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𝑅𝐸́𝐺𝑈𝐿𝑂𝑆 𝐵𝐿𝐴𝐶𝐾 -𝟎𝟑- 𝑪𝑬𝑳𝑬𝑺𝑻𝑬 𝑬𝑵𝑻𝑹𝑶𝑼 𝑵𝑨 𝑩𝑰𝑩𝑳𝑰𝑶𝑻𝑬𝑪𝑨 com o peso de mais uma semana intensa de estudos sobre os ombros. Os corredores estavam barulhentos, cheios de alunos que, como ela, tentavam organizar seus pensamentos e revisar o máximo possível antes dos N.O.M.s. Ela já tinha passado pela biblioteca inúmeras vezes nas últimas semanas, e aquele era o único lugar onde conseguia se concentrar de verdade.
Enquanto seus olhos vasculhavam o local em busca de uma mesa vazia, sua frustração crescia. Todas as mesas estavam ocupadas com grupos de alunos, alguns sussurrando, outros tão imersos em suas leituras que nem perceberiam se um feitiço passasse voando por ali. Celeste suspirou, já aceitando a ideia de voltar para a sala comunal da Grifinória, onde as distrações eram infinitas.
Mas então, seu olhar caiu sobre uma mesa no canto. Lá, sentado sozinho, estava Régulus Black. A postura rígida e os olhos focados em um livro grosso sobre magia avançada faziam-no parecer inatingível, quase como uma sombra entre as estantes. Celeste hesitou. Ela já tinha escutado comentários de Sirius sobre o irmão mais novo — a relação entre os dois era claramente complicada. "Regulus é um exemplo perfeito do que não ser," Sirius dissera certa vez, com um sorriso de deboche.
Mesmo assim, a necessidade de estudar falou mais alto. O lugar vazio na frente de Regulus parecia sua única chance de conseguir focar nos feitiços que tanto precisava revisar. Respirando fundo, ela se aproximou lentamente da mesa, tentando não atrair olhares curiosos dos poucos alunos que ainda não a tinham notado.
Quando chegou perto, Regulus levantou os olhos de seu livro, um olhar frio e calculista, como se já estivesse esperando que alguém fosse incomodá-lo.
— Oi... será que eu posso me sentar aqui? — perguntou Celeste, um pouco nervosa, mas tentando soar casual. — Não tem mais lugar livre.
Regulus a observou por um momento, o silêncio entre eles quase palpável. Seus olhos analisaram Celeste com a mesma calma que ele usava ao virar as páginas de seu livro. Depois de um instante, ele simplesmente deu de ombros, voltando a olhar para o próprio livro.
— Faça o que quiser, — disse ele, em um tom baixo e indiferente.
Celeste assentiu e se sentou, sentindo o peso da tensão entre eles, mas aliviada por finalmente ter encontrado um lugar para estudar.
— O que você está lendo?
Regulus olhou para o título do livro, uma expressão de desinteresse no rosto.
