O Príncipe Das Trevas

Capítulo 8 • Desejo Eloquente

Acordo assustada balançando freneticamente porque tem alguém pulando em cima de mim me tornando mil vezes mais mal humorada do que o normal.
—Vamos acordar e me contar tudo —Benjamim diz me chacoalhando me enrolando nas cobertas e me girando de um lado para o outro e eu grito com ele tentando empurra-lo.
—Pelo amor de Deus! Para de gritar, minha cabeça está doendo —digo cobrindo a cabeça com o edredom.
—Desculpa mis simpatia, o que acha de um brigadeiro? — Benjamim diz puxando o edredom.
—Quero —falo bufando e puxando o edredom de volta para mim.
Se tem uma coisa que Ben e eu amamos é brigadeiro, a avó dele era brasileira e toda vez que ela vinha para Fraysbell ela fazia para gente, mas infelizmente ela faleceu ano passado. Ben e eu temos o ritual do domingo, ele sempre vem para minha casa, comemos doce o dia inteiro e a noite arrumamos e vamos para a balada mais próxima, minha mãe sempre achou que Ben e eu fossemos namorar, mas isso nunca vai rolar — Ben e eu temos uma conexão de alma, é verdade, mas essa conexão é como se fossemos irmãos. Agora Nora acompanha a gente também, mas durante o dia ela não vem, pois vai com sua mãe à igreja, eu nunca fui tão religiosa.
Pego um copo de leite e me sento no sofá esperando Ben terminar o brigadeiro, ele se senta ao meu lado segurando uma panela com duas colheres.
—Me conta como foi o encontro.
—Ele me levou para uma casa dele na praia e preparou um jantar italiano. —Digo comendo o brigadeiro tentando não me lembrar do beijo.
—Vocês transaram.  —Ben afirma com o seu sorriso safado nos lábios.
—É lógico que não, a gente apenas se beijou.
—Sério? —ele pergunta meio decepcionado —você tem que experimentar —agora o sorriso safado voltou —não rolou nem mesmo com Noah e uma hora vai ter que rolar com alguém.
Eu reviro os olhos, meu amigo acha que tudo gira em torno do sexo.
—E você gostou do beijo?
Mordo o lábio lembrando das suas mãos experientes em meu corpo, de como o seu toque me deixou completamente quente e excitada.
—Sim, ele queria continuar, mas eu não quero. —Digo me lembrando da noite que foi tão maravilhosa, ele é divertido mesmo sendo um pouco misterioso.
—Você está louca? Porque você não quer? O cara está apaixonado por você.
—Porque eu não quero me machucar, porque eu gosto tanto dele e não me chame de louca e nem me pergunte porque eu gosto tanto dele se mal o conheço porque eu também não sei e isso está me enlouquecendo, me deixa completamente assustada. —Digo de uma vez quase ficando sem fôlego.
—Tem pessoas que foram feitas umas para as outras. Simples. —Ben fala comendo uma colher grande de brigadeiro.
—E você e Selene? —pergunto tentando tirar o foco de mim.
Ben olha para mim com um sorriso bobo.
—Eu casaria com aquela mulher amanhã —ele diz sorrindo.
—Duvido, você não namora ninguém —eu o provoco.
—Mas ela é diferente, é segura de si, linda e me deixa sem fôlego, é tão misteriosa, carinhosa —ele diz com um sorriso bobo dançando em seus lábios.
—Você está apaixonado por ela. —Constato indignada, eu nunca o vi se apaixonar por ninguém.
Ben é meu amigo e eu o amo, mas ele sempre foi um galinha e iludiu várias garotas e eu já tive muitas namoradas dele me implorando para que eu falasse com ele e pedisse para ele ficar com elas. Mas eu sempre as mandava seguirem em frente porque eu conheço o meu amigo e sabia que ele nunca mais ficaria com elas antes e também tiveram aquelas garotas que tinha ciúmes de mim e sempre achava que Ben gostava de mim — já tiveram pessoas na escola falando que ele não namora ninguém porque é apaixonado por mim, a nossa amizade é invejada e eu o amo e não vejo a minha vida sem o meu melhor amigo.
—Completamente apaixonado —ele confirma meio sem jeito.
Pulo quando a campainha toca. Jogo a colher na panela e corro para atender, abro a porta e me deparo com um homem segurando um buquê de rosas azuis.
—Entrega para senhorita Drynah.
—Sou eu —digo pegando o buquê que ele me entrega.
Fecho a porta voltando até o sofá e me sento vendo a expressão de espanto em Ben.
—Meu Deus! Quem te mandou isso? —ele pergunta admirado.
Em meio as flores tem um bilhete e já sei que é de Aleksander pela perfeita caligrafia.