01 | Caroline Carter

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E mais uma vez não consigo me concentrar nas minhas provas que são amanhã porque meu irmão resolveu se divertir com outros idiotas porque hoje conseguiram o tal pagamento de um homem que estava enrolando eles a um tempo, nunca reclamei sobre as torturas que tenho que ouvir quase todas as madrugadas, ou o barulho de máquinas enquanto arrumam seus carros, nunca falei uma palavra se quer porque estou morando na casa dele. Então praticamente não estou com direito de falar nada mas ainda sou irmã dele a garota que fez de tudo por ele e diferente dele tento viver uma vida normal, sem cometer crimes ou matar pessoas como ele, meu sonho é ser médica e estou fazendo faculdade de medicina e amanhã será minha primeira prova do ano e justo hoje meu irmão resolveu comemorar aqui ao invés nas boates como sempre fez .

Bato a ponta do lápis várias vezes sobre o papel em branco pois não consegui me concentrar em absolutamente nada para fazer minhas anotações em paz, meu sangue fervia e talvez isso me ajudou a me colocar de pé jogando o lápis sobre a mesa e desco as escadas que levava até a oficina no andar de baixo onde o som ficava ainda mais alto, passo pela maldita multidão de homens bêbados com mulheres apenas de calcinha em seus colos ignoro completamente a existência deles nesse lugar algo que eles nem disfarçam quando passo mas nenhum joga piada ou fala o que não deve pois eles tem medo do meu irmão que quebrou o maxilar de um garoto que me chamou de gostosa quando estava passando pela oficina pata ir para faculdade, eu particularmente agradeci muito ao meu irmão por isso.

E de longe avisto ele sentado em sofá com um cigarro entre os dedos e apenas de camiseta com seus braços exposto mostrando as milhares de tatuagens por eles até na sua cabeça careca, assim que ele me ver na frente dele com os braços cruzados batendo o pé no chão ele revira os olhos .

- O que foi dessa vez? - Ele diz com tédio amassando a ponta do seu cigarro no seu cincero ao lado em cima da mesa.

- Você ainda pergunta o que foi? Eu estou tentando estudar mas a porcaria da sua festa não me deixa concentrar - Digo alto por conta da música alta ele suspira impaciente pois ele odeia quem fala alto com ele as únicas pessoas que falam alto e continuam vivos é eu e a minha vó.

- É só ir para outro lugar - Ele diz como se isso resolvesse a porra do problema, sorrio para não surtar e bater nele pela sua tranquilidade até entendo ele não se importa com estudos e não saber o quanto isso é importante pra mim.

- Como se a porra da sua música não tivesse em todo canto dessa casa - Digo fervendo de ódio porque hoje eu queria chegar do trabalho e ter uma noite de paz onde estudaria a metade da noite, estava tudo planejado na minha cabeça mas tudo isso foi por água abaixo quando meu irmão entrou aqui com um paredão de som e milhares de idiotas que só falam gritando .

- Isso já não é problema meu - Ele deita as costas sobre o sofá despreocupado e sorrindo para os seus convidados.

- QUE PORRA JOHN! SERÁ QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA ME RESPEITAR E COMEMORAR A PORRA DA SUA FESTA EM OUTRO LUGAR COMO SEMPRE FEZ - grito já sem paciência pois ela tinha passado já faz um tempo, ele se levanta chamando a atenção de todo mundo no lugar .

- Se está tão incomodada com a minha festa procura outro lugar pra fazer essas suas provinhas de merda - Me calo engolindo seco e sorrio sem humor passando a mão por meus cabelos e lhe dou as costas sem falar mais nenhuma palavras deixando ele gritar meu nome para trás.

Subo as escadas em passos pesados e ao entrar no meu quarto pego minha mala debaixo da cama e jogo ela aberta em cima da cama e coloco tudo de qualquer jeito sem organizar nada por mais que goste de tudo organizado sem nada fora do lugar minha cabeça não estava com tempo pra isso, só coloco as roupas e tudo que tinha no quarto que me pertencia dentro da mala .

A Sexta Feira 13Onde histórias criam vida. Descubra agora