𝘍𝘐𝘕𝘈𝘓 𝘋𝘌 𝘚𝘌𝘔𝘈𝘕𝘈 𝘊𝘖𝘔 𝘖𝘚 𝘔𝘈𝘙𝘖𝘛𝘖𝘚
-𝟎𝟖-𝑶 𝑭𝑰𝑵𝑨𝑳 𝑫𝑬 𝑺𝑬𝑴𝑨𝑵𝑨 𝑪𝑯𝑬𝑮𝑶𝑼, e, com ele, uma lufada de ar fresco. Celeste sentiu a tensão que Hogwarts vinha lhe causando se dissipar à medida que se aproximava da casa dos Potter com James, Sirius, Remus e Peter. A residência de Fleamont e Euphemia Potter era aconchegante e convidativa, com paredes cobertas de fotos e prateleiras cheias de lembranças de viagens. Havia uma energia calorosa, um ambiente que parecia abraçá-la, algo que ela não sentia em sua própria casa.
Assim que chegaram, James mal esperou para largar as coisas e já estava chamando os outros para o quintal, animado para uma partida de quadribol improvisada. Celeste assistia enquanto eles se preparavam, rindo das discussões entre James e Sirius sobre quem tinha o melhor arremesso. Remus e Peter tentavam se esquivar das travessuras dos amigos, mas acabavam se juntando à brincadeira.
Celeste ficou observando os amigos jogarem por um bom tempo, sentada em uma cadeira de jardim, rindo das piruetas exageradas de Sirius e dos gritos de James toda vez que Sirius acertava um gol improvável.
Depois de um tempo, Euphemia Potter surgiu na porta da cozinha, chamando Celeste com um sorriso acolhedor.
— Celeste, querida, que tal me ajudar na cozinha? Estamos preparando biscoitos e uma torta de maçã. Vai ser o lanche dos campeões quando esses meninos terminarem de se exibir no ar, — ela brincou, olhando para os Marotos no céu.
Celeste aceitou o convite com um sorriso, feliz por ter um tempo sozinha com sua tia favorita. Entrou na cozinha e foi tomada pelo cheiro doce de manteiga e baunilha. Era como se o ambiente tivesse o poder de acalmá-la, de afastar qualquer pensamento ansioso que tentava se infiltrar.
Euphemia era uma cozinheira meticulosa, mas gentil. A cada ingrediente adicionado, explicava alguma técnica ou truque para que os biscoitos saíssem perfeitos. Entre risos e medidas, ela começou a conversar com Celeste sobre Hogwarts, perguntando sobre os estudos e as amizades.
Em um momento, enquanto moldava a massa dos biscoitos, Euphemia a olhou de lado, um pouco hesitante, mas com um sorriso suave.
— James mencionou que você tem andado... bem ocupada esses dias, — começou Euphemia, com um sorriso acolhedor, enquanto misturava a massa. — E comentou que andou conversando com o irmão de Sirius... Regulus, é isso?
Celeste parou por um momento, surpresa que James tivesse comentado isso com a mãe. Ela respirou fundo antes de responder, escolhendo bem as palavras.
— Sim... Regulus. A gente tem estudado juntos na biblioteca. Ele é da Sonserina, mas tem sido... bom, eu acho. Ele entende a pressão dos N.O.M.s e parece querer ajudar. — Ela deu de ombros, meio envergonhada, achando difícil explicar algo que nem ela mesma compreendia completamente.
Euphemia assentiu, ouvindo atentamente.
— Sabe, Cel, — ela disse gentilmente, enquanto começava a moldar os biscoitos, — as escolhas que fazemos sobre quem queremos perto de nós são importantes, mas também complicadas. Às vezes, as pessoas com quem nos conectamos são diferentes, e isso pode ser desafiador... especialmente quando temos vozes ao nosso redor nos dizendo para ficar longe.
Celeste ficou pensativa com as palavras de Euphemia. Ela sabia que sua tia estava tentando entender, mas também talvez a aconselhando, de maneira sutil, a pensar no que realmente queria. Depois de um silêncio, Euphemia deu um sorriso caloroso e mudou o assunto para uma receita antiga da família, deixando Celeste mais leve, mas ainda pensativa.
Assim que os biscoitos ficaram prontos, Celeste ajudou Euphemia a organizar a cozinha e a levar o lanche para fora. Os meninos, ainda eufóricos e cobertos de poeira, se jogaram nas cadeiras para devorar o que Euphemia e Celeste haviam preparado. Entre risadas e provocações, todos pareciam despreocupados e livres, algo que Celeste ansiava em sua vida.
★
Quando a noite chegou, ela se sentiu envolta em um calor familiar. Após o jantar, subiu para o quarto que Euphemia havia preparado para ela, trocou-se para dormir e, por fim, se enfiou sob as cobertas, sentindo uma paz profunda. Estava quase adormecendo quando ouviu uma batida leve na porta.
Ela abriu os olhos, um pouco confusa, e respondeu com um "entre". A porta se abriu e, para sua surpresa, Sirius entrou, com o semblante bem mais sério do que o habitual.
— Oi, Six, — ela disse, sentando-se na cama e se ajeitando. — Aconteceu alguma coisa?
Ele cruzou os braços, o rosto carregado com uma mistura de decepção e irritação que ela raramente via nele.
— James me contou... sobre você e Regulus, — ele começou, direto. — Eu sempre achei que você era mais esperta do que isso, Celeste. Regulus me entregou para os nossos pais uma vez, quando eu pensei em sair de casa. Foi ele quem contou que eu falava contra as ideias da família... E nem foi só isso. Ele se mantinha ao lado deles sempre que eles me puniam, como se me deixar sofrer fosse o jeito dele de provar que era leal aos nossos pais. Ele... Ele nunca se importou realmente com o que eu passava. E agora você se aproxima dele do nada?
Celeste o encarou, confusa e surpresa com o tom de reprovação e dor.
— Sirius, não é nada demais. É só que... ele me ajudou com os estudos, mais nada.
Ele bufou, cruzando os braços com mais força.
— "Só com os estudos", é? Você não conhece o Regulus como eu conheço, Celeste. — Ele se inclinou um pouco mais, olhando-a intensamente. — Ele pode até parecer o perfeito aluno da Sonserina, o "bom filho" que minha mãe tanto queria, mas por trás dessa fachada, ele é... Ele faz parte de tudo que eu detesto na minha família.
Celeste tentou segurar as palavras, mas sentiu a necessidade de se defender.
— Talvez você não o conheça tão bem quanto pensa, Sirius. Ele não é só... só um reflexo da sua família. — Ela respirou fundo, tentando manter a calma. — Eu sei que vocês têm suas diferenças, mas... talvez ele não seja assim tão...
Sirius balançou a cabeça, com uma expressão amarga.
— Sempre soube que você era melhor que isso, Celeste. Mas acho que me enganei. — A voz dele estava fria, cortante, carregada de desapontamento.
Antes que ela pudesse responder, ele saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. O silêncio que se seguiu parecia mais denso do que qualquer palavra que ele pudesse ter dito. Celeste sentiu o peito apertar, como se algo dentro dela tivesse se quebrado.
Ela suspirou, olhando para o teto do quarto em meio à escuridão e deixando seus pensamentos correrem. Nem estava tão próxima de Regulus assim. Eles só haviam se encontrado algumas vezes na biblioteca, trocando palavras rápidas enquanto estudavam e tentando vencer a pressão dos N.O.M.s. Mas, pelo visto, aquilo fora o suficiente para os Marotos perceberem — e interpretarem da pior maneira possível. Parecia absurdo como algo tão casual podia se transformar em um motivo de desconfiança e preocupações entre seus amigos.
Deitou-se, mas o sono parecia impossível. As palavras de Sirius ecoavam em sua mente, e ela se perguntava se ele realmente a via como uma amiga. A amizade que sempre tiveram agora parecia estar sobrecarregada de julgamentos e expectativas. Ela não sabia o que fazer com os sentimentos conflitantes que Regulus despertava, e agora ainda precisava lidar com o fato de que Sirius via isso como uma traição.
Enquanto a casa dos Potter adormecia, Celeste continuava acordada, encarando o teto e tentando entender a si mesma, seus amigos e o caminho que parecia, cada vez mais, incerto e solitário.
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𝙏𝙃𝙀 𝙋𝙍𝙊𝙋𝙃𝙀𝘾𝙔, régulos black.
FanfictionCeleste Potter e Régulos Black vivem um romance intenso e secreto, desafiando todos, até que o destino os separa tragicamente.