícia é falha e qualquer um deles vai trair você por dinheiro. Minha querida, dinheiro compra tudo. - Eu me lembrei do sorriso de Jessie, enquanto ela estava sorrindo, me contando que seu sonho era ser mãe e que poderia fazer o que quisesse, contanto que tivesse uma cópia dela caminhando sobre a terra. - Eu vou comprar minha liberdade e vou deixar que você  Aproveite sua maldita liberdade enquanto durar, porque assim que eu sair daqui, não vai existir buraco algum em que você possa se esconder. Eu vou te achar e vou te matar.

Maeve: Que pena que você nunca vai sair daqui para cumprir sua promessa! - Então ele sorriu. A minha última lembrança daquele desgraçado antes de sair daquela sala foi ver seu sorriso, me olhando como se soubesse que estava certo. Assim que cheguei à sala de Rossi, ele estava andando de um lado para o outro com os braços cruzados. - Aqui está a gravação da confissão que tanto queria, mas eu quero a minha parte.

Rossi: Estou esperando o governo enviar o dinheiro. - Ele não pediu que eu entregasse a gravação. Ficamos quase duas horas em sua sala até que o governo enviou o dinheiro: 400 mil, dividido para ambos. Claro que fiquei com 200 mil dólares e saí dali como uma mulher livre, podendo voltar ao meu trabalho.

Essa foi a última vez que eu vi aquele desgraçado, e esperava ansiosamente que nunca mais ele saísse daquela maldita prisão.

No dia do julgamento, lá estava eu, sentada no meio da multidão. O rosto daquele homem era impassível, como se nada daquilo fosse mais do que uma brincadeira para ele, mas assim que me viu sentada perto da porta, um sorriso surgiu em seus lábios.

Juiz: O réu é culpado! - Quando o martelo tocou, respirei aliviada. Agora eu podia seguir em frente, e o desgraçado nunca mais viria atrás de mim, como havia prometido. - 30 anos de prisão. Apenas após 10 anos de prisão, o réu poderá pedir um novo julgamento.

Com esse pensamento, eu sabia que agora podia realizar o sonho dela.

Maeve: Eu consegui, Jessie! - Eu olhei para o céu e sorri. - Agora vamos realizar seu sonho!

Corrompido.Onde histórias criam vida. Descubra agora