Nós seguimos a mulher bonita até a sala do diretor, Guaraci não estava lá, era muito perceptível, afinal ele LITERALMENTE iluminava o ambiente.
- Onde tá o diretor? É isso que ele é? - Pergunto.
- Nós não fomos apresentados, sou Jaci, das uma da tarde até a meia noite eu sou a diretora - Deus sol na metade do dia e deusa lua na outra, faz sentido - Vamos falar sobre a missão - Ela se senta na cadeira - Vou ter que explicar o básico novamente? - Todos negam menos eu, não dou uma dentro - Ah, você é novo, preste atenção então, tem uma criatura causando medo nos habitantes de Goiânia, bebendo o sangue dos animais e deixando os fazendeiros sem gado, antes que eles descubram o nosso mundo precisamos parar esse monstro, vocês vão o capturar e trazer aqui - Ela coloca uma jaula na mesa.
- Como a gente vai saber para onde ir? - Pergunto, estou me sentindo burro.
- Temos um especialista - No fundo da sala estava Luís sentado afiando uma adaga, de onde veio esse cara?
- Gostei da bota, gato - Cecí tenta puxar assunto mas ele apenas manda um olhar ignorante e volta a atenção.
- Só façam o que ele disser, não é a primeira missão dele, vai dar tudo certo, lembrando que eu estou aqui para ajudar - Jaci era definitivamente mais carinhosa e preocupada que Guaraci, mas em questão de respeito era algo que o deus tinha no acampamento - Podem ir, não querem perder a festa hoje - Nós saímos da sala, estou nervoso, eu sei que disse para ter mais aventura na minha vida, mas ir atrás do chupa cu é demais.
- A festa vai ser demais, quem vai organizar são os filhos de Rudá, eles organizam festas quase tão bem quanto eu - Cecília se gaba.
- O que acontece nessa festa? - Hoje é meu dia de fazer perguntas idiotas?
- A gente bebe, conversar, dança, é uma festa normal, tirando a parte da fogueira, você vai gostar - Ela explica, mas o que era a parte da fogueira?
Ao olhar para trás eu olho Luís saindo sala da diretora com a gaiola nas mãos, ele sempre andava sozinho, todos do acampamento o achavam maneiro e interessante, então não entendia como ele não tinha nenhum amigo, talvez fosse porque ele assustava as pessoas, mas podia ser apenas o jeito dele.
- Ei, Luís - Vou andando na direção dele.
- O que você tá fazendo? - Marcos corre atrás de mim.
- Eu vou falar com ele, tentar fazer amizade, vamos para uma missão juntos no fim das contas - Digo.
- Foi bom te conhecer - Cecília diz - Vou levar flores no seu funeral - Os dois ficam um pouco para trás.
- Você vai na festa hoje? - Pergunto para Luís.
- Não - Ele é meio seco, mas deve ser porque não temos muita intimidade.
- Por que? Disseram que vai ser legal.
- Por que eu iria?
- Para ficar comigo - Merda.
Ele me olha de cima a baixo, quando olho para o lado Marcos estava me reprovando com a cabeça, enquanto Cecília me mandava um joinha.
- Não, eu me expressei mal, eu não quero ficar com você - Eu tô só piorando - Eu quero te fazer companhia, mas não ficar com você, não que tenha algum problema nisso, tipo eu ficaria com você, você é lindo pra caralho, mas não, eu não sou nenhum tipo de tarado, eu só... Desculpa - Eu tô fudido.
- Eu não sou muito de festas, mas aproveita, acha outra pessoa para ficar - Ele sai de perto de mim o mais rápido possível.
- Foi muito ruim - Me viro para meus amigos.
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ACAMPAMENTO GUARANI - O RASTRO DE SANGUE
De TodoEscondido em meio a grande amazônia existe um acampamento, um lugar seguro para filhos de deuses e lendas da mitologia indígena tupi guarani. Sam ou Samuel é um jovem de 15 anos que vive com sua mãe, um mulher com situação psicológica frágil, Sam nu...