O silencio sempre foi uma coisa que eu me sinto muito bem, mas ao mesmo tempo eu amo musica, quando a musica me toca eu me arrepio é como um abraço, eu sempre amei musica mas muitas vezes fico horas em silencio, na verdade quando eu consigo ficar em silencio já que minha cabeça é uma grande orquestra de pessoas dessincronizadas.
Aos 18 terminei a escola, na verdade foi aos 17, eu não fiz formatura, não fiz festa, era raro eu participar das festas da escola pois não me sentia acolhida, confortável e etc., já que as próprias pessoas que eu achava que eram meus amigos me viravam as costas e faziam piadas comigo, eu nuca fui ruim com as pessoas na escola, ou com qualquer pessoa, entende? Mas eu acumulo uma melancolia, uma tristeza gigantesca comigo e eu não entendo o porque, eu me questiono todos os dias oque eu fiz, onde eu errei, porque dessa tormenta aqui dentro.
Aos 18 diagnostico de transtorno de personalidade borderline veio, eu não sabia oque era, ninguém se quer quis me explicar ou algo assim, acho que aos 19 eu tentei meu segundo suicídio, definitivamente esse eu quase consegui conhecer os campos elísios.
A questão é que eu estou sempre e beira de um colapso e com isso eu descobri o porque, começamos uma nova medicação que me deixava apática, dopada e fora de orbita, eu já estava com a Gabi, até hoje me questiono o porque da Gabi esta comigo, o porque ela ficou, o que ela viu em mim?
Fomos morar juntas, tivemos um começo complicado que deixaram marcas, e eu descobri que sou uma pessoa horrível, eu não sei ser meio termo entende? ou é 8 ou é 80 e as vezes me afasto e fico quieta porque não sou nenhum pouco fácil de lidar.
As vezes eu respiro muito fundo até apagar essa escuridão que estra dentro de mim, constantemente. Ninguém jamais saberá o quão difícil é lutar com a sua própria cabeça que da mais de dez ideias de como acabar com a sua própria vida em menos de uma hora e isso varias e varias e varias e varias vezes ao dia, na minha cabeça eu morro todos os dias.
Mas as pessoas não sabem quantas vezes eu realmente já morri por dentro e tive que me reconstruir sozinha. Quantas vezes já fantasiei um velório, quantas vezes já me vi dentro de um caixão porque talvez só assim eu tenha um descanso, um silencio de verdade.
Eu carrego tanta coisa, tanto peso e eu já não sei mais oque fazer com tudo isso.
eu apenas respiro.
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Diário de Clara
RandomÉ o diário de Clara, uma menina que em meio as terapia sua psicóloga deu a ideia de que ela escrevesse seus sentimentos desde a infância. "Uma breve junção de algo que não deveria estar guardado em meu peito confuso e caótico." -Clara Pacificus.