Capítulo 3

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𝙴𝚁𝚁𝙾𝚂
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O dia estava calmo, sem sinal de infectados à vista, e o sol, ainda que quente, nos aquecia sem ser incômodo. Kirishima e Denki haviam saído para caçar algo que pudéssemos comer à noite, enquanto eu, Bakugou, Sero e Mina ficamos na casa. 

Mina estava ocupada costurando sua mochila rasgada, Sero folheava uma revista qualquer, e eu, concentrada, ajustava minhas flechas. Bakugou... bom, ele estava por aí, mas, sinceramente, não me preocupei muito em saber onde.

Depois de um tempo, Sero se cansou da revista e foi conversar com Mina, que aceitou a companhia com um sorriso. Resolvi deixar as flechas de lado também e explorar um pouco a casa. Não era grande, mas tampouco pequena; tinha seu charme rústico.

Ao entrar no quarto onde Bakugou, Denki e Kirishima dormiam, reparei que era mais organizado do que eu esperava. Sobre as cômodas, alguns porta-retratos chamaram minha atenção: fotos deles juntos, sozinhos, em momentos descontraídos. 

Em especial, uma foto me fez parar. Era Bakugou ao lado de dois adultos — uma mulher com as mesmas feições dele e um homem de cabelos castanhos. Peguei o porta-retrato e passei o dedo pela borda, quase como um gesto de respeito.

Foi aí que ouvi um barulho e uma voz rude cortou o ar:
— O que você tá fazendo aqui?

Levei um susto e, sem querer, deixei o porta-retrato cair, causando uma pequena rachadura no vidro.

— Porra! Cuidado!

 Bakugou avançou e pegou o porta-retrato rapidamente, inspecionando a fotografia. Ao ver a rachadura, seu rosto se fechou ainda mais e ele me lançou um olhar de pura irritação.

— Quem disse que você podia mexer nisso?
Ele deu um passo à frente, e eu, sem pensar, recuei.

— Desculpa, eu só queria olhar, eu não–

— Você não tem o direito de tocar em nada meu! Muito menos nos meus pais!

Ele esbravejou antes de sair do quarto com a fotografia em mãos.

Eu suspirei, derrotada, sentando-me na beira da cama. Eu entendia que eram os pais dele, mas precisava reagir com tanta hostilidade?

Desde o incidente com a foto, Bakugou não me dirigiu uma única palavra. Permanecia sempre na dele, hostil e silencioso, como era de costume.

Quando Denki e Kirishima voltaram, traziam consigo alguns coelhos e até três esquilos. Eu me ofereci para preparar a comida para a noite. Tudo parecia tranquilo, mas, no meio da tarde, avistamos um grupo de infectados se aproximando da casa. Soltei um palavrão baixo e corri para pegar meu arco.

— Vamos lá! Fechem as janelas e peguem as armas!

Bakugou instruiu, firme, e todos obedecemos sem questionar.

Trancamos as janelas e portas, apagamos as luzes e nos agachamos, esperando que a escuridão nos escondesse. Mas os infectados começaram a cercar a casa, fazendo aqueles sons grotescos e arranhando a madeira. Senti minhas mãos tremerem enquanto segurava o arco, temendo que eles conseguissem entrar.

Mas não desistiam. Com a força coletiva, acabaram quebrando a velha porta de madeira, e um deles invadiu. Disparei uma flecha rápida, e ele caiu. A situação saiu do controle. Enquanto eu, Bakugou e Kirishima combatíamos os infectados, Mina, Sero e Denki corriam para encontrar uma rota de fuga.

— Merda!

Esbravejei, ainda atirando contra os infectados, tentando manter a linha. Olhei para cima e vi que o teto era frágil. Sem perder tempo, peguei uma panela que estava na bancada e a lancei contra o teto. O impacto foi suficiente para fazer parte do telhado desabar, matando alguns infectados e abrindo uma passagem.

— Aqui! Um ajuda o outro a subir!

Gritei, enquanto disparava mais flechas, afastando os monstros da passagem improvisada.

Denki rapidamente ajudou Mina a subir, logo seguido por Sero. Então foi a vez de Denki e, por fim, Bakugou. Faltava eu e Kirishima. Ele me estendeu a mão, e antes que eu pudesse ajudar, um infectado agarrou o pé dele e começou a puxá-lo para baixo.

Senti meu corpo vacilar, quase caindo, mas por sorte, Mina e Denki me seguraram. O infectado estava prestes a morder o pé de Kirishima, e eu não ia deixar isso acontecer. Me soltei das mãos de Mina, caí de volta para o chão com ele e, enquanto atirava e golpeava os infectados ao redor, dei tempo para que ele subisse.

— Vai, sobe logo!

Gritei para Kirishima, enquanto socava e atirava nos infectados ao redor, abrindo caminho para ele.

"Não vou te deixar sozinha aqui, Hikari!" Kirishima insistiu, recusando-se a subir enquanto eu permanecia lutando.

Atirei em mais um infectado e gritei, minha voz firme e urgente: 

— Kirishima! Sobe agora!

Kirishima hesitou por um instante, mas finalmente subiu. Eu continuei lutando, mas os infectados eram muitos. Não vou conseguir... Não vou...

Antes que o pensamento me consumisse, senti mãos firmes me puxando para cima. Era Sero.

— Vamos, Hikari

Ele ofegou, o rosto marcado pela adrenalina. Ele me ajudou a descer pela lateral da casa e, juntos, corremos pela floresta, fugindo dos infectados. Só paramos quando tivemos certeza de que estávamos a uma distância segura.

Recuperei o fôlego, respirando fundo, e Kirishima se aproximou com um sorriso aliviado. 

— Obrigado, Hikari... Se não fosse por você, eu não teria conseguido.

Retribui o sorriso e ajeitei o elástico do meu cabelo curto. 

— Me chama de Kari.

Ele riu junto com os outros, mas Bakugou continuava com aquela expressão fechada, observando em silêncio. Bom, pelo menos agora eu sabia que tinha a confiança deles.

Narrador

Enquanto todos caminhavam pela floresta, buscando um novo lugar para se abrigar após o ataque, Mina e Denki conversavam animadamente. Denki, com seu jeito brincalhão, claramente estava flertando.

— Você mandou muito bem lá.

Disse ele, sorrindo.

Mina riu, já acostumada com as investidas dele. 

— Valeu, mas quem arrasou de verdade foi a Kari. Ela salvou o Kirishima e ainda encontrou a saída perfeita para todos nós.

Denki assentiu, mas parecia ansioso para dizer algo mais.

— Bom, você sabe que... eu gosto muito de você, então...

Antes que pudesse terminar, Kirishima, que tinha ouvido a conversa, se aproximou. 

— Mina, Denki, vamos apressar o passo. Não podemos nos separar do grupo, lembram?

Denki bufou, visivelmente irritado, e se afastou, acelerando o passo.

Mina olhou para Kirishima, confusa. 

— O que deu nele?

Kirishima apenas deu de ombros e continuou andando, evitando aprofundar a conversa.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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- 𝐓𝐡𝐞 𝐥𝐚𝐬𝐭 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐲𝐨𝐮 - ⁺¹⁶Onde histórias criam vida. Descubra agora