O Campanário

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Tory

Assim que o carro da polícia passou, John B desabou no chão, exausto e atordoado. O silêncio tomou conta por um momento, enquanto ele tentava se recompor. Ele ergueu o rosto, os olhos ainda marejados, e começou a falar.

Enquanto John B falava, as palavras saindo com dificuldade, ele mencionou um nome que fez tudo ao redor congelar. Rafe. Rafe matou a xerife. A revelação caiu sobre mim como um soco no estômago. Medo, decepção e raiva se misturaram, formando um nó na minha garganta.

Senti meu coração acelerar. A imagem dele em minha mente parecia se despedaçar, e o peso da verdade me fez sentir completamente perdida e assustada

— O Rafe... matou... a xerife? — perguntei, tentando disfarçar o pânico que tomava conta.

— Matou. Ele fez isso sem pensar duas vezes — John B respondeu, com uma amargura contida, os olhos fixos em mim.

Coloquei as mãos na boca, tentando processar a situação, mas a realidade me atingiu como um golpe

Após John B terminar de contar tudo, ficamos em silêncio, cada um preso em seus próprios pensamentos. Depois de um tempo, eu, Kiara e Pope nos levantamos para ir até a casa dela buscar o carro da mãe.

Enquanto caminhávamos, Pope percebeu meu estado e segurou minha mão, com um gesto delicado. A gentileza dele, naquele momento, fez com que o peso da situação parecesse um pouco mais leve.

— Vai ficar tudo bem — Pope disse carinhosamente, esboçando um leve sorriso.

Apertei sua mão com mais força, como se aquele gesto silencioso fosse minha forma de agradecimento.

Pegamos o carro na casa da Kiara e seguimos até a garagem onde JJ e John B estavam esperando. Kiara saiu primeiro, chamando-os com um aceno. JJ levantou rapidamente e ajudou John B, que parecia exausto. Pope e eu trocamos um olhar silencioso, enquanto os dois entravam no carro

Assim que John B entrou no carro, ele se inclinou discretamente e falou algo no ouvido de Kiara. O tom baixo e a expressão intensa dele deixaram todos curiosos e em silêncio. Kiara apenas assentiu, e em seguida, ligou o carro. Todos permaneciam em silêncio, lançando olhares intrigados, enquanto ela acelerava e seguíamos caminho

O céu já estava escuro quando chegamos ao centro da cidade, e as luzes dos postes piscavam sobre nós enquanto o carro seguia em frente. De repente, percebemos o destino, a delegacia.

— John B, por que veio para a delegacia? — JJ perguntou, confuso.

— Alguém tem que contar a verdade — ele respondeu, firme, enquanto Kiara parava o carro em frente ao prédio.

Antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, Pope começou a tossir depois de uma tragada no baseado.

— Opa, calma aí, chefe — JJ disse, achando graça. — Nossa.

Enquanto Pope se esforçava para parar de tossir, John B mantinha os olhos fixos na delegacia, o rosto tenso.

JJ então pousou a mão no ombro de John B, olhando-o nos olhos.

— Tá, eu vou mandar a real para você — ele disse, com seriedade. — Você pode até acabar na cova do leão. Mas você nunca vai lá de propósito, é fundamental. Como meu pai sempre disse, você nunca, nunca deve confiar na polícia, não importa a circunstância.

— Seu pai é um mentiroso abusivo — Kiara rebateu, irritada.

— Eu concordo com o JJ — disse Pope, encarando Kiara. — Foda-se a polícia!

On The Other Side | JJ Maybank e Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora